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Accionistas perdem 13 mil milhões desde o fracasso da fusão BCP-BPI

O fracasso da fusão proposta pelo Banco BPI ao Banco Comercial Português (BCP) custou caro aos milhares de accionistas de ambas as instituições.

25 de Novembro de 2008 às 00:01

Um ano depois, a não concretização deste negócio, que teria criado a terceira maior instituição financeira da Península Ibérica, "lesou" os investidores em mais de 13 mil milhões de euros, "prejuízo" para o qual contribuiu também em grande parte a crise, sem precedentes, que se abateu sobre o sector e os mercado, em geral. Depois de em Maio de 2007 ter terminado sem sucesso a OPA do BCP sobre o BPI, de 7,00 euros por acção (valor não ajustado ao aumento de capital), o banco liderado por Fernando Ulrich avançou com uma contra-proposta.

A 25 de Outubro do mesmo ano, o BPI apresentou uma proposta de fusão sobre o rival, prometendo 0,5 acções por cada título do BCP, negócio que avaliava implicitamente as acções do maior banco privado nacional em 3,12 euros (a valores ajustados). Se o BPI rejeitou a OPA, o BCP rejeitou a fusão. Um mês depois, há exactamente um ano, o BPI revelou que as negociações terminaram "sem sucesso". Na base do não acordo esteve a divergência entre os valores envolvidos num negócio que tornaria a instituição resultante num grande "player" da Península Ibérica e da Europa, no sector financeiro.

"A fusão fazia e faz sentido. Se não se concretizou, alguém perdeu. E esse alguém foram os accionistas e as instituições", afirmou um analista ao Negócios, que não quis ser identificado. As perdas ascendem a 13,7 mil milhões de euros, considerando o actual valor de mercado de ambas as instituições. O BCP, sozinho, desvalorizou mais de 10 mil milhões, enquanto o BPI vale agora pouco mais de 1,2 mil milhões de euros, acumulando uma desvalorização de 73,7% desde o termo das negociações, faz hoje um ano. "O negócio fazia sentido porque as instituições [juntas] estariam melhor preparadas, numa situação mais favorável para enfrentar a crise", acrescentou o mesmo analista.

Desde então, as condições do mercado sofreram alterações significativas, com o agudizar da crise financeira. O sector está no epicentro da turbulência que, nos últimos meses, ditou o fim de muitas instituições e obrigou à intervenção de vários Governos mundiais para evitar o colapso do sistema financeiro. A crise já custou 756,2 mil milhões de euros às instituições, obrigando bancos e outras companhias do sector a recorrer a aumentos de capital num total de 677 mil milhões de euros.

Também em Portugal houve necessidade do sector em recorrer ao mercado em busca de financiamento.

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