Quebra no Nasdaq deixa Wall Street sem rumo. Tesla e Alphabet sobem antes de contas
As bolsas norte-americanas fecharam mais uma sessão sem tendência definida, mas perto de níveis históricos, com os investidores à espera dos resultados trimestrais das duas gigantes, na esperança que definam o sentimento da negociação nos próximos dias.
Wall Street prepara-se para o início da "earnings season" das grandes tecnológicas e, na véspera, termina a sessão sem rumo definido - ainda que mantendo os níveis históricos atingidos na sessão anterior, no caso do S&P 500.
Esta terça-feira, o S&P 500 subiu 0,06% para 6,309.62 pontos, renovando por pouco os máximos de fecho, enquanto o Dow Jones ganhou 0,40% para 44.502,44 pontos. Já o Nasdaq Composite foi pressionado pela quebra das "big tech" em bolsa, e cedeu 0,39% para 20.892,69 pontos.
A força das grandes empresas de tecnologia norte-americanas estará em exibição nas próximas semanas, quando o grupo das "sete magníficas" – Apple, Microsoft, Nvidia, Alphabet, Amazon, Meta Platforms e Tesla - começar a revelar as contas do último trimestre. Esta quarta-feira será a vez da Tesla, de Elon Musk, e da Alphabet, dona da Google.
Para além de demonstrarem quaisquer possível impactos das tarifas nas contas, os resultados vão ainda revelar quanto é que estas empresas investiram em inteligência artificial (IA), que deverá definir o rumo dos movimentos em Nova Iorque. "Esperemos que as empresas impulsionadas pela IA continuem a ancorar o crescimento do setor tecnológico. A adoção da IA a nível empresarial está a melhorar, mas a camada de aplicação desta tecnologia está apenas a ser testada", disse Lauren Goodwin, da New York Life Investments, à Bloomberg.
Segundo os dados da Bloomberg Intelligence, estas sete gigantes deverão registar um aumento combinado de 14% nos lucros no segundo trimestre, ao passo que os ganhos do resto do índice de referência dos EUA deverão manter-se relativamente estáveis.
Houve ainda novos desenvolvimentos na frente comercial. Os EUA chegaram a acordo com as Filipinas, que estabelece uma tarifa de 19% sobre as exportações do país. Já o primeiro-ministro canadiano, Mark Carney, acalmou as esperanças do mercado por um acordo nos próximos dez dias, mas disse que está a tentar estabilizar a relação com os EUA.
Além disso, as delegações das duas maiores economias mundiais - EUA e China - vão reunir-se para uma nova ronda negocial na próxima semana, na Suécia, segundo avançou o secretário do Tesouro, Scott Bessent. A perspetiva de Washington é a de que haja uma extensão da pausa nas tarifas, com a data limite atual definida para 12 de agosto.
Os analistas veem, no entanto, um aumento da volatilidade do mercado à medida que o prazo de 1 de agosto se aproxima e ainda não foram fechados outros grandes acordos com a maior economia do mundo. Temem ainda a independência da Reserva Federal, mesmo que Scott Bessent tenha saído em defesa do presidente, Jerome Powell.
Nos movimentos empresariais, a Alphabet subiu 0,5% e a Tesla ganhou 1,1%, um dia antes de apresentarem resultados. Entre as restantes "sete magníficas", a Amazon perdeu 0,83%, a Microsoft recuou 0,94% e a Nvidia perdeu 2,5%. Já a Apple saltou 0,9%.
A General Motors viu o lucro do segundo trimestre cair 32% para três mil milhões de dólares, explicado pelos custos elevados das tarifas, que afetaram cerca de mil milhões de dólares dos lucros. As ações cederam 8,12%. Por contágio, a Ford cedeu 1,1%.
Já a Coca-Cola acabou por perder 0,6% mesmo depois de ter registado um crescimento nas vendas no segundo trimestre, que superou as expectativas de Wall Street. A empresa anunciou o lançamento de uma versão da bebida à base da cana de açúcar.
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