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Prémio entre o Brent e o WTI é cada vez mais reduzido
O fim do embargo dos Estados Unidos às exportações de crude, que estava em vigor desde 1973, dará mais mercado aos produtores norte-americanos. Mas se o "spread" do crude norte-americano face à referência europeia se estreitar demasiado, ou até inverter, o Brent pode sair a ganhar.
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O prémio do Brent face ao WTI é neste momento inferior a dois dólares. A abolição pelos EUA do embargo às exportações (que vigora há 40 anos, desde 1973) deverá impulsionar o WTI, já que beneficia os produtores norte-americanos, que ficam com um maior mercado de escoamento.
Isso deverá reduzir ainda mais o "spread" entre os dois principais tipos de crude. No entanto, há factores que podem reverter essa tendência. É que quanto mais se estreitar o prémio do WTI face ao Brent, mais as importações dos EUA poderão ficar mais rentáveis se os custos de frete o sustentarem.
Com efeito, conforme lembra a Bloomberg, ao ser permitido que o petróleo norte-americano compita a nível mundial, o preço do West Texas Intermediate fica cada vez mais próximo do londrino Brent, que nos últimos anos tem negociado com um "spread" face ao seu congénere dos EUA – o que nunca antes tinha acontecido.
Mas, à medida que os dois preços convergem, os refinadores norte-americanos poderão começar a procurar mais pelo Brent se isso lhes ficar mais barato, sublinhou a JBC Energy GmbH à Bloomberg.
"O prémio entre o Brent e o WTI estreitou-se tanto que os compradores de crude já começaram a olhar para os fluxos comerciais para verem que tipo de crude é que podem adquirir com um custo de frete mais baixo", referiu por seu lado Peter Lee, da BI Research.
Se observarmos o contrato de Fevereiro de ambos os crudes, o WTI está a negociar com um desconto de apenas 33 cêntimos face ao Brent. E olhando para o contrato de Março, esse "spread" é de apenas cinco cêntimos. Em 2011, recorde-se, essa diferença chegou a superar os 27 dólares.