Bolsa nacional reduz perdas em dia de forte liquidez
A bolsa nacional segue a atenuar as perdas, a cair 1,19%, depois de já ter estado a ceder 2,52%, uma vez que o corte do "rating" da dívida portuguesa pela Fitch já era esperado. A travar maiores descidas está a Portucel.
O PSI-20 segue a desvalorizar 1,19% para 7.984,22 pontos, com 19 cotadas em baixa e uma em alta, a Portucel. O volume de negociação está muito mais elevado do que nas recentes sessões, tendo já mudado de mãos 53,1 milhões de acções.
No resto do Velho Continente, as perdas também estão a ser menores, com os títulos ligados aos media e aos cuidados de saúde a ganharem terreno. A Bolsa de Atenas está em contraciclo face à tendência dominante, seguindo a ganhar perto de 1%.
A Portugal Telecom, BES e BCP são os títulos que mais pressionam a praça lisboeta. A Galp, que de manhã fixou um máximo de ano e meio ao cotar-se nos 13 euros – valor que não atingia desde 25 de Setembro de 2008 – segue agora em queda, numa sessão em que os preços do petróleo estão a cair fortemente.
A Fitch cortou hoje o “rating” de Portugal de AA para AA-, devido à deterioração das contas públicas portuguesas e às perspectivas pouco animadoras para o crescimento económico.
Numa nota de análise a esta medida da Fitch, o banco italiano Unicredit salienta que a reacção do mercado a este corte do “rating” da dívida pública portuguesa foi "negligenciável", porque "provavelmente o mercado tinha já descontado" esta decisão.
Corte "expectável"
Com efeito, tratou-se de um corte “expectável” porque “embora não sejam comparáveis, quando postas lado a lado, a classificação da Fitch estava um nível acima” das da avaliação das suas pares, explicou também ao Negócios um analista de bolsa.
Os bancos portugueses já têm as suas “necessidades de financiamento bem alinhadas até ao final do ano”, sendo que este corte da notação da dívida pública tem mais efeito “na imagem que os investidores externos têm de Portugal”, disse o analista. A descida reflecte o impacto forte que as notícias vindas do exterior têm nos maiores bancos portugueses, sublinhou o mesmo responsável.
O especialista disse ainda que este corte da notação para a dívida portuguesa “não é muito determinante” para os mercados e recordou que desde as quedas do início de Fevereiro, em que os custos financiamento de Portugal, Espanha e Grécia subiram, que o mercado já desconta o perigo de incumprimento entre os países do Sul da Europa. Mais relevante é a “questão política”, explicou, onde parece estar a haver algum impasse na resolução do problema orçamental da Grécia, que está hoje a pressionar o euro.
O Commerzbank também considera, numa nota em reacção à decisão da agência de notação financeira, que este corte da Fitch não altera a perspectiva “bastante encorajadora” que o Commerzbank tem para a economia portuguesa.
“O corte do ‘rating’ não altera a nossa visão de que o ‘outlook’ para a economia portuguesa é bastante encorajadora”, refere o Commerzbank, lembrando que “Portugal implementou várias reformas nos anos recentes que devem começar a ter um efeito positivo”.
Teixeira dos Santos, por seu lado, comentou que a decisão da Fitch “não surpreende”, já que “tinha vindo a ser pré-anunciada por declarações de alguns dos seus responsáveis”. O ministro das Finanças salientou ainda que a nota da Fitch reconhece a credibilidade do PEC e a solidez do sistema bancário português.
Entretanto, fonte da Comissão Europeia disse ao Negócios que “este anúncio da Fitch confirma a urgência de um acordo no Conselho Europeu desta semana para que se sinalize aos mercados que a Zona Euro está determinada a agir, e dispõe de mecanismos para o fazer, no sentido de garantir a estabilidade financeira de toda a união monetária”.
A Fitch cortou o “rating” de Portugal, apesar de reconhecer que o PEC português é “amplamente credível”.
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