Bolsas europeias negoceiam em terreno positivo. Juros também aliviam na Europa
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta quarta-feira.
Bolsas europeias em ligeira alta. Decisão da Fed domina atenções de investidores.
As bolsas europeias avançam esta quarta-feira, recuperando das quedas da véspera, enquanto os investidores aguardam pela decisão da Reserva Federal, que deverá anunciar um corte de 25 pontos-base.
O índice de referência Stoxx 600 soma 0,18% para 551,79 pontos, apoiado sobretudo pelo setor tecnológico. Em Frankfurt, o DAX sobe 0,54% para 23.455,39 pontos, enquanto o CAC-40, em Paris, mantém-se inalterado nos 7.818,32 pontos. Londres acompanha a tendência, com o FTSE 100 a avançar 0,15% para 9.209,29 pontos e Amesterdão valoriza 0,19% para 913,23 pontos.
Madrid regista um ganho de 0,08% para 15.175,50 pontos, mas Milão segue em sentido contrário e recua 0,17% para 42.433,90 pontos. A esta hoa, Lisboa também contraria a tendência positiva, com o PSI a descer 0,04% para 7.734,76 pontos.
Entre as empresas em destaque, a PostNL disparou 7,5% após apresentar a nova estratégia no Capital Markets Day, e a Novo Nordisk subiu 1,8% depois de o banco de investimento Berenberg rever em alta a recomendação sobre a farmacêutica dinamarquesa.
Juros com alívio ligeiro na Europa. Portugal contraria tendência
Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a aliviar em quase toda a linha nesta quarta-feira, num dia que está a ser marcado pela expectativa dos mercados face à decisão da Reserva Federal (Fed) dos EUA sobre um corte nas taxas de juro diretoras.
Os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a região, estão a recuar 0,6 pontos-base para uma taxa de 2,685%.
Por sua vez, a "yield" francesa, com a mesma maturidade, baixa 0,3 pontos para 3,483%, enquanto os juros da dívida espanhola deslizam 0,2 pontos para uma rendibilidade de 3,243%.
O maior alívio acontece no Reino Unido, onde os juros estão a recuar 1,2 pontos-base para 4,625%.
Já em contraciclo estavam os juros da dívida portuguesa a 10 anos que subiam 0,2 pontos-base para 3,089%. De recordar que esta quarta-feira Portugal regressa ao mercado de dívida, já que a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública - IGCP realiza dois leilões de obrigações de Bilhetes do Tesouro (BT), embora com maturidades distintas (10 e 12 meses).
Dólar mantém ganhos com corte de juros da Fed no radar
O dólar mantém ganhos ligeiros esta quarta-feira, enquanto os investidores aguardam pela decisão da Reserva Federal, que deverá anunciar um corte de 25 pontos-base. A esta hora, o Dollar Index Spot, que compara o valor da moeda norte-americana com outras divisas, avança 0,18% para 96,81 pontos, recuperando parte das perdas da véspera, quando caiu para mínimos de dois meses.
O euro desce 0,21% para 1,1842 dólares, após ter atingido ontem o valor mais alto desde setembro de 2021, refletindo as apostas de que a Fed poderá acelerar o ciclo de cortes. “O maior risco é que a Fed dececione um mercado já demasiado inclinado para uma visão ‘dovish’”, afirmou Laura Cooper, estratega da Nuveen, citada pela Reuters.
O dólar avança ainda 0,09% para 146,61 ienes, depois de ter perdido 0,6% na última sessão, num movimento limitado pela aproximação da reunião do Banco do Japão. A libra recua 0,07% para 1,3637 dólares, permanecendo perto de máximos de dois meses, enquanto o dólar sobe 0,19% para 0,7875 francos suíços, próximo de valores não vistos há mais de uma década.
Segundo os analistas, a reação do mercado dependerá sobretudo do tom adotado por Jerome Powell na conferência de imprensa. “Com seis cortes já precificados para os próximos 12 meses, a verdadeira questão não é a dimensão da decisão desta semana, mas sim como Powell enquadra o caminho à frente”, acrescentou Laura Cooper.
Ouro recua após máximo histórico com investidores de olho na reunião da Fed
Esta quarta-feira, o ouro negocia em queda, após ter renovado máximos históricos acima dos 3.700 dólares por onça na véspera. Esta semana, as atenções dos investidores estão centradas na decisão da Reserva Federal sobre os juros, precificando-se um corte de 25 pontos-base.
A esta hora, o preço do ouro desce 0,58% para 3.668,69 dólares, enquanto a prata recua 1,66% para 42,21 dólares e a platina perde 1,11% para 1.384,45 dólares.
Na terça-feira, o metal precioso atingiu o recorde de 3.703,07 dólares, apoiado por um dólar mais fraco e pela expectativa de que a Fed anuncie hoje um corte de 25 pontos-base. “A subida até aos 3.700 dólares foi sustentada pela queda do dólar e pelas apostas de que a Fed poderá sinalizar cortes adicionais ainda este ano”, explicou Tim Waterer, analista-chefe da KCM Trade, citado pela Reuters.
Segundo a Bloomberg, o ouro já valorizou mais de 40% desde o início do ano, impulsionado pelas incertezas geopolíticas, pela procura dos bancos centrais e pelos receios de que tarifas norte-americanas penalizem a economia global. O Goldman Sachs prevê que as cotações possam aproximar-se dos 5.000 dólares por onça.
Para além da política monetária, a pressão de Donald Trump sobre a Fed e a volatilidade cambial têm também reforçado a atratividade do metal. “Se a Fed adotar um tom mais ‘dovish’, o ouro poderá voltar a ganhar fôlego”, acrescentou Tim Waterer.
Petróleo recua ligeiramente após três dias de ganhos com foco na Rússia e Fed
O petróleo negoceia esta quarta-feira em ligeira baixa, após três sessões consecutivas de ganhos, com os investidores a ponderarem os riscos de oferta provenientes da Rússia e as expectativas em torno da decisão da Reserva Federal norte-americana.
A esta hora, o West Texas Intermediate recua 0,19% para 64,40 dólares por barril enquanto o Brent desce 0,16% para 68,36 dólares. Na véspera, ambas as referências tinham avançado mais de 1%, apoiados pelos receios de que os ataques da Ucrânia a refinarias e oleodutos russos perturbem a produção e exportação de Moscovo. Segundo a Reuters, a Transneft, monopólio russo dos oleodutos, já alertou produtores para possíveis cortes de produção.
“As tensões geopolíticas e a possibilidade de disrupções na oferta russa continuam a manter os preços sustentados”, afirmou Emril Jamil, analista sénior no London Stock Exchange Group, citado pela Reuters. Também Mukesh Sahdev, da Xanalysts, disse à Bloomberg que os ataques ucranianos a terminais de exportação e refinarias são um “fator de suporte” para as cotações, embora o aumento da produção da OPEP+ deva limitar subidas mais expressivas.
Os investidores seguem ainda atentos à reunião da Fed, que deverá anunciar um corte de 25 pontos-base na taxa diretora, o que, a confirmar-se, poderá impulsionar a procura de combustível. Entretanto, dados preliminares do American Petroleum Institute mostraram uma queda de 3,4 milhões de barris nas reservas de crude dos EUA na última semana, sinal potencialmente favorável para o mercado, aguardando-se agora a confirmação pelos números oficiais da Administração de Informação de Energia.
Ásia fecha mista com Baidu a disparar 17%. Índice regional renovou máximos
Os índices asiáticos oscilaram entre ganhos contidos e perdas na sessão desta quarta-feira, antes de ser conhecida a decisão de política monetária da Reserva Federal (Fed) norte-americana, com os investidores a apostarem que o banco central dos EUA irá reduzir as taxas de juro pela primeira vez este ano. O Índice MSCI Ásia-Pacífico atingiu um novo recorde e recuperou das perdas iniciais, tendo fechado o dia a avançar 0,04%. Pela Europa, os futuros apontam para uma abertura com ganhos, numa altura em que o Eurostoxx 50 ganha 0,30%.
Entre os principais índices chineses, o Shanghai Composite subiu 0,29%. Já o Hang Seng de Hong Kong pulou 1,77%. Pelo Japão, o Nikkei desvalorizou 0,10% e o Topix recuou 0,54%. Já o sul-coreano Kospi cedeu 1,19%.
A atenção está voltada para a reunião da Fed, com alguns investidores a intensificarem as apostas de que o banco central irá realizar pelo menos um corte de 50 pontos-base numa das últimas três reuniões de política monetária restantes deste ano.
“Os mercados permanecem num padrão de espera antes da decisão da Fed”, escreveu à Bloomberg Josh Gilbert, da eToro. “O maior risco é que a Fed pareça menos ‘dovish’ do que os mercados esperam”, acrescentou.
Ainda pela Ásia, as tecnológicas chinesas cotadas em Hong Kong saltaram para o nível mais alto em quatro anos, com o otimismo em relação à inteligência artificial (IA) a impulsionar a procura por estas empresas. A Baidu pulou mais de 17%, depois de a Arete Research ter melhorado a classificação das ações da tecnológica de “venda” para “compra”. Já o Alibaba Group subiu quase 2%, após o Goldman Sachs ter aumentado o preço-alvo da empresa de tecnologia chinesa e elevado o valor estimado do seu negócio de "cloud”, citando os mais recentes modelos de IA da empresa.
As ações asiáticas atingiram hoje o seu primeiro recorde em mais de quatro anos. O “boom” da Índia, o domínio de Taiwan no setor dos chips e o impulso das reformas no Japão atraíram alguns fundos globais para longe da China e têm vindo a impulsionar as ações da região. A Ásia está a apresentar um desempenho superior aos seus pares este ano, sendo que o Índice MSCI Ásia-Pacífico já ganhou cerca de 22% desde janeiro – e fixou hoje um novo máximo histórico -, superando os ganhos do S&P 500 e do Stoxx 600.
Últimos eventos
Últimos eventosMais lidas