Europa fecha mista, dólar segue a valorizar e castiga ouro. Juros da dívida em queda
Acompanhe aqui o dia nos mercados.
- Futuros da Europa corrigem das fortes quedas de ontem. Ásia seguiu má prestação de Wall Street
- PSI-20 recupera de mínimo de maio e três sessões em queda
- Euro desce pela terceira sessão
- Preços do petróleo indefinidos com ameaça à procura
- Depois da tempestade, a bonança: Europa recupera da maior queda em três meses
- Alta do dólar leva ouro abaixo dos 1.900 dólares
- Juros de Portugal em mínimos de mais de seis meses
- Wall Street em leve alta com suporte do setor tecnológico
- Petróleo recupera fôlego depois de fortes quedas
- Euro recua para mínimo de quase dois meses contra o dólar
- Ouro cai com subida do dólar
- Juros renovam mínimos de março na Zona Euro. Itália em mínimo de quase um ano
- Europa sem direção mas Stoxx600 recupera de maior queda em três meses
Os futuros do Euro Stoxx 50 - índice que agrupa as 50 maiores cotadas da Europa - estão a valorizar 0,7% na pré-abertura da sessão desta terça-feira, apontando assim para um início em alta entre as bolsas do "velho continente", depois de ontem terem registado as maiores quedas de há vários meses.
Ainda assim, esta não é a tendência que os futuros de Wall Street seguem, uma vez que o medo relativo à segunda vaga da propagação do coronavírus e a falta de entendimento no Congresso para um novo apoio orçamental à economia local estão a deixar os investidores de pé atrás.
Durante a madrugada em Lisboa, este foi também o cenário registado na sessão asiática. Na Coreia do Sul o índice de referência perdeu 2,7%, enquanto que em Hong Kong e na China as desvalorizações foram menos expressivas (-0,6% e -0,5%, respetivamente). No Japão a negociação esteve encerrada devido a feriado.
Para além do lado sanitário e do não acordo para nova ajuda orçamental, as tensões entre a China e os Estados Unidos estão a ter peso na negociação global, com as mais recentes dúvidas sobre se a proposta da Oracle sobre a TikTok conseguirá ter aprovação dos governos de ambos os países.

O PSI-20 abriu a subir 0,38% para 4.174,4 pontos, recuperando de três sessões seguidas a fechar em terreno negativo.
O índice português tinha fechado ontem a recuar mais de 2%, para mínimos de maio, numa sessão de fortes quedas nas bolsas devido ao receio de novas medidas restritivas de confinamento, numa altura em que a pandemia está a agravar-se na Europa.
Hoje a sessão é de recuperação nas bolsas europeias e na praça portuguesa a maioria das cotadas negoceia em alta, destando-se as que foram mais castigadas nas últimas sessões. É o caso da Galp Energia, que soma 1,4% para 8,55 euros.
O BCP avança 0,8% para 8,77 euros e a EDP valoriza 0,46% para 4,193 euros.
A Mota-Engil ganha 0,67% para 1,206 euros. A JB Capital Markets (JBCM) iniciou ontem a cobertura da Mota-Engil, à qual atribuiu uma recomendação de "comprar" e um preço-alvo de 2 euros por ação, conferindo-lhe um potencial de valorização de 66,94%.
O presidente da Reserva Federal dos EUA, Jerome Powell, disse que a resposta económica ao coronavírus reduziu as consequências da recessão induzida pela pandemia mas sugeriu que o Congresso vai provavelmente precisar de gastar mais dinheiro para apoiar algumas partes da economia que continuam em dificuldades.
O dólar continua a ganhar força com os investidores a procurarem abrigo na moeda norte-americana numa altura em que a pandemia está a agravar-se sobretudo no continente europeu. Na sessão de ontem, de queda acentuada nos mercados acionistas, o euro perdeu mais de 0,5% face ao dólar e esta terça-feira, apesar da alta das bolsas, está a cair mais 0,37% para 1,1727 dólares.
Jerome Powell disse ontem que a economia norte-americana está a melhorar, mas que tem ainda um longo caminho pela frente até à plena recuperação do impacto da pandemia de covid-19. O presidente da Reserva Federal dos EUA adiantou que a resposta económica ao coronavírus reduziu as consequências da recessão induzida pela pandemia mas sugeriu que o Congresso vai provavelmente precisar de gastar mais dinheiro para apoiar algumas partes da economia que continuam em dificuldades.
"Muitos indicadores económicos revelam uma acentuada melhoria", sublinha o presidente da Fed no texto do testumunho que vai apresentar terça-feira perante o Comité dos Serviços Financeiros da Câmara dos Representantes. Apesar dessa melhoria, "tanto o emprego como a atividade económica geral continuam bastante abaixo dos níveis anteriores à pandemia e o caminho que temos pela frente continua a ser altamente incerto", refere.

Os preços da matéria-prima estão a seguir caminhos distintos na Europa e nos Estados Unidos, mas ambos perto da "linha de água", numa altura em que a procura por petróleo em todo o mundo está a ser ameaçada pela segunda vaga de propagação de coronavírus.
Por esta altura, o Brent - que serve de referência para Portugal - ganha 0,27% para os 41,55 dólares por barril e o norte-ameriano WTI perde 0,1% para os 39,27 dólares. Ontem, ambos os ativos registaram as maiores quedas em quase duas semanas.
As novas restrições no Reino Unido e os alertas de que os Estados Unidos podem estar prestes a viver um novo ciclo de forte contágio de coronavírus fizeram recuar os investidores na sessão de ontem, juntamente com o excesso de inventários nos Estados Unidos.
Debaixo de olho está também a tempestade tropical Beta, que poderá afetar as regiões do Texas e Louisiana, no Golfo do México. Ainda assim, não são esperadas interrupções à atividade das empresas petrolíferas.
As bolsas europeias abriram a sessão desta terça-feira em alta, a corrigir do seu pior dia em mais de três meses, precipitado pelo avanço da segunda vaga de propagação do coronavírus.
O índice de referência para o continente, o Stoxx 600, ganha 0,25% para os 357,70 pontos, com praticamente todas as bolsas em alta. A única exceção é o espanhol IBEX, que ainda recupera do grande impacto sofrido ontem pelo setor da banca, após a divulgação dos FinCEN Files.
Entre os setores, destaca-se pela positiva o tecnológico, que lidera os ganhos com uma subida de 1,38%, e também para o automóvel (+0,6%). Em contraciclo está a banca, com uma desvalorização de 0,25%.
A suportar o otimismo geral estão os comentários de Jerome Powell, líder da Reserva Federal dos Estados Unidos, que se mostrou otimista com a recuperação da economia do país.
Hoje, o banco central da Suécia - o Riksbank - anunciou que iria manter as taxas de juro perto de zero e continuar com o seu programa de compra de ativos para continuar a suportar a economia local.

A alta do dólar continua a penalizar o ouro, com o metal precioso a negociar abaixo dos 1.900 dólares na segunda sessão em terreno negativo.
No mercado à vista em Londres o ouro desvaloriza 0,66% para 1.899,92 dólares. Ontem o metal precioso já tinha negociado abaixo do patamar dos 1.900 dólares, mas recuperou no final da sessão. Desde meados de agosto que o metal precioso não fecha abaixo desta fasquia. O ouro alcançou máximos históricos acima dos 2.000 dólares este verão.

Os juros da dívida portuguesa estão a cair pela segunda sessão consecutiva para mínimos do dia 4 de março deste ano, para valores pré-pandemia (0,257%).
Esta é também a tendência registada no resto da região europeia, com a taxa de referência de Itália a perder 1,3 pontos base para os 0,903% e os juros de Espanha recuarem 0,6 pontos base para os 0,242%.
Na Alemanha, os juros a dez anos estão estáveis nos -0,531%.
Os três principais índices dos Estados Unidos abriram a sessão desta terça-feira em alta, com o setor tecnológico a apoiar a recuperação após as robustas quedas de ontem.
Por esta altura, o Dow Jones ganha 0,15% para os 27.183,61 pontos e os S&P 500 avança 0,46% para os 3.296,73. Já o tecnológico Nasdaq Composite soma 0,55% para os 10.838,88 pontos.
Ainda assim, o receio de que uma forte segunda vaga de contágio do coronavírus e o contínuo impasse do Governo para o anúncio de um novo apoio orçamental para a economia está a travar maiores ganhos.
Hoje, os holofotes da Câmara dos Representantes dos Estados Unidos estarão apontados para o presidente da Reserva Federal norte-americana, Jerome Powell, quando estiver a justificar perante os congressistas a atuação recente da Fed na promoção da recuperação económica no país.
De acordo com o texto do testumunho que vai apresentar nesta terça-feira perante o Comité dos Serviços Financeiros, um dos focos de Powell estará na necessidade do Congresso chegar a um consenso para um novo pacote orçamental que proteja as pequenas e médias empresas, uma vez que considera que só o seu Main Street Lending Program - um programa de empréstimos às companhias - está a revelar-se insuficiente.

As cotações do "ouro negro" estão hoje a recuperar, depois de ontem terem registado quedas na ordem dos 5%.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, para entrega em outubro – cujo contrato expira hoje – segue a somar 0,59% para 39,54 dólares por barril.
Já o contrato de novembro do Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, sobe 0,87% para 41,80 dólares.
A ajudar à retoma das cotações está o facto de muitos analistas considerarem que as novas restrições decorrentes da covid-19 terão um impacto limitado na procura de combustível.
Os mercados estiveram nervosos com a perspetiva de nova queda da procura de combustível em países como o Reino Unido, onde o governo dirá às pessoas para voltarem a trabalhar a partir de casa e irá impor novas restrições aos pubs, bares e restaurantes. Mas hoje os ânimos melhoraram.
"Atendendo a que as novas restrições deverão ser mais localizadas, a retoma da procura por petróleo deverá manter-se, se bem que a um ritmo mais lento", comentou à Reuters um analista petrolífero da UBS, Giovanni Staunovo.
Na segunda-feira, os investidores mostraram-se bastante preocupados com o aumento dos casos de coronavírus em mercados de relevo. França viu o número de infeções crescer, Itália introduziu mais testes obrigatórios, Espanha pediu ao exército para ajudar e a Alemanha descreveu a situação como preocupante.
A moeda única europeia transaciona em queda pelo terceiro dia consecutivo face ao dólar, estando nesta altura a depreciar 0,55% para 1,1706 dólares, o que significa que negoceia nos mercados cambiais em mínimos de 27 de junho relativamente à divisa norte-americana.
Por seu turno, o dólar valoriza pela segunda sessão seguida no índice da Bloomberg que mede o comportamento da moeda norte-americana contra um cabaz composto pelas principais divisas mundiais, estando o dólar em mínimos de 27 de julho neste índice.
Esta valorização do dólar acontece no dia em que o presidente da Fed de Chicago, Charles Evans, admitiu que as taxas de juro diretoras na maior economia mundial, e que persistem em níveis próximos de zero, poderão aumentar antes ainda da meta para a taxa de inflação ser alcançada.
O metal amarelo continua a perder terreno, penalizado pela valorização do dólar, que hoje disparou para máximos de seis semanas.
O ouro a pronto (spot) segue a ceder 0,9% para 1.895,38 dólares por onça no mercado londrino.
No mercado nova-iorquino (Comex), os futuros do ouro perdem 0,5% para 1.900,20 dólares por onça.
A apreciação do dólar continua a ser um fator de pressão para o metal precioso, uma vez que é denominado na moeda norte-americana e fica menos atrativo como investimento alternativo.
A nota verde, que é também considerada um ativo de refúgio, escalou hoje para máximos de seis semanas face a um cabaz de moedas de referência, diminuindo assim a procura por ouro.
Os juros das dívidas públicas no espaço do euro estão novamente em queda nesta terça-feira, com as "yields" dos periféricos a renovarem mínimos de março no prazo a 10 anos e a de Itália a recuar para o valor mais baixo em quase um ano.
As taxas de juro associadas aos títulos soberanos de Portugal e da Espanha caem respetivamente 1,1 e 1,6 pontos para 0,252% (mímimo de 3 de março) e 0,232% (mínimo de 6 de março) na segunda queda seguida.
Já a "yield" referente às obrigações transalpinas com maturidade a 10 anos recua 5,2 pontos base para 0,863%, estando assim em mínimos de 9 de outubro do ano passado. A justificar esta descida acentuada estão os resultados das eleições regionais que decorreram na Itália e que ficaram longe do pretendido pela Liga de Matteo Salvini. Os resultados eleitorais permitiram ao primeiro-ministro italiano, Giuseppe Conte, consolidar a sua posição, o que o levou a garantir que ficará em funções como chefe de governo "até 2023".
Em sentido inverso, ao verem reduzido o respetivo valor enquanto ativo de refúgio, os juros correspondentes aos títulos soberanos (bunds) da Alemanha com prazo a 10 anos sobem 2,6 pontos base para -0,505%.
As principais praças europeias dividiram-se entre o verde e o vermelho, mas o índice que reúne as 600 maiores cotadas, o Stoxx600, acabou por mostrar uma subida sólida, de 0,55% para os 358,79 pontos, depois de ter vivido o pior dia em mais de três meses.
Apesar de continuar a pairar a possibilidade de um aumento das restrições face ao crescente número de casos de covid-19, os investidores retomam o fôlego, aproveitando as quebras relevantes nas cotações para comprar mais barato. A incerteza em torno dos estímulos que poderão ser avançados também não é suficiente para refrear a compra.
Madrid e Paris destoam das pares europeias, com quebras de mais de 0,5%. Londres, Frankfurt e Amesterdão mostram ganhos perto de 1%.
Olhando aos setores contemplados no índice europeu, todos seguem em alta, com o de petróleo e gás a destacar-se. Em oposição, o turismo e o setor das matérias primas ficam pelo terreno negativo.
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