Petróleo afunda mas combustíveis não mexem na bomba
O preço do petróleo registou quedas consecutivas durante esta semana. O Brent, negociado em Londres e cotação de referência para Portugal, acumulou nas primeiras quatro sessões da semana uma desvalorização superior a 9%, sendo que chegou a tocar num mínimo de 2003: 32,16 dólares por barril. Contudo, apesar da tendência fortemente negativamente da matéria-prima, o preço dos combustíveis deverá ficar praticamente inalterado na próxima semana. Mas porquê?
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Após as fortes quedas de 2015, o petróleo entrou no novo ano a seguir a mesma tendência. Mas as oscilações do preço da matéria-prima, na prática, nada influenciam o preço que pagará para atestar o seu veículo.
É que o cálculo tem em conta as variações da cotação do próprio combustível. Isto é, será a evolução, por exemplo, do preço do gasóleo nos mercados financeiros que determinará se os postos de abastecimento aumentarão ou não a factura dos consumidores.
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Além isso, há que ter em conta que os derivados são cotados em dólares no mercado. Ou seja, a variação do euro face ao dólar terá sempre um efeito nos valores finais, tal como se pode verificar esta semana.
O euro valoriza 0,7% nas primeiras quatro sessões, mas chegou a cair 1%. Como o cálculo tem por base a média das variações, o impacto no preço dos combustíveis é negativo para os consumidores.
Feitas as contas, a gasolina valoriza 1,2% na semana, o que poderá levar o preço a aumentar entre 0 e 0,5 cêntimos por litro nos postos de abastecimento. Já o gasóleo recua 2,1%, uma evolução com a qual poderá poupar entre 0,5 e 1 cêntimos, de cada vez que for atestar o veículo.
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Variações que destacam-se por não serem tão expressivas como as registadas nos mercados financeiros. Isto porque é preciso ter em conta que a fiscalidade representa cerca de 60% do preço final dos produtos. Se paga um euro por cada litro de gasóleo, 60 cêntimos vão directamente para os cofres do Estado.
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