Subida do Credit Suisse dá ânimo à Europa e ofusca efeito BCE
Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados durante esta quinta-feira.
- Futuros da Europa sobem quase 2% após turbulência com Credit Suisse. Ásia negativa
- Petróleo recupera de fortes perdas. Gás desvaloriza pelo quarto dia
- Ouro valoriza ligeiramente perto de máximos de seis semanas
- Iene e franco suíço valorizam. Euro ganha face ao dólar
- Juros agravam-se com foco no BCE
- Europa recupera e valoriza à espera do BCE
- Euribor cai mais de 0,146 pontos a três, seis e 12 meses
- Wall Street abre no vermelho pressionada por subida de juros do BCE
- Turbulência nos bancos continua a dar força ao ouro
- Lagarde dá avanço tímido à moeda única
- BCE e desaires da banca mantêm petróleo no vermelho
- Juros agravam-se na Zona Euro após reunião do BCE
- Subida do Credit Suisse dá ânimo à Europa e ofusca efeito BCE
Os principais índices europeus estão a apontar para um início de sessão em terreno positivo, depois de ontem terem registado fortes perdas num dia que ficou marcado por receios em torno do Credit Suisse, após o principal acionista ter afirmado que não estaria disponível para dar mais ajuda financeira à instituição.
No entanto, ao final desta quarta-feira o Banco Nacional Suíço (SNB) indicou que iria garantir liquidez ao Credit Suisse "se fosse necessário", acrescentando já na madrugada desta quinta-feira que a instituição iria receber até 51 mil milhões de liquidez do banco supervisor.
Face a estas notícias, a pressão sobre o mercado acionista parece estar a aliviar e os futuros sobre o Euro Stoxx 600 avançam 1,9%, depois de terem chegado a subir 2,4%.
Na Ásia, a sessão foi negativa com as preocupações com o banco suíço a levarem a um renovado "sell-off" principalmente em ações relacionadas com o setor da banca. Ainda assim, na China essa queda foi acautelada após o Banco Central da China ter
O índice agregador da região, o MSCI Asia Pacific, está assim 9% abaixo do pico registado no final de janeiro, numa altura em que tem sido pressionado pela falência de três bancos nos Estados Unidos, entre eles o Silicon Valley Bank.
Na China, Xangai desceu 0,5% e, em Hong Kong, o tecnológico Hang Seng perdeu 1,5%. No Japão, o Nikkei caiu 1% e o Topix desvalorizou 1,3%. Na Coreia do Sul, o Kospi recuou 0,4%.
Os investidores devem agora virar atenções para o Banco Central Europeu que realiza hoje a sua reunião de política monetária e onde é esperada, de acordo com a Bloomberg, um aumento de 25 pontos base.
O petróleo está a valorizar e a recuperar da cotação de fecho mais baixa em 15 meses, depois de três sessões negativas com a falência de três bancos nos Estados Unidos e um efeito de turbulência nos mercados gerado pelo Credit Suisse.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, sobe 1,04% para 68,31 dólares por barril. Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, soma 1,15% para 74,54 dólares.
Os investidores estão a virar-se para as expectativas de aumento da procura por parte da China em 2023, depois de a Organização dos Países Exportadores de Petróleo ter revisto em alta o consumo do "ouro negro" por parte do maior importador do mundo.
Também a Agência Internacional de Energia revelou que espera um aumento da procura de petróleo, à medida que aumenta o tráfego aéreo e a China abandona a sua política de covid-zero.
No mercado do gás, os futuros seguem a desvalorizar pela quarta sessão consecutiva, pressionados pelas previsões de temperaturas mais quentes nos próximos dias.
O gás negociado em Amesterdão (TTF) – referência para o mercado europeu – recua 1,61%, para 42,85 euros por megawatt-hora.
O ouro segue a valorizar, embora de forma mais ligeira, mas ainda perto de máximos de seis semanas. Isto numa altura em que se formam sinais de que a Reserva Federal norte-americana poderá ser obrigada a conter-se na subida das taxas de juro, para dar algum alívio ao mercado depois do pânico gerado pelo Credit Suisse e pelos três bancos que faliram nos Estados Unidos.
No entanto o risco de contágio do Credit Suisse parece estar contido, depois de o Banco Nacional Suíço (SNB) ter indicado que iria garantir liquidez ao Credit Suisse, caso seja necessário, até um valor de 50 mil milhões de francos suíços.
O ouro soma assim 0,15% para 1.921,54 dólares por onça, ao passo que a platina sobe 1,11% para 975,46 dólares e o paládio recua 0,36% para 1.461,25 dólares.
O iene e o franco suíço estão a registar ganhos face ao dólar, apesar de a subida ter sido reduzida após Banco Nacional Suíço (SNB) ter revelado que iria garantir liquidez ao Credit Suisse "se fosse necessário", até um valor de 50 mil milhões de francos suíços.
Face à moeda norte-americana o iene sobe 0,18% para 0,0075 dólares, ao passo que o franco suíço soma 0,54% para 1,0795 dólares.
Os investidores estão agora de olhos postos na reunião de política monetária do Banco Central Europeu esta quinta-feira onde se espera uma subida das taxas de juro de 25 ou 50 pontos base.
A aguardar a decisão, o euro soma 0,25% para 1,0611 dólares. Já o índice do dólar da Bloomberg – que mede a força da nota verde contra 10 divisas rivais – recua 0,25% para 104,386 pontos.
Os juros das dívidas soberanas estão a agravar, com os investidores focados na reunião de política monetária do Banco Central Europeu esta quinta-feira e no posterior discurso da presidente, Christine Lagarde.
As "Bunds" alemãs com maturidade a dez anos, referência para a região, somam 12 pontos base para 2,238%, enquanto os juros da dívida italiana na mesma maturidade sobem 4,7 pontos base para 4,146%.
Os juros da dívida portuguesa com vencimento a dez anos agravam-se 7,8 pontos base para 3,152%. Já os juros da dívida francesa sobem 9,5 pontos base para 2,777% e os da dívida espanhola acrescem 9,2 pontos base para 3,337%.
Fora do bloco do euro, os juros da dívida britânica sobem 9,6 pontos base para 3,409%.
Os principais índices europeus estão a valorizar e a sacudir as perdas registas ontem após a turbulência causada com o Credit Suisse. A acalmar a negociação está o facto de o Banco Nacional Suíço (SNB) ter indicado que iria garantir liquidez ao Credit Suisse "se fosse necessário", acrescentando que a instituição iria receber até 51 mil milhões de liquidez do banco supervisor.
O Stoxx 600 – que reúne as 600 principais cotadas da Europa ocidental – sobe 0,71% para 439,55 pontos, após ter terminado ontem a sessão com a maior queda num ano. A registar os maiores ganhos está o setor da banca que caiu ontem quase 7% e avança hoje 1,47%.
Ainda a valorizar está o setor dos serviços financeiros, que sobe mais de 2%, os bens para casa e o retalho que ganham mais de 1%.
O Credit Suisse abriu a ganhar 40%, mas sobe agora 20,04% para 2,04 francos suíços, depois de o presidente do conselho de administração do Saudi National Bank (SNB), Ammar Al Khudairy - o maior acionista do Credit Suisse, ter afirmado esta manhã em entrevista à CNBC que o pânico nos mercados era "injustificado".
"Se olharmos para a queda do setor da banca, infelizmente, muita gente estava apenas à procura de desculpas", afirmou Khudairy.
Os investidores estão agora focados na reunião de política monetária do Banco Central Europeu, com a possibilidade de uma subida dos juros em 50 pontos base estar a ser questionada, com toda a turbulência vivida nos mercados.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão Dax somou 0,96%, o francês CAC-40 valorizou 1,16%, o italiano FTSEMIB ganhou 1,19%, o britânico FTSE 100 subiu 0,91% e o espanhol IBEX 35 pulou 1,17%. Em Amesterdão, o AEX registou um acréscimo de 0,63%.
A taxa Euribor desceu hoje 0,169 pontos a três meses, 0,146 pontos a seis e 0,303 pontos a 12 meses face a quarta-feira, depois da maior queda diária de sempre na terça-feira nos três prazos.
Na terça-feira, a taxa Euribor caiu 0,204 pontos percetuais a três meses, 0,340 pontos a seis e 0,349 pontos a 12 meses face a segunda-feira.
A taxa Euribor a 12 meses, que atualmente é a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, inverteu hoje a tendência da última sessão, ao ser fixada em 3,359%, menos 0,303 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 3,978%, verificado em 9 de março.
Segundo o Banco de Portugal, a Euribor a 12 meses já representa 43% do stock de empréstimos para habitação própria permanente com taxa variável, enquanto a Euribor a seis meses representa 32%.
Após ter disparado em 12 de abril de 2022 para 0,005%, pela primeira vez positiva desde 5 de fevereiro de 2016, a Euribor a 12 meses está em terreno positivo desde 21 de abril de 2022.
A média da Euribor a 12 meses avançou de 3,338% em janeiro para 3,534% em fevereiro, mais 0,196 pontos.
No prazo de seis meses, a taxa Euribor, que entrou em terreno positivo em 6 de junho, também recuou hoje, para 2,985%, menos 0,146 pontos, contra o novo máximo desde novembro de 2008, de 3,461%, verificado também em 9 de março.
A Euribor a seis meses esteve negativa durante seis anos e sete meses (entre 6 de novembro de 2015 e 3 de junho de 2022).
A média da Euribor a seis meses subiu de 2,864% em janeiro para 3,135% em fevereiro, mais 0,271 pontos.
No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que entrou em 14 de julho em terreno positivo pela primeira vez desde abril de 2015, baixou hoje, ao ser fixada em 2,646%, menos 0,169 pontos e contra o máximo desde novembro de 2008, de 2,978%, verificado em 10 de março.
A taxa Euribor a três meses esteve negativa entre 21 de abril de 2015 e 13 de julho último (sete anos e dois meses).
A média da Euribor a três meses subiu de 2,354% em janeiro para 2,640% em fevereiro, ou seja, um acréscimo de 0,286 pontos.
As Euribor começaram a subir mais significativamente desde 4 de fevereiro de 2022, depois de o Banco Central Europeu (BCE) ter admitido que poderia subir as taxas de juro diretoras este ano devido ao aumento da inflação na zona euro e a tendência foi reforçada com o início da invasão da Ucrânia pela Rússia em 24 de fevereiro de 2022.
Na última reunião de política monetária, em 2 de fevereiro, o BCE voltou a subir em 50 pontos base as taxas de juro diretoras, acréscimo igual ao efetuado em 15 de dezembro, quando começou a desacelerar o ritmo das subidas em relação às duas registadas anteriormente, que foram de 75 pontos base, respetivamente em 27 de outubro e em 08 de setembro.
Em 21 de julho, o BCE aumentou, pela primeira vez em 11 anos, em 50 pontos base, as três taxas de juro diretoras.
As taxas Euribor a três, a seis e a 12 meses registaram mínimos de sempre, respetivamente, de -0,605% em 14 de dezembro de 2021, de -0,554% e de -0,518% em 20 de dezembro de 2021.
As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 57 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.
Lusa
Wall Street abriu a negociação desta quinta-feira a negociar em terreno negativo, numa altura em que a negociação continua a ser pressionada pela queda de três bancos nos Estados Unidos e pela possibilidade de contágio para o restante sistema financeiro.
Os investidores estão ainda a reagir à subida de 50 pontos base nos juros diretores por parte do Banco Central Europeu.
O S&P 500 desvaloriza 0,58% para 3.869,23 pontos. Por sua vez, o industrial Dow Jones perde 0,68% para 31.657,68 pontos, enquanto o Nasdaq Composite recua 0,55% para os 11.373,03 pontos.
Entretanto, dados económicos divulgados esta quinta-feira mostram que os novos pedidos de subsídio de desemprego caíram mais que o esperado na semana passada, apontando para uma continuidade da robustez do mercado laboral, o que poderá continuar a pressionar a Reserva Federal norte-americana a subir as taxas de juro em 50 pontos base.
Entre os principais movimentos de mercado está o Fisrt Republic Bank que tomba 34,53% para 20,40 dólares por ação, após a Bloomberg ter noticiado que o banco está a pesar opções, incluindo uma venda, que permitam uma estabilização da instituição.
Os investidores estão ainda a pesar comentários do vice-presidente do Banco Central Europeu, Luis de Guindos, que afirmou na terça-feira, numa reunião do Ecofin, que alguns bancos da União Europeia podem estar vulneráveis.
Apesar de o pico da crise no Credit Suisse parecer já ter passado e os mercados estarem esta quinta-feira mais brandos, o ouro mantém-se como um ativo apetecível aos investidores.
O metal amarelo subia 0,5% pelas 14h30 (hora de Lisboa), para 1.926,90 dólares por onça, depois de ontem - com o crash do banco helvético - ter saltado para o nível mais alto desde o início de fevereiro.
Por sua vez, a prata mantém-se estável, a platina perde 0,1%, enquanto o paládio cai 1,7%.
O ouro está a subir mesmo após uma nova subida de juros em 50 pontos base pelo Banco Central Europeu - que pode abrir caminho para que, na próxima semana, a Reserva Federal norte-americana siga o mesmo rumo.
O aperto da política monetária não costuma beneficiar este ativo, que não remunera juros e se torna mais caro à medida que o dólar ganha força.
O euro teve uma reação tímida à subida das taxas de juro em 50 pontos base por Christine Lagarde, líder do BCE. A moeda única avançava ligeiramente (0,1%) face ao dólar nas primeiras horas, tendo aumentado o avanço para 0,41%, para 1,0620 dólares, às 16h00 (hora de Lisboa).
O euro avança ainda 0,11% face ao iene japonês, para 141,22 ienes, mantendo-se inalterado contra a libra esterlina e o franco suíço.
Apesar do vendaval recente nos mercados, provocado pela turbulência no setor bancário, o Banco Central Europeu manteve-se firme no seu caminho de aperto monetário, justificando a decisão com a inflação, que permanece alta.

Os preços do "ouro negro" seguem a ceder terreno, pela quarta sessão consecutiva, nos principais mercados internacionais, continuando a negociar em mínimos de dezembro de 2021.
O West Texas Intermediate (WTI), "benchmark" para os Estados Unidos, cai 0,56% para 67,23 dólares por barril.
Por seu lado, o Brent do Mar do Norte, crude negociado em Londres e referência para as importações europeias, perde 0,37% para 73,42 dólares.
O abalo no setor financeiro – depois de três bancos norte-americanos fecharem portas e de, na Europa, o Credit Suisse estar a viver uma crise – tem assustado os mercados mundiais. E o mercado petrolífero não é exceção, já que há receios de que uma crise bancária mundial possa pesar na procura por esta matéria-prima, e isto numa altura em que os investidores procuram ativos mais seguros, como as obrigações soberanas ou o ouro.
Hoje, a subida dos juros diretores em 50 pontos base por parte do Banco Central Europeu veio adensar o clima de precaução junto dos investidores.
Os juros agravaram-se de forma expressiva na Zona Euro, no mesmo dia em que o Banco Central Europeu (BCE) voltou a aumentar as taxas de juro diretoras em 50 pontos base.
A "yield" das Bunds alemãs a dez anos – "benchmark" para a Zona Euro – agravou-se em 14,4 pontos base, o aumento mais expressivo entre as principais dívidas da região, para 2,262%.
Por sua vez, os juros da dívida italiana na mesma maturidade cresceram 5,6 pontos base para 4,154%.
Já "yield" das obrigações portuguesas a dez anos subiu 10,1 pontos base para 3,175%, ao passo que as rendibilidades da dívida espanhola com o mesmo vencimento somaram 10,9 pontos base para 3,354%.

A Europa encerrou a sessão em terreno positivo, num dia em que os mercados foram tranquilizados pelo apoio do Banco Nacional Suíço ao Credit Suisse, ofuscando a subida em 50 pontos base nas taxas de juro pelo BCE.
O Stoxx 600 – que reúne as 600 principais cotadas do bloco – ganhou 1,19% para 441,64 pontos.
Entre os 20 setores que compõem o índice de referência europeu, os da tecnologia e viagens & lazer comandaram os ganhos.
Entre as principais praças europeias, Madrid avançou 1,5%, Frankfurt cresceu 1,57% e Paris ganhou 2,03%. Por sua vez, Londres valorizou 0,89%, Amesterdão ganhou 1,48% e Milão arrecadou 1,38%.
As ações do Credit Suisse estiveram no centro das atenções, ao escalar até 40% durante a sessão – maior subida de sempre. Já no final do dia, as ações aliviaram para uma subida de 19,15% para 2,02 francos suíços, depois de ontem terem registado o pior dia da sua história em bolsa e terem alcançado mínimos históricos.
A correção deve-se à decisão do Banco Nacional Suíço (SNB) de disponibilizar até 50 mil milhões de francos suíços (cerca de 50,1 mil milhões de euros ao câmbio atual) em financiamento ao banco helvético.
A par do apoio, o presidente do Banco Nacional Saudita, principal acionista do Credit Suisse, afirmou que o "pânico" criado em torno do banco suíço é "injustificado" e que nunca houve conversações entre as duas entidades sobre a necessidade de "assistência" ao banco europeu.
Além disso, esta quinta-feira após a reunião de política monetária, o vice-presidente do BCE, o espanhol Luis de Guindos, assegurou que a exposição da banca europeia ao Credit Suisse "é limitada" e "não concentrada".
Paralelamente, a presidente da instituição, Christine Lagarde, frisou que o BCE detém uma "caixa de ferramentas" para fornecer liquidez ao sistema financeiro, caso seja necessário.
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