Bolsas asiáticas cedem pressionadas por BoJ
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta sexta-feira.
Dólar avança após decisão da Fed com euro e libra em queda
O dólar avança esta sexta-feira, apoiado pela expectativa de novos cortes de juros nos EUA, depois da decisão da Reserva Federal de reduzir a taxa diretora em 25 pontos-base. A esta hora, o índice do dólar (DXY) sobe 0,17% para 97,51 pontos, segundo dados da Bloomberg.
O euro recua 0,23% para 1,1761 dólares, depois de ter oscilado em alta no início da semana. Já a libra esterlina desvaloriza 0,46%, para 1,3493 dólares, pressionada pela decisão do Banco de Inglaterra de manter as taxas inalteradas e reduzir o ritmo da venda de obrigações.
O iene ganha terreno, com o dólar a ceder 0,07% para 147,89 ienes, depois do Banco do Japão surpreender os mercados ao anunciar que vai vender participações em fundos cotados e fundos imobiliários, mantendo ao mesmo tempo a taxa de juro em 0,5%. Segundo David Chao, estratega da Invesco citado pela Reuters, esta decisão “sugere que talvez aumentos de taxas possam chegar mais cedo do que o esperado”.
O franco suíço também valoriza, com o dólar a subir 0,26% para 0,7945 francos, enquanto o mercado continua a avaliar o impacto das políticas monetárias e das tensões geopolíticas.
De acordo com a Reuters, os investidores monitorizam ainda os desdobramentos das tarifas comerciais dos EUA e as pressões políticas sobre a Fed, ao mesmo tempo que apostam em nova descida de 25 pontos-base já em outubro, com probabilidade de 90,9% segundo a ferramenta FedWatch do CME Group.
Petróleo recua com receios de procura nos EUA a superar corte da Fed
Esta sexta-feira, o petróleo está a recuar, pressionado por preocupações com a procura nos Estados Unidos, que superaram o otimismo gerado pelo primeiro corte de juros da Reserva Federal este ano. A esta hora, o WTI desce 0,38% para 63,33 dólares por barril, enquanto o Brent recua 0,25% para 67,27 dólares.
Apesar das quedas no dia, ambos os referenciais ainda caminham para fechar a segunda semana consecutiva em alta. A Fed cortou a taxa diretora em 25 pontos-base, movimento que em teoria estimula o consumo e tende a apoiar a procura de energia. Contudo, como explicou Priyanka Sachdeva, analista da Phillip Nova, “o mercado tem estado preso entre sinais contraditórios. Do lado da procura, todas as agências de energia têm sinalizado preocupação com o enfraquecimento da procura, o que limita expectativas de valorização significativa no curto prazo”.
A pressão sobre os preços intensificou-se depois de os inventários de destilados nos EUA terem aumentado em quatro milhões de barris, muito acima do ganho esperado de um milhão, reforçando receios quanto à procura no maior consumidor mundial. Do lado da oferta, os planos de aumento de produção da OPEP+ e sinais de excesso de combustível nos EUA também pesam no sentimento.
No plano internacional, a Rússia anunciou uma medida para proteger o orçamento face às flutuações de preços e sanções, aliviando parte das preocupações de oferta. Já o presidente norte-americano, Donald Trump, reiterou a preferência por preços baixos em vez de reforçar sanções sobre Moscovo, defendendo que a descida das cotações poderia acelerar o fim da guerra na Ucrânia, segundo a Bloomberg. Trump apelou ainda aos países para deixarem de comprar combustível à OPEP+, procurando travar o fluxo de receitas petrolíferas que financiam o esforço de guerra russo.
As declarações surgem numa altura em que ataques ucranianos a refinarias russas voltaram a aumentar, elevando o risco de disrupções. De acordo com estimativas da JPMorgan, as operações de refinação da Rússia caíram para menos de cinco milhões de barris por dia, o nível mais baixo desde abril de 2022. Ainda assim, os receios de excesso de oferta continuam a dominar, com a Agência Internacional de Energia a projetar um excedente recorde no próximo ano devido à reversão mais rápida do que o esperado na produção da OPEP+.
Além da frente energética, os investidores acompanham ainda a aguardada chamada entre Trump e o presidente chinês, Xi Jinping, agendada para hoje, e que poderá sinalizar uma trégua nas tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo.
Ouro caminha para quinta semana de ganhos após corte da Fed
O ouro avança esta sexta-feira, encaminhando-se para a quinta semana consecutiva de ganhos, num movimento apoiado pelo corte de 25 pontos-base decidido pela Reserva Federal e pela sinalização de mais flexibilização até ao final do ano. A esta hora, a cotação do metal sobe 0,14% para 3.649,43 dólares por onça.
Ainda assim, o entusiasmo arrefeceu face ao início da semana, quando o ouro chegou a tocar um novo máximo histórico de 3.707,40 dólares. Como destacou Kyle Rodda, analista da Capital.com, “o sentimento continua positivo, mas já arrefeceu um pouco. Basicamente, a Fed não entregou o suficiente em termos de orientação “dovish” para o ouro avançar mais”.
A decisão de Powell foi apresentada como um corte de “gestão de risco” perante a fragilidade do mercado laboral mas acompanhada de avisos quanto à persistência da inflação, o que deixa incertezas sobre a velocidade do ciclo de cortes. Segundo a ferramenta FedWatch do CME Group, os investidores atribuem agora 92% de probabilidade a uma nova descida de 25 pontos base já em outubro.
Entre os restantes metais preciosos, a prata soma 0,82% para 42,47 dólares, enquanto a platina recua ligeiramente 0,05% para 1.385,80 dólares.
Bolsas asiáticas cedem pressionadas por BoJ
As principais bolsas asiáticas recuam após o anúncio pelo Banco do Japão (BoJ) de que irá vai começar a vender fundos negociados em bolsa e outros ativos que detém, adquiridos ao longo de uma década. A instituição liderada por Kazuo Ueda manteve as taxas de juro inalteradas, com dois dos nove membros a votarem por uma subida.
Em Tóquio, o Nikkei 225 caiu 0,61%, para os 45.027,10 pontos, enquanto o índice alargado Topix cedeu 0,33%, até aos 3.148,53 pontos.
O pessimismo alastrou-se a outras praças asiáticas, mas de forma mais moderada, com o sul-coreano Kospi a recuar 0,46%, enquanto em Hong Kong o Hang Seng perde 0,03%.
Os analistas antecipam que o Banco do Japão aguarda apenas pela estabilização política do país para subir as taxas de juro, que se encontram atualmente nos 0,5%.
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