Acordo entre EUA e Reino Unido dá força à Europa. Stoxx 600 no valor mais alto desde "dia da libertação"

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta quinta-feira.
Kai Pfaffenbach /Reuters
Bárbara Cardoso e Catarina Almeida Pereira e João Duarte Fernandes e Pedro Curvelo e Pedro Barros Costa e Ricardo Jesus Silva 08 de Maio de 2025 às 17:58
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Ásia mantém-se à tona antes de negociações com EUA. Europa aponta para ganhos com acordo entre EUA e Reino Unido

As ações asiáticas conseguiram terminar a sessão em terreno positivo, com os investidores a anteciparem que as negociações entre os EUA e a China, agendadas para este fim de semana vão aliviar as tensões comerciais que se fazem sentir no mercado desde que Donald Trump anunciou as tarifas recíprocas. 

Ainda esta quarta-feira, o Presidente dos EUA reiterou que não está disposto a descer as tarifas impostas à China para facilitar os acordos que possam surgir. As declarações de Trump mostram a divisão que existe entre os EUA e a China e sinalizam a dificuldade que enfrenta um acordo que permita a descida das tarifas, e os investidores procuram saber mais detalhes para antecipar as conversações. 

Também esta quarta-feira, Trump assinalou que antes os EUA estavam a "perder um bilião de dólares por ano" no comércio com a China e que "agora não estamos a perder tudo", numa aparente referência ao défice comercial com Pequim.

Na China, o Shangai Composite subiu 0,2% e, em Hong Kong, o Hang Seng somou 0,6%. No Japão, que está entre os primeiros da lista de negociações com os EUA, o Nikkei subiu 0,4% e o Topix avançou 0,2%.

Além disso, Trump disse ontem na sua rede social, o Truth Social, que vai esta quinta-feira divulgar um "enorme" acordo comercial, que os analistas acreditam que seja com o Reino Unido. Na Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 somaram 0,8%, no mesmo dia em que o Banco de Inglaterra se reúne para decidir sobre as taxas de juro. O mercado antecipa uma descida. 

Os investidores irão também reagir à decisão da Reserva Federal (Fed) norte-americana de manter as taxas diretoras e, sobretudo, às afirmações do presidente do banco central dos EUA, Jerome Powell, que alertou para os riscos de subida do desemprego e inflação devido à política comercial da Administração Trump. 

Petróleo sobe com expectativa de acordo de Trump com o Reino Unido

O petróleo está a subir depois de Donald Trump ter sinalizado um acordo comercial a anunciar esta quinta-feira, que deverá ser com o Reino Unido.

O West Texas Intermediate (WTI) – de referência para os Estados Unidos (EUA) – avança a esta hora 0,36% para 58,28 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – segue a valorizar 0,26% para os 61,28 dólares por barril.

O Presidente dos EUA não revelou com que país pretende assinar o acordo comercial. Contudo, de acordo com o Financial Times e com a Bloomberg o entendimento será com o Reino Unido.

O jornal britânico explicava esta semana que embora o pacto não isente o país europeu de todas as tarifas "recíprocas", deverá reduzir as taxas aduaneiras sobre o setor automóvel e o aço, que ficarão assim abaixo dos 25%. Em troca, Londres cede nas taxas de serviços digitais aplicadas às grandes tecnológicas e diminui taxas aduaneiras que penalizam o setor automóvel norte-americano.

As notícias sobre o acordo surgem numa semana em que os Estados Unidos e a China começam negociações sobre o assunto, embora o Presidente norte-americano tenha dito que não está disponível para baixar agora as tarifas sobre a China.

As preocupações sobre o impacto da crise gerada pela guerra comercial, aliada às decisões da OPEC+ sobre a produção, tem levado o petróleo a desvalorizar nos últimos meses. Desde o início do ano, o Brent desvalorizou 17.9%.

"As notícias sobre o acordo comercial estão claramente a ajudar o sentimento no mercado", conclui Soni Kumari, um especialista em "comodities" do ANZ Group Holdings, citado pela Bloomberg.

Acordos comerciais retiram força ao ouro

O ouro reverteu a tendência e está esta manhã a perder terreno, depois de Donald Trump ter escrito, na sua rede social, Truth Social, que irá hoje divulgar um acordo comercial com um país "de peso", que se antecipa que seja o Reino Unido. 

O metal amarelo desce 0,5% para 3.347,95 dólares por onça, já que o apetite dos investidores pelos ativos-refúgio começa a desvanecer.

"Qualquer abrandamento da guerra comercial e um abrandamento do clima de incerteza seriam negativos para o metal amarelo. Se os EUA anunciarem um acordo comercial com o Reino Unido, isso seria positivo para a economia global", disse Jigar Trivedi, analista da Reliance Securities, à Reuters. 

Trump disse ainda que não está disposto a cortar as tarifas de importação de produtos chineses para facilitar as negociações com Pequim, o que levou a uma ligeira subida do ouro nas primeiras horas de negociação. Enquanto isso, a Reserva Federal manteve as taxas de juros estáveis esta quarta-feira, mas disse que os riscos de uma subida da inflação e do desemprego aumentaram, ao mesmo tempo que o banco central tenta controlar os possíveis efeitos das tarifas. 

Os analistas consultados pela Reuters antecipam agora um corte apenas em setembro. 

Libra estável com acordo entre EUA e Reino Unido e antes de BoE. Dólar sobe

A libra regista uma quebra ligeira face ao dólar e ao euro, após ter ganho terreno com a notícia de que os EUA poderão hoje anunciar um acordo comercial com o Reino Unido, no mesmo dia em que o Banco da Inglaterra deve cortar as taxas de juro. A moeda subiu até 0,5% face à nota verde, antes de reduzir os ganhos e estar a esta hora a perder 0,12% para 1,3276 dólares. 

Já o euro perde 0,1% para 1,1290 dólares, num momento em que o dólar é a divisa que mais avança face aos pares, com os potenciais acordos comerciais entre os EUA e vários países e o facto de a Reserva Federal ter deixado inalterados os juros inalterados a darem força ao dólar. Face à divisa nipónica, o dólar avança 0,54% para 144,61 ienes. 

Já o índice do dólar da Bloomberg, que mede a força do dólar face aos pares, sobe 0,46% para 100,071 pontos, máximos de uma semana. 

Juros agravam-se na Zona Euro, mas "Gilts" aliviam antes de BoE

Os juros das dívidas soberanas dos países da Zona Euro estão registar agravamentos esta quinta-feira, num momento em que o apetite dos investidores foge para os ativos de risco, como as ações - as principais praças europeias estão a negociar no verde. 

A "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve referência para a Zona Euro sobem 1,9 pontos base para 2,490%. Por sua vez, os juros das obrigações francesas com a mesma maturidade avançam 1,3 pontos para 3,206%. Em Itália, a subida é de 0,9 pontos base para 3,555%.

Pela Península Ibérica, a tendência manteve-se, com os juros das obrigações portuguesas e das espanholas a subirem 0,9 e 1,3 pontos-base para 3,009% e 3,139%, respetivamente.

Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas invertem a tendência e registam uma descida de 1,1 pontos para 4,445%, enquanto está em cima da mesa um acordo comercial entre o Reino Unido e os Estados Unidos. Também hoje, o Banco de Inglaterra (BoE) decide sobre as taxas de juro. A maioria dos analistas acredita que o banco central avance para uma descida das taxas dos atuais 4,5% devido à pressão das tarifas impostas pelos EUA às importações, que ameaçam penalizar o crescimento da economia britânica.

Europa no verde com Jerónimo Martins a liderar

As bolsas europeias seguem esta quinta-feira no verde, na expectativa da concretização do "grande acordo comercial" entre os Estados Unidos e a China. A Jerónimo Martins, que ontem apresentou resultados, lidera os ganhos entre as 600 maiores empresa europeias.

O índice que as agrupa, o Stoxx 600 segue a valorizar 0,52% para 536,23 euros, com a maior subida a registar-se nas tecnológicas (+2,56%) e a maior quebra no setor da eletricidade e gás (-1,61%).

As subidas são liderada pela Jerónimo Martins, com uma valorização de 7,97% para 23,04 euros, depois de ter revelado, esta quarta-feira que encerrou o primeiro trimestre deste ano com 127 milhões de euros de lucro, uma subida homóloga de 31,4%.

A Playtech é a que mais desce, com uma desvalorização de 70,75%, para 3,14 libras depois de ter visto a sua notação revista em baixa pela Standard & Poor’s.

Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax avança 0,98%, o francês CAC-40 valoriza 0,73%, o italiano FTSEMIB ganha 0,68% e o britânico FTSE sobe 0,26%. A contrariar a valorização geral tem estado o espanhol IBEX 35 que desce 0,18%.

Donald Trump não revelou com que país pretende assinar o que descreveu como "grande acordo comercial". Contudo, de acordo com o Financial Times e com a Bloomberg o entendimento será com o Reino Unido.

O jornal britânico explicava esta semana que embora o pacto não isente o país europeu de todas as tarifas "recíprocas", deverá reduzir as taxas aduaneiras sobre o setor automóvel e o aço, que ficarão assim abaixo dos 25%. Em troca, Londres cede nas taxas de serviços digitais aplicadas às grandes tecnológicas e diminui taxas aduaneiras que penalizam o setor automóvel norte-americano.

Esta quarta-feira, a reserva federal norte-americana deixou os juros inalterados, com Powell a afirmar que os apelos de Trump "não têm qualquer efeito". No Reino Unido, espera-se que o Banco de Inglaterra decida hoje cortar 25 pontos base.

 

Wall Street negoceia no verde. Acordo entre EUA e Reino Unido impulsiona índices

Os principais índices norte-americanos negoceiam em terreno positivo esta quinta-feira, com os investidores a esperarem que as negociações entre o Reino Unido e os Estados Unidos (EUA) possam levar a um alívio das tarifas impostas pela Administração Trump ao país liderado por Keir Starmer e que sirvam de "rascunho" para possíveis negociações com outros blocos económicos.

O S&P 500 ganha 0,40% para os 5.653,60 pontos, enquanto o Nasdaq Composite sobe 0,53% para 17.831,40 pontos. Já o Dow Jones valoriza 0,36% para 41.263,95 pontos.

Um dia depois de a Reserva Federal (Fed) ter sinalizado que não precisava de socorrer a economia dos EUA com cortes nas taxas diretoras - já que a maior economia mundial continua sólida - os investidores voltaram a concentrar-se naquilo que, essencialmente, está a impulsionar o mercado - as expectativas de que a guerra comercial em curso possa ser atenuada.

O Presidente norte-americano, Donald Trump, disse que os EUA asseguraram um "acordo abrangente" com o Reino Unido. Detalhes adicionais serão conhecidos esta tarde, altura em que deverá haver uma conferência de imprensa na Casa Branca sobre o assunto.

"Alguns investidores estão a especular se os EUA poderão eliminar as tarifas de base de 10% [impostas aos produtos do Reino Unido]", disse à Bloomberg Fawad Razaqzada do City Index e Forex.com. "A maioria acredita que essas tarifas serão mantidas, em parte porque Washington pode precisar da receita para financiar os próximos cortes de impostos. Mas e se as tarifas forem retiradas? Essa será uma clara surpresa positiva para os ativos de risco", acrescenta o especialista.

Ainda assim, os ganhos em Wall Street estarão a ser contidos devido ao plano da União Europeia de avançar com tarifas adicionais aos produtos dos Estados Unidos, potencialmente abrangendo 95 mil milhões de euros em exportações norte-americanas. Este é o plano B europeu, caso as negociações com a Casa Branca falhem.

Entre os movimentos do mercado, destaque para a Palantir, que sobe a esta hora quase 5%, depois de a produtora de software ter sofrido uma pesada queda no dia anterior, após a apresentação de resultados trimestrais.

Quanto às "big tech", a Nvidia cede 0,32%, a Microsoft ganha 1,02%, a Meta sobe 1,16%, a Alphabet valoriza 1,31%, a Amazon pula 0,68% e a Apple regista ganhos de 0,23%.

Petróleo avança com iminência de acordo entre Washington e Londres

Os preços do petróleo avançam esta quinta-feira, impulsionados pelo anúncio do Presidente norte-americano de que os EUA e o Reino Unido chegaram a um acordo comercial.

Após as palavras de Donald Trump, o West Texas Intermediate (WTI) para entrega em junho sobe 2,7%, para os 59,63 dólares por barril. Já os contratos de julho do londrino Brent, referência para as importações portuguesas, avançam 2,3%, negociando nos 62,55 dólares por barril.

Numa publicação na Truth Social, Trump classificou o acordo como "completo e abrangente", tendo a Casa Branca prometido revelar mais pormenores ainda hoje.

"As notícias de um acordo comercial estão claramente a ajudar o sentimento no mercado", indicou à Bloomberg, Soni Kumari, estratega de "commodities" na ANZ Group Holdings.

Ouro cede com acordo entre EUA e Reino Unido

O preço do ouro acentuou a tendência de queda após o Presidente norte-americano, Donald Trump, ter anunciado que os EUA tinham chegado a um acordo comercial com o Reino Unido.

Após este anúncio, o dólar ganhou terreno, o que penaliza os ativos expressos nesta divisa, como é o caso do ouro.

O preço do metal amarelo cede 0,28%, para os 3.354,93 dólares por onça.

Dólar sobe após Fed manter taxas e Trump assinar acordo com Reino Unido

O dólar sobe esta quinta-feira, num momento em que Donald Trump anuncia um acordo comercial com o Reino Unido, o primeiro desde que foram impostas as "tarifas recíprocas" sobre dezenas de países.

O índice do dólar, que mede a robustez da moeda norte-americana contra as principais rivais, ganha 0,5% para 100,16, com a perspetiva de se seguirem mais acordos com as principais economias mundiais, aumentando a confiança na divisa dos EUA.

O dólar sobe também contra o euro, com a moeda única a cair 0,29% para 1,1276 dólares, depois de a Reserva Federal (Fed) ter decidido manter as taxas, numa altura em que o BCE continua a cortar os juros, aumentando o diferencial de taxas a favor do dólar.

Já contra o iene, a moeda norte-americana acelera 0,93% para 145,13. O Japão poderá ser uma das próximas grandes economias a assinar um acordo comercial com os EUA.

Num dia marcado também pela decisão do Banco de Inglaterra (BoE) de cortar as taxas de juro em 25 pontos base, depois de uma pausa em março devido à incerteza comercial, a libra sobe 0,05% para 1,3299.

Acordo entre EUA e Reino Unido dá força à Europa. Stoxx 600 no valor mais alto desde "dia da libertação"

As principais bolsas europeias encerraram a penúltima sessão da semana, maioritariamente, em alta, com Londres a ser a única praça a escapar desta tendência. O FTSE-100 registou perdas de 0,32%, apesar de o Reino Unido ter alcançado um acordo comercial com os EUA - o primeiro país a fazê-lo, desde que Donald Trump anunciou as suas infames "tarifas recíprocras". 

O "benchmark" europeu, o Stoxx 600, avançou 0,40% e conseguiu alcançar o valor de fecho mais elevado desde o "dia da libertação" norte-americano. O setor das viagens, a banca e o retalho lideraram os ganhos, enquanto o setor das "utilities" (água, gás e luz) impediu maiores valorizações. 

O Presidente dos EUA não revelou grandes detalhes deste acordo comercial, mas a sua existência foi suficiente para mandar um sinal aos mercados de que o país está pronto a negociar e a aliviar tensões. "Este acordo é uma boa notícia em termos de sentimento, mas a realidade pode ser um pouco mais complicada", afirma Stephan Kemper, analista da BNP Paribas Wealth Management, à Bloomberg. 

Kemper continua a projetar um impacto substancial das tarifas nos lucros e margens das empresas, principalmente numa altura em que as negociações com a União Europeia e a China parecem estar estagnadas. No sábado, a situação pode ser invertida, com Washington e Pequim a sentarem-se à mesa para negociar e dar os primeiros passos de alívio das tensões comerciais. 

O Banco de Inglaterra, como era previsto, decidiu cortar as taxas de juro em 25 pontos base para 4,25%, um movimento que deveria ter sido positivo para as ações. No entanto, devido ao contexto de incerteza, o banco central mostra-se mais cauteloso em relação a futuros alívios, afirmando que se deve adotar uma posição "gradual e cuidadosa". 

Entre as principais movimentações de mercado, a Rheinmetall disparou 4,13% para 1.701 euros, depois de a empresa do setor da defesa ter reafirmado que poderia superar o seu "guidance" para 2025, citando uma maior procura no mercado alemão e ucraniâno.  

Juros agravam-se na Zona Euro. Gilts disparam quase nove pontos

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro agravaram-se em todo a linha, num dia em que o acordo comercial entre EUA e Reino Unido deu algum alento às principais praças da região. O recuo das tensões entre as duas potências levou os investidores a apostarem mais em ativos de risco, deixando de procurar refúgio no ouro e nas obrigações. 

Neste contexto, a "yield" das "Bunds" alemãs a dez anos, que serve referência para a Zona Euro, subiram 5,9 pontos base para 2,530%. Por sua vez, os juros das obrigações francesas com a mesma maturidade avançaram 4,3 pontos para 3,236%. Em Itália, a subida foi de 3,4 pontos base para 3,581%.

Pela Península Ibérica, a tendência manteve-se, com os juros das obrigações portuguesas e das espanholas a subirem 4,1 e 4,5 pontos-base para 3,042% e 3,171%, respetivamente.

Fora da Zona Euro, a "yield" das "Gilts" britânicas disparou 8,7 pontos para 4,543%, apesar de o Banco de Inglaterra até ter cortado nas taxas de juro. O movimento já era esperado, mas o que não se antecipava era que a decisão fosse tão pouco consensual entre os membros do banco central. A autoridade monetária deixou ainda avisos de uma posição mais cautelosa no futuro. 

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