Preços do petróleo em queda com receios de excesso de oferta
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta terça-feira.

Petróleo cai com receios de excesso de oferta e negociações para fim da guerra em Gaza
Os preços do petróleo recuam esta terça-feira, prolongando as perdas da véspera, pressionados pelas perspetivas de maior oferta da OPEP+ e pela retoma das exportações do curdistão iraquiano. O WTI desce 0,60%, para 63,07 dólares por barril, enquanto o Brent cede 0,65%, para 67,53 dólares.
Os mercados reagiram às indicações de que a OPEP+ deverá aprovar no domingo um novo aumento de produção para novembro, depois de já ter elevado a oferta em outubro. A agência recorda que o crude começou a fluir novamente do curdistão iraquiano para a Turquia, após mais de dois anos e meio de paragem, o que reforçou as preocupações com excesso de barris disponíveis. “Embora [a OPEP+] esteja abaixo da sua quota, o mercado continua a não gostar da perspetiva de mais petróleo a chegar”, comentou o analista Ed Meir, da Marex, citado pela agência Reuters.
O Brent caiu abaixo dos 68 dólares, depois de uma descida de 3,1% na segunda-feira, a maior em quase dois meses. Para além do fator de oferta, os investidores avaliam também o impacto de um possível acordo de paz em Gaza, promovido pelos EUA e Israel, que poderá retirar parte do prémio de risco associado ao conflito.
Apesar da recente correção, os analistas alertam para desequilíbrios mais prolongados. A Agência Internacional de Energia estima que a reposição de barris pela OPEP+ e o aumento da produção de países fora do cartel possam conduzir a um “excedente recorde” já em 2026. Já os analistas do ING sublinham: “A nossa folha de balanço sugere claramente que não é necessária mais produção. Esperamos que o mercado entre num grande excedente no quarto trimestre e permaneça em excedente até 2026”.
Ásia fecha sexto mês consecutivo com ganhos. Futuros europeus deslizam
Os índices asiáticos registaram uma maioria de ganhos na sessão desta terça-feira e fecharam pelo sexto mês consecutivo com valorizações, a maior sequência de avanços mensais para os mercados acionistas da região desde 2018. Pela Europa, os futuros do Eurostoxx 50 seguem a ceder cerca de 0,10% a esta hora.
Entre os principais índices chineses, o Shanghai Composite subiu 0,55%. Já o Hang Seng de Hong Kong pulou 0,37%. Pelo Japão, o Nikkei desvalorizou 0,17% e o Topix avançou 0,25%. Já o sul-coreano Kospi perdeu 0,17%.
Entretanto, a atividade industrial da China prolongou o seu declínio pelo sexto mês consecutivo, o maior recuo desde 2019, à medida que a economia entrou em desaceleração após uma fase de crescimento no início do ano. Ainda assim, as ações do país estão prestes a registar o seu melhor desempenho mensal em sete anos.
A Semana Dourada vai fechar as bolsas chinesas de 1 a 8 de outubro para assinalar o Dia Nacional da China - é o período mais longo de encerramento dos mercados a nível global.
Entre os movimentos, as ações da Zijin Gold, filial internacional da mineradora chinesa Zijin Mining, chegaram a disparar mais de 66% na sua estreia na bolsa de Hong Kong, naquilo que marcou a segunda maior oferta pública mundial de 2025, no valor de 2,73 mil milhões de euros. A recente escalada do ouro deu renovado ímpeto à nova cotada.
E numa altura em que se arrisca que o Governo Federal dos EUA sofra uma paralisação por falta de financiamento da administração pública federal, os investidores não parecem estar com pressa para reduzir a sua exposição aos ativos de risco, após vários episódios de ameaças de paralisação nos Estados Unidos (EUA).
“Por um lado, a experiência proporciona algum consolo por ter evitado por pouco paralisações ou, pelo menos, desastres em episódios anteriores”, escreveu à Bloomberg Vishnu Varathan, da Mizuho Securities. “Fundamentalmente, os mercados esperam que a dinâmica bipartidária disfuncional acentue necessariamente a política de risco”, acrescentou o especialista.
Nesta linha, os legisladores terão de chegar a um entendimento até ao final do dia de hoje para evitar uma paralisação. De acordo com as diretrizes mais recentes, o Departamento de Estatísticas Laborais norte-americanas — responsável por uma série de divulgações de dados económicas de referência nos EUA — interromperia as operações e provavelmente atrasaria o relatório dos pedidos de subsídio de desemprego de sexta-feira em caso de paralisação - dados de extrema importância para as perspetivas de política monetária no país e para os investidores.
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