Petróleo afunda com adiamento da reunião da OPEP e bolsas europeias disparam com travão nas mortes por covid-19

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Gonçalo Almeida 06 de Abril de 2020 às 17:11
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Futuros dos EUA e da Europa sobem com propagação do vírus a abrandar

Os futuros norte-americanos e europeus seguem a negociar em alta, seguindo o cenário verificado nos índices asiáticos, durante a noite, numa altura em que a velocidade da propagação do vírus parece estar a diminuir na Europa.

Por esta altura, os futuros do S&P 500 e do Stoxx 50, que reúne as 50 maiores cotadas da Europa, sobem cerca de 4%, apontando para um início de sessão favorável.

No continente asiático, o índice japonês Nikkei avança 4,24% para os 18.576,30 pontos, numa altura em que o país se prepara para entrar em estado de emergência. As ações das cotadas de Hong Kong conheceram também subidas acentuadas e na China, os índices estiveram encerrados devido a um feriado no país.

Nos últimos desenvolvimentos sobre a propagação da covid-19, o número de mortes registadas no estado de Nova Iorque abrandou pela primeira vez desde que a pandemia atacou os Estados Unidos, apesar de o líder da Casa Branca, Donald Trump, dizer que o país está prestes a atingir "uma fase horrível do vírus". 

Na Europa, Itália teve o menor número de mortes das últimas duas semanas, no domingo, enquanto que em França, o número de infetados e de mortes foi o menor dos últimos cinco dias. Em Espanha, o contágio desacelerou pelo terceiro dia consecutivo.

Brent em leve queda depois de afundar quase 12%

Os preços do petróleo seguem a negociar de forma ligeiramente negativa, com o londrino Brent a recuar 0,56% para os 33,93 dólares por barril e o norte-americano WTI (West Texas Intermediate) a desvalorizar 1,02% para os 28,05 dólares por barril. 

Contudo, as quedas de ambos os ativos já foram muito mais acentuadas, durante a madrugada, depois de a reunião virtual da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os aliados liderados pela Rússia), que estava marcada para esta segunda-feira, dia 6 de abril, ter sido adiada com data ainda por definir. O Brent chegou a afundar 11,96% e o WTI a cair 10,80%. 

Apesar do adiamento, é provável que o encontro virtual se venha a realizar já nos próximos dias, com a CNBC a adiantar que deverá realizar-se na próxima quinta-feira.

O objetivo da reunião, que será aberta a outros produtos mundiais de petróleo, como os Estados Unidos, será discutir um corte de produção geral do cartel e também dos países fora do cartel. Donald Trump, presidente norte-americano, adiantou na semana passada que a Rússia e a Arábia Saudita estavam a planear um corte global de pelo menos 10 milhões de barris por dia, mas nenhum dos países confirmou este volume.

Para já, o que se sabe é que o presidente russo, Vladimir Putin, se mostrou aberto a um acordo para voltar a equilibrar os preços no mercado e o presidente do Russian Direct Investment Fund, Kirill Dmitriev, disse que um acordo entre moscovitas e sauditas estaria apenas preso por alguns detalhes. 

Ponto de situação nos mercados

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STOXX 50     2725,80   62,50  2,40% 
DAX 30       9810,39  294,80  3,10% 
FTSE 100     5503,00  104,00  1,92% 
Dow         21582,00  625,00  2,98% 
S&P 500      2559,25   76,55  3,08% 
Nasdaq 100   7773,25  250,50  3,33% 
Futuros (Às 0334 TMG) 
 
Nikkei      18249,57  429,38  2,41% 
Hang Seng   23432,53  196,42  0,85% 
Xangai       2763,99  -16,65 -0,60% 
Xenzhen A    1767,91   -8,37 -0,47% 
Preços (Às 0325 TMG) 
 
Dow         21052,53 -360,91 -1,69% 
Nasdaq       7373,08 -114,23 -1,53% 
S&P 500      2488,65  -38,25 -1,51% 
FTSE 100     5415,50  -64,72 -1,18% 
FTSE 250    14099,21 -337,59 -2,34% 
DAX 30       9525,77  -45,05 -0,47% 
CAC40        4154,58  -66,38 -1,57% 
STOXX 600     309,06   -3,02 -0,97% 
STOXX 50     2662,99  -25,50 -0,95% 
Preços de fecho 

Libra recupera terreno

A divisa britânica recuperou terreno face ao euro e ao dólar, depois de ter chegado a depreciar mais de 0,3% face à moeda norte-americana. Tal aconteceu depois de o primeiro-ministro britânico, Boris Johnson, ter dado entrada no hospital devido aos sistemas persistentes de covid-19. 

Na semana passada, Johnson anunciou através do seu Twitter que era um dos infetados com coronavírus e, tendo em conta que os sintomas persistem, foi aconselhado a ser internado no hospital. 

Contudo, a quebra da libra foi de curta duração, e a moeda britânica deu a volta e segue agora a apreciar frente às duas maiores moedas rivais. Face ao dólar, a libra esterlina ganha 0,13% para os 1,2285 dólares e contra o euro sobe 0,03%. 

O euro ganha também terreno ao dólar norte-americano, interrompendo um ciclo de cinco sessões consecutivas a depreciar, depois de a moeda dos Estados Unidos se ter feito valer do seu caráter de refúgio para ganhar peso. 

Por esta altura, o euro sobe então 0,14% para os 1,0816 dólares.

Bolsas europeias abrem em alta após sinais de abrandamento da covid-19

As principais praças europeias abriram todas a negociar de forma positiva e mantêm-se nesse patamar, depois de no domingo alguns dos países mais afetados do "velho continente" terem divulgado sinais otimistas quanto à propagação do vírus nos seus territórios. 

Posto isto, o Stoxx 600 - índice que reúne as 600 maiores cotadas da Europa - avança 3,03% para os 318,42 pontos. 

Ontem, Itália mostrou que o número de mortes provocadas pela covid-19 foi o menor nas últimas duas semanas e em França o número de casos infetados abrandou para o menor nos últimos cinco dias. Em Espanha, a propagação do vírus deu também sinais de desacelerar.

Os investidores agarram-se a estes pequenos sinais de otimismo para regressarem aos ativos de maior risco e todas as praças europeias estão a conhecer ganhos robustos na ordem dos 3%. 

Entre os setores, os que apresentam melhores desempenhos são os que têm sido mais prejudicados no último mês. São eles o setor do turismo, que hoje avança 6,7%, o setor automóvel, que ganha 6%, e o setor industrial, que vai valorizando 5,03%. 

Por cá, a praça portuguesa é a menos "sorridente" na Europa e avança 0,83% para os 4.005,89 pontos.

Ouro ganha força e valoriza pela quarta sessão seguida

O ouro ganha força na sessão desta segunda-feira, alargando o ciclo de ganhos pelo quarto dia consecutivo. Por esta altura, o metal precioso valoriza 0,69% para os 1.632,05 dólares por onça, tendo já tocado em máximos de cerca de um mês. 

Os três maiores processadores de ouro em Ticino, na Súiça, o maior centro de refinação de ouro da Europa, voltaram a abrir as fábricas - de forma ainda limitada - após duas semanas encerrados devido ao coronavírus.

A pausa na refinação, bem como a paralisação da exportação do metal precioso, tinha também contribuído para o aperto no mercado de ouro. Agora, a procura pelo metal precioso vai também dando sinais de voltar a aumentar. 

À imagem do ouro, também a prata e o paládio seguem a valorizar.

Juros periféricos caem, enquanto os da Alemanha sobem

Os juros das economias periféricas da Zona Euro assumem uma tendência de queda, como é o caso dos juros da dívida portuguesa com maturidade a dez anos, que hoje perdem 1,9 pontos base para os 0,859%.

Também os juros de Itália acompanham este sentimento e derrapam 3,7 pontos base para os 1,504% e os de Espanha escorregam 2,3 pontos base para os 0,708%.

Na Zona Euro, os juros da Alemanha - que serve de referência para o bloco - sobem 1,7 pontos base para os -0,430%.

Wall Street dispara 4% com contágio de covid-19 a abrandar

Os três maiores índices de Wall Street abriram a sessão desta segunda-feira, dia 6 de abril, a negociar em território positivo, depois de o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ter dito que a propagação do coronavírus estava a estabilizar no país.

Por esta altura, o Dow Jones avança 4,20% para os 21.937,02 pontos, o Nasdaq ganha 3,70% para os 7.646,48 pontos e o S&P 500 valoriza 3,89% para os 2.584,43 pontos. 

No domingo, o número de mortes provocadas pela covid-19 caiu pela primeira vez em Nova Iorque, nos Estados Unidos, desde que a pandemia chegou aos país algo que deu algum otimismo aos investidores. Na Europa, os casos em Itália, França e Espanha seguem também a desacelerar.

Esta forte recuperação em Wall Street surge depois de na sexta-feira os índices terem caído mais de 1,5%, num dia em que a pandemia pôs fim a um ciclo de 113 meses consecutivos de crescimento do emprego nos Estados Unidos.

Entre as cotadas, a Boeing disse que estava a suspender as suas operações de produção no estado de Washington e que deixaria de pagar a cerca de 30.000 trabalhadores nesta semana. As ações da fabricante de aviões sobem 5,6% na sessão de hoje, depois de caírem mais de 60% este ano.

O S&P 500 perdeu mais de 7 biliões de dólares desde que tocou em máximos históricos, o que corresponde a uma queda de 27%.

Com a nova temporada de resultados à porta, espera-se que os lucros das empresas do S&P 500 caiam no segundo trimestre e os investidores receiam resultados piores do que o mercado está a prever, numa altura em que a procura em muitos setores, como do turismo, está a desaparecer. 

Adiamento de reunião da OPEP afunda petróleo

Os preços do "ouro negro" seguem em forte baixa nos principais mercados internacionais, penalizados pelo adiamento da reunião da Organização dos Países Exportadores de Petróleo (OPEP) e seus aliados (o chamado grupo OPEP+).

A reunião estava prevista para esta segunda-feira, mas ontem foi formalmente adiada para dia 9 de abril. Apesar de se esperar uma redução concertada de pelo menos 10 milhões de barris por dia, um corte muito superior ao que vigorou no primeiro trimestre deste ano, o adiamento do encontro desanimou os investidores, isto numa altura em que os preços estão bastante pressionados pela queda da procura decorrente da covid-19 e pela abertura de torneiras por parte da Arábia Saudita como forma de pressão sobre a Rússia para que Moscovo alinhe num novo esforço de retirada de crude do mercado.

Em Londres, oBrent do Mar do Norte, que serve de referência às importações europeias, segue a cair 5,57% para 32,21 dólares por barril, depois de já ter estado a afundar mais de 11%.

No mercado nova-iorquino, o West Texas Intermediate, "benchmark" para os Estados Unidos, recua 6,95 5,57% para 26,37 dólares.

O facto de as cotações estarem agora a ceder menos terreno deve-se à notícia de que Riade e Moscovo podem estar a chegar a um entendimento. O secretário norte-americano da Energia, Dan Brouillette, disse esta segunda-feira, citado pela Reuters, que – depois de ter falado com os ministros da Energia da Arábia Saudita e da Rússia – está convicto de que os dois países irão reduzir a produção e acabar com a "guerra de preços" entretanto iniciada.

Vários meios têm avançado que os Estados Unidos – que estão a ver as suas empresas de "shale oil" a serem bastante penalizadas pelos baixos preços, tendo já uma pedido proteção contra credores – irão participar nesta reunião, numa espécie de OPEP++, já que o cartel convidou todos os países produtores que queiram juntar-se e não apenas os 14 que se têm unido aos 10 membros da OPEP desde janeiro de 2017. Já foi também avançado que o Reino Unido, México e Canadá poderão participar igualmente neste encontro.

Euro estabiliza face ao dólar

A moeda única europeia segue estável face à divisa norte-americana esta segunda-feira, consolidando a cotação em torno da fasquia dos 1,08 dólares. Pelas 16:48, o euro cotava nos 1,0810 dólares, ganhando 0,08% perante a "nota verde".

Segundo alguns analistas, os "sellers" aguardam por uma queda abaixo da resistência dos 1,0776 dólares, que se ultrapassada, poderá "atirar" a moeda única europeia para níveis próximos de 1,0720 dólares ou 1,0675 dólares, as barreiras de suporte seguintes.

Já em caso de subida, o euro deverá encontrar resistências nos 1,0843, 1,0880 e 1,0915 dólares.

O euro seguia também a valorizar face à divisa nipónica, ganhando 0,71%, para os 117,9600 ienes. Já perante a moeda britânica, o euro seguia quase inalterado cotando nas 0,8794 libras esterlinas.

Bolsas europeias aceleram com travão nas mortes por covid-19

As bolsas europeias deram o maior salto em mais de uma semana depois de terem sido divulgadas estatísticas que mostram um abrandamento da taxa de mortalidade do novo coronavírus em alguns dos países mais fragilizados pela pandemia. O presidente norte-americano Donald Trump veio reforçar este otimismo ao declarar que via sinais de que o surto estará a acalmar.

Itália e Espanha contabilizaram o menor número de mortes em mais de duas semanas, enquanto Alemanha e França divulgaram o menor número de óbitos dos últimos dias.

O índice que agrega as 600 maiores citadas europeias, o Stoxx600, avançou 3,60% para os 320,19 pontos, com a praça Espanhola a superar ligeiramente esta subida, tal como a italiana. Na Alemanha, o DAX disparou 5,44%, destacando-se no verde. Em Lisboa, a bolsa valorizou uns mais modestos 1,16%.

"Não podemos dizer de forma definitiva que já ultrapassámos o pior mas, ainda assim, isto aparece como um bom sinal", admite um analista da Penn Mutual Asset Management, citado pela Bloomberg. "Por agora, os mercados devem continuar reféns das notícias sobre quanto é que vai durar voltar à normalidade", complementa um estrategista da Oppenheimer, numa nota aos clientes.

Juros portugueses aliviam depois de semana de disparo

Os juros da dívida portuguesa a dez anos desceram 2,6 pontos base para os 0,859%, depois de na semana passada, terem disparado 22,7 pontos base. É visível a mesma tendência em Espanha e Itália. Espanha recua 1,9 pontos para 0,717% e Itália alivia 5,9 pontos base para 1,487%, quando na semana anterior haviam disparado 20,2 e 22,3 pontos base, respetivamente.

O interesse pelas obrigações soberanas cresce na generalidade, e isso reflete-se nos juros, num dia de esperança renovada quanto à epidemia de coronavírus, uma vez que Itália e Espanha revelaram o menor número de mortes em mais de três semanas.

 

Na Alemanha, o caminho é o inverso. Os títulos da dívida germânica passam a remunerar mais 1,7 pontos base, ou seja, -0,427%.

Bolsas norte-americanas disparam mais de 7%

O Dow Jones encerrou a sessão desta segunda-feira a escalar 7,73% para 22.679,99 pontos. Esta subida correspondeu a um ganho de 1.627,46 pontos – sendo de sublinhar que estas fortes oscilações (para cima e para baixo) têm dominado o mercado bolsista norte-americano ao longo do último mês.

Por seu lado, o Standard & Poor’s 500 valorizou 7,03% para 2.663,68 pontos, o valor mais alto desde 13 de março, e já subiu 21,5% desde o seu último mínimo, marcado a 23 de março, saindo assim - tal como já tinha acontecido com o Dow Jones - de "bear market". O Dow foi o mais rápido a reentrar em "bull market", depois de ter estado no território dos ursos durante apenas 11 dias (naquele que foi o mercado urso mais curto de sempre). 

Há, contudo, analistas que dizem que o movimento de queda ainda não parou e que os mínimos podem voltar a ser testados, pelo que se poderá estar perante uma segunda fase técnica do "bear market".

Já o tecnológico Nasdaq Composite avançou 7,33% para se fixar nos 7.913,24 pontos – muito perto, assim, de regressar ao patamar dos 8.000 pontos.

 

Os principais índices do outro lado do Atlântico regressaram assim aos ganhos, depois do saldo negativo da semana passada.

 

A entusiasmar os investidores estiveram os dados que revelam uma desaceleração dos casos de novas infeções com o novo coronavírus no país – isto apesar de o número de mortos ter ultrapassado os 10.000.

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