Banda larga móvel pré-paga - Opção séria para uso pontual de Internet
Mesmo com a adesão crescente às ligações de banda larga por rede móvel, os operadores continuam a inovar. Surgiram no mercado ofertas de serviços pré-pagos que dispensam a mensalidade e não obrigam a fidelização. A alternativa é ideal para acessos pontuais à Internet mas não para utilização frequente.
Se comparado com os acessos de banda larga fixa, por ADSL e por Cabo, tecnologias disponíveis no mercado há vários anos, o número de utilizadores da banda larga móvel revela a apetência mostrada por esta forma de acesso. Dos 3,5 milhões de acessos à Internet existentes, mais de metade utiliza tecnologias móveis, correspondendo a 18 em cada 100 portugueses a suportar a sua ligação nas redes dos operadores móveis.
Desde o lançamento do serviço suportado nas redes de terceira geração que esta é uma das áreas mais dinâmicas, em número de adesões de utilizadores e em novas ofertas de equipamentos e pacotes de acesso. Mas dois factores permaneciam imutáveis: a obrigatoriedade de uma mensalidade e a fidelização à rede por um período mínimo de 12 meses, muitas vezes acompanhados pela oferta do equipamento de acesso.
Estas duas redes de segurança foram agora furadas com o lançamento de serviços pré-pagos sem obrigatoriedade de fidelização e carregamentos mínimos de 10 euros a cada quatro meses. A Vodafone adiantou-se, com o lançamento do VitaNet, mas a TMN divulgou uma oferta semelhante poucas horas depois, tal como a Optimus, com o Kanguru Pré-pago.
Configuração semelhante
Todas as ofertas têm configurações semelhantes, partindo de um pacote base para 10 dias de utilização contínua ou um tráfego máximo de 300 MBytes (o que for atingido primeiro), que tem um custo de 10 euros. A placa de acesso, a comprar na primeira utilização, custa 54,9 euros mas não é exigida nenhuma fidelização à rede, sendo apenas necessário carregar um cartão dentro do período máximo de 120 dias (quatro meses) para que o número não seja desactivado. Os clientes que já dispõem de placas de acesso 3G ou de computadores portáteis pré-configurados para esta ligação têm, ainda, a vantagem de poder pagar apenas 14,9 euros à partida, sendo este cartão válido para os mesmos 10 dias.
Esta é a configuração do Vita Net da Vodafone, mas a TMN e a Optimus, que lançaram os seus serviços horas mais tarde, introduziram algumas ‘nuances’ que podem ser interessantes para os utilizadores. No caso da TMN, a principal diferença da Banda Larga Móvel Pré-paga é a possibilidade de usar os pontos de acesso da rede Wi-Fi da PT, que já conta com mais de 1.500 ‘hotspots’ no país, com um limite de tráfego de 300 MBytes, o que acumula com os disponíveis na rede 3G garantindo a possibilidade de download de 600 MBytes de informação nos 10 dias de uso. A operadora do grupo PT estende ainda a oferta a 30 dias, com o consequente aumento de preço para 30 euros e de tráfego para os 900 MBytes, a que se somam os 900 MBytes em Wi-Fi.
A Optimus teve também tempo de diferenciar o Kanguru Pré-pago, dando mais flexibilidade nos carregamentos. Para além dos 10 euros que dão para 10 dias, a operadora da Sonaecom tem mais intervalos de carregamento que saltam de cinco em cinco euros, permitindo uso por 15 dias, 20, 25, 30 e por ai adiante até aos 60 dias. Os preços e tráfego acompanham esta evolução, proporcionalmente.
Com esta configuração, fica afastada a possibilidade de substituir este sistema pela mensalidade, que é economicamente mais eficiente para os 30 dias e permite maiores velocidades. Mas esta é a estratégia ideal para atrair novos clientes com utilização pontual. No entanto, embora a oferta esteja desenhada para a utilização irregular da Internet móvel, num fim-de-semana, período de férias ou deslocação de trabalho, o facto de a utilização do ‘plafond’ ser feita em 10 dias consecutivos limita o uso apenas nos fins-de-semana. Na prática, só cobriria dois períodos e a compra tinha de ser bem calculada, o que pode ser um entrave. E para usar em férias só dentro de fronteiras, já que estes pacotes não contemplam ‘roaming’, como também não o fazem as assinaturas.
De qualquer forma, e apesar destas limitações, vale a pena fazer contas e avaliar o seu tipo de utilização da Internet móvel. Se tem uma assinatura, já ultrapassou o prazo de fidelização e a sua utilização do serviço é pontual, se calhar está na hora de mudar para um pré-pago.
| O melhor | Pré PagosFidelizaçãoA possibilidade de se libertar de obrigatoriedades perante os operadores é uma mais valia significativa para os pacotes pré-pagos. Os modelos até agora implementados pelos operadores obrigavam a fidelizações de 12 ou 24 meses e apesar de muitas vezes incluírem o custo do equipamento de acesso, que custava a quantia simbólica de 1 euro, faziam com que a flexibilidade de abandonar o serviço fosse nula. Na prática, se alguém quisesse cancelar o serviço a meio teria de pagar todas as mensalidades até ao final do contrato. | Pós pagosPreço e custo totalAqui, as vantagens e desvantagens dependem do tipo de utilização: para um uso frequente, que ultrapasse os 10 dias consecutivos e seja relativamente regular é melhor uma assinatura com mensalidade, que custa a partir de 22 euros para a mesma velocidade de 512 Kbps. O tráfego é também uma questão a considerar nesta equação: se faz muitos downloads, acede a muitos vídeos ou streaming de música ou rádio tem mesmo de fazer as contas aos limites de 300 MBytes impostos nos pré-pagos, porque o barato pode sair caro. |
| Pré Pagos | |
| O pior | VelocidadeApesar de estarem disponíveis velocidades de tráfego até aos 7,2 Mbits nas redes 3,5 G dos três operadores móveis, para a oferta de pré-pagos foram limitadas as ligações ao limiar mínimo, nos 512 Kbps, o que poderá trazer algum desconsolo a quem se habituou a navegar na Internet a velocidades mais rápidas, no fixo e/ou no móvel e que irá demorar mais a abrir páginas ou a fazer download de ficheiros. |
Pequenas diferenças marcam as ofertas dos três operadores, onde, mais uma vez, a força da concorrência nivela preços e condições dos serviços. A maior flexibilidade de carregamentos do Kanguru e o alargamento do serviço da TMN para uso dos "hotspots" Wi-Fi, podem justificar a opção por estes pacotes.
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