pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque

Europa pintada de verde após trégua temporária com EUA. Thyssenkrupp soma 9%

Acompanhe aqui, minuto a minuto, o desempenho dos mercados desta segunda-feira.

bolsas mercados graficos traders euronext
bolsas mercados graficos traders euronext Kamil Zihnioglu/AP
26 de Maio de 2025 às 17:59
Trégua nas tarifas dá força à Europa. BYD afunda 6% e arrasta China para o vermelho

As bolsas europeias preparam-se para abrir em território positivo, depois de o Presidente dos Estados Unidos ter decidido adiar a imposição de tarifas de 50% a todas as importações provenientes da União Europeia para o dia 9 de julho, após um contacto telefónico com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen. Estas movimentações seguem-se a uma sessão mista na Ásia.

"A estratégia tarifária de Trump começa a demonstrar um padrão claro: ameaças de taxas de grande magnitude seguidas por pausas que abrem a janela a negociações", explica Tim Waterer, analista de mercados da KCM Trade, à Bloomberg. "Os investidores estão a começar a entender bem esta estratégia, com o vaivém em relação à União Europeia a ser o exemplo mais recente", conclui, 

Na Ásia, apesar de a maioria das praças da região ter conseguido encerrar em alta, a China destoou deste cenário. O Hang Seng, de Hong Kong, recuou 1,16%, enquanto o Shanghai Composite cedeu apenas 0,13%, numa sessão também marcada pelas perdas do CSI 300 - o "benchmark" da negociação continental -, que deslizou 0,70%. 

A BYD afundou 6,05% para 380,50 yuans e arrastou o resto do setor automóvel chinês para o vermelho, depois de a fabricante de automóveis elétricos e híbridos ter cortado os preços nos seus modelos Dynasty e Ocean só para a China. Os analistas temem uma intensificação da guerra de preços no país, o que pode ter um impacto negativo nas margens das empresas.

Já pelo Japão, o otimismo está de volta, com o Nikkei 225 e o Topix a registarem avanços de 0,86% e 0,46%, respetivamente. A Nippon Steel chegou a crescer mais de 7% no início da sessão, depois de Donald Trump ter apoiado a compra da U.S. Steel por parte da empresa japonesa por 14,9 mil milhões de dólares. Entretanto, os ganhos foram reduzidos para apenas 2%.

Nas restantes praças asiáticas, o sul-coreano Kospi encerrou a sessão a valorizar 1,15%, enquanto o australiano S&P/ASX 200 terminou na linha d'água, ao crescer 0,01%. 

Petróleo em alta com recuo das tensões comerciais
Petróleo em alta com recuo das tensões comerciais

O barril de petróleo está a negociar em alta esta segunda-feira, numa altura em que os investidores digerem os mais recentes avanços e recuos na guerra comercial entre EUA e os seus parceiros. Este domingo, Donald Trump deu mais um passo atrás e decidiu adiar a imposição de tarifas de 50% a todos os bens oriundos da União Europeia (UE). 

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – valoriza a esta hora 0,31% para os 61,72 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,32% para os 64,99 dólares por barril. 

"Apesar do adiamento do prazo de imposição de tarifas com a UE ter dado um apoio imediato ao mercado petrolífero, as atenções esta semana continuam centradas nas políticas de produção da OPEP+ (Organização dos Países Exportadores de Petróleo e aliados)", começa por explicar Warren Patterson, estratega de "commodities" da ING Groep, à Bloomberg. "Acreditamos que o grupo vai optar por outro grande aumento da produção, deixando o mercado com grandes níveis de oferta na segunda metade do ano", conclui. 

Já na frente geopolítica, o Presidente norte-americano mostrou algum otimismo em torno das negociações com o Irão, depois de representantes dos dois países terem-se encontrado em Roma na semana passada. Os dois lados já se mostraram disponíveis para chegar a acordo, o que poderia levar ao fim das sanções contra o crude iraniano, mas o programa nuclear de Teerão continua a causar atrito nas discussões. 

Desde meados de janeiro, quando Donald Trump assumiu as rédeas dos EUA, o petróleo tem tido dificuldade em ganhar terreno. Os preços chegaram a cair abaixo dos 60 dólares por barril, com a guerra comercial a levantar preocupações com a procura pela matéria-prima, numa altura em que o mercado já tem demasiada oferta e não a consegue escoar. 

Ouro perde algum brilho com trégua entre EUA e UE
Ouro perde algum brilho com trégua entre EUA e UE

O ouro está a corrigir de máximos de duas semanas, numa altura em que a trégua temporária entre EUA e União Europeia (UE) está a reduzir o prémio de risco sobre o metal precioso. Após uma conversa telefónica com Ursula Von der Leyen, Donald Trump decidiu adiar a entrada de tarifas de 50% sobre os bens oriundos do bloco de 27 países para 9 de julho. 

O metal amarelo recua 0,69% para 3.334,36 dólares por onça, depois de ter fechado a semana passada com uma valorização de 2%. As ameças de Trump contra a UE fizeram com que os investidores fugissem do risco e apostassem no ouro como um ativo de refúgio, num clima de grande incerteza económica e geopolítica. 

"Há um sentimento de alívio no mercado depois da pausa nas tarifas contra a UE - o que está a enfraquecer a exposição dos investidores ao ouro", explica Kyle Rodda, analista de mercados financeiros da Capital.com, à Reuters. No entanto, Rodda aponta para uma tendência positiva em torno do metal precioso, principalmente numa altura em que os investidores fogem de ativos norte-americanos. 

Desde o arranque do ano, o ouro já valorizou mais de 40%, impulsionado pelos receios de um desaceleramento económico com a guerra comercial dos EUA. O metal precioso beneficia ainda de uma corrida ao ouro por parte de vários bancos centrais por todo o mundo, que se estão a afastar do dólar devido à mais recente volatilidade nos mercados. 

Euro toca máximos de um mês e ultrapassa os 1,14 dólares
Euro toca máximos de um mês e ultrapassa os 1,14 dólares

As tréguas temporárias entre EUA e União Europeia (UE) estão a dar força ao euro, que negoceia em máximos de quase um mês esta segunda-feira. A moeda comum europeia chegou a ultrapassar os 1,14 dólares, numa altura em que os investidores celebram uma abertura nas negociações entre as duas superpotências. 

Entretanto, o euro reduziu os ganhos e encontra-se a crescer apenas 0,27% para 1,1393 dólares, tendo chegado a valorizar 0,50% para 1,1419 dólares. Já a libra também capitaliza com esta pausa e ganha 0,24% para 1,3569 dólares, enquanto a "nota verde" consegue recuperar terreno face à divisa japonesa, ao valorizar 0,21% para 142,86 ienes. 

"A tendência 'Sell America' [que vê os investidores a reduzirem a sua exposição a ativos norte-americanos], que obviamente dominou os mercados em abril, está de volta", declara Ray Attrill, diretor de pesquisa do mercado cambial do National Australia Bank, à Reuters. "Os mercados preveem que as tarifas entre EUA e UE não fiquem nos 50%, mas como vamos chegar a esse momento é ainda uma incógnita", explica. 

Esta tendência de venda de ativos norte-americanos está ainda a ser exacerbada pelo megapacote de isenções fiscais aprovado na semana passada pela Câmara dos Representantes dos EUA. De olho nos mercados, Donald Trump já veio avisar que é provável que a legislação sofra mudanças "significantes" antes de receber a luz verde no Senado.

Por agora, agências não-partidárias estimam que este megapacote degrade as contas públicas do país de forma siginificativa, adicionando mais 3,8 biliões de dólares a um défice que já vai nos 36,2 biliões na próxima década. 

Juros agravam-se na Zona Euro com investidores à espera de Lagarde

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro estão a agravar-se esta segunda-feira, numa altura em que os investidores aumentam a exposição ao risco após a trégua temporária entre EUA e União Europeia (UE). O foco vira-se agora para as intervenções de Christine Lagarde, presidente do Banco Central Europeu (BCE), e Joachim Nagel, presidente do Bundesbank, que podem dar pistas aos mercados sobre o futuro da política monetária do bloco de países.

Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, avançam 4,2 pontos para 2,606%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade agrava-se em 3,2 pontos para 3,290%. 

Já nos países do sul da Europa, os juros da dívida soberana de Portugal aumentam 3,8 pontos para 3,105%, enquanto a "yield" das obrigações espanholas salta quatro pontos para 3,227%. Por sua vez, em Itália, os juros a dez anos sobem 3,9 pontos para 3,621%. 

As "Gilts" britânicas e as "Tresuries" norte-americanas não negoceiam esta segunda-feira, devido à celebração de feriados locais. 

Europa recupera de "sell-off" após tréguas entre EUA e UE
Europa recupera de 'sell-off' após tréguas entre EUA e UE

As bolsas europeias estão a negociar em alta e a recuperar das perdas registadas na última sessão, depois de Donald Trump ter anunciado que iria adiar a imposição de taxas de 50% sobre todos os produtos oriundos do bloco de países até 9 de julho - a data em que estava inicialmente previsto entrarem em vigor as tarifas "recíprocas", anunciada no "dia da libertação". 

Os investidores mostram-se, assim, mais convencidos que será possível alcançar um acordo entre as duas superpotências. Neste contexto, o Stoxx 600 - "benchmark" para a negociação europeia - avança 0,91% para 550,08 pontos, apagando por completo as perdas registadas na sexta-feira. Entre os vários setores que compõe o índice, o destaque vai para o tecnológico e industrial que encabeçam os ganhos. Também o setor automóvel e as ações de luxo, bastante sensíveis às tarifas norte-americanas, estão a recuperar esta manhã. 

"Os investidores já começam a conhecer bem as estratégias de Donald Trump e o mais recente vaivém com a União Europeia é o mais recente exemplo disto", começa por explicar Tim Waterer, analista de mercados da KCM Trade, à Bloomberg "Estamos a começar a ver os mercados a moderar os níveis de volatilidade em resposta às apostas de Trump em termos comerciais", conclui. 

As praças europeias estão ainda a beneficiar de uma redução da exposição a ativos norte-americanos por parte dos investidores, numa altura em que os receios em torno de uma desaceleração económica - com o cenário de recessão ainda em cima da mesa - e de uma degradação das contas públicas continua a assustar os participantes do mercado. 

Entre as principais praças da Europa ocidental, Madrid avança 1%, Frankfurt aumenta 1,59%, Paris recupera 1,14%, enquanto Amesterdão salta 1% e Milão valoriza 1,19%. A bolsa de Londres encontra-se encerrada esta segunda-feira, devido à celebração de um feriado local. 

O destaque vai para a Thyssenkrupp, que dispara quase 6%, depois de a fabricante de componentes de automóveis e submarinos, entre outros produtos industriais, ter anunciado uma assembleia com os seus acionistas para aprovar um "spin-off" da sua divisão de navios de guerra.

Euribor cai a três e a seis meses para novos mínimos desde finais de 2022

A Euribor desceu hoje a três, a seis e a 12 meses em relação a sexta-feira, nos dois prazos mais curtos para novos mínimos desde dezembro e outubro de 2022, respetivamente.

Com as alterações de hoje, a taxa a três meses, que baixou para 2,039%, ficou abaixo das taxas a seis (2,089%) e a 12 meses (2,082%).

A taxa Euribor a seis meses, que passou em janeiro de 2024 a ser a mais utilizada em Portugal nos créditos à habitação com taxa variável, recuou hoje, ao ser fixada em 2,089%, menos 0,012 pontos e um novo mínimo desde 28 de outubro de 2022.

Dados do Banco de Portugal (BdP) referentes a março indicam que a Euribor a seis meses representava 37,65% do 'stock' de empréstimos para a habitação própria permanente com taxa variável.

Os mesmos dados indicam que as Euribor a 12 e a três meses representavam 32,39% e 25,67%, respetivamente.

No prazo de 12 meses, a taxa Euribor também caiu, ao ser fixada em 2,082%, menos 0,014 pontos do que na sexta-feira.

No mesmo sentido, a Euribor a três meses, que está abaixo de 2,5% desde 14 de março passado, recuou para 2,039%, menos 0,009 pontos e um novo mínimo desde 09 de dezembro de 2022.

Em abril, as médias mensais da Euribor caíram fortemente nos três prazos, mais intensamente do que nos meses anteriores e no prazo mais longo (12 meses).

A média da Euribor a três, a seis e a 12 meses em abril desceu 0,193 pontos para 2,249% a três meses, 0,183 pontos para 2,202% a seis meses e 0,255 pontos para 2,143% a 12 meses.

Em 17 de abril, na última reunião de política monetária, o Banco Central Europeu (BCE) desceu a taxa diretora em um quarto de ponto para 2,25%.

A descida, antecipada pelos mercados, foi a sétima desde que o BCE iniciou este ciclo de cortes em junho de 2024.

A próxima reunião de política monetária do BCE realiza-se em 05 e 06 de junho em Frankfurt.

As Euribor são fixadas pela média das taxas às quais um conjunto de 19 bancos da zona euro está disposto a emprestar dinheiro entre si no mercado interbancário.

* Lusa

Petróleo perde terreno enquanto mercado espera pela reunião da OPEP+
Petróleo perde terreno enquanto mercado espera pela reunião da OPEP+

Os preços do petróleo desce ligeiramente esta segunda-feira, em dia pouca negociação nos mercados devido a um feriado nos EUA, e também num momento em que os investidores parecem deixar de lado o adensar de tensões entre os EUA e a Rússia e do adiamento das tarifas de Trump sobre a UE, e focam-se antes na entrada de mais "ouro negro" no mercado por parte da Organização de Países Exportadores de Petróleo e aliados (OPEP+) já em julho. 

O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – desvaloriza a esta hora 0,05% para os 61,50 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – avança 0,11% para os 64,14 dólares por barril. 

Durante o fim de semana, a Casa Branca decidiu adiar para 9 de julho as tarifas de 50% que os EUA vão aplicar aos países da União Europeia, após uma chamada com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. 

O aliviar das tensões entre os dois blocos conseguiu dar algum alento ao mercado durante a manhã, apoiado ainda pelas acusações de Trump ao homólogo Putin, levantando preocupações que poderiam afetar a procura por combustível. O presidente norte-americano chamou esta segunda-feira "louco" ao homólogo russo, Vladimir Putin, e admitiu a possibilidade de avançar com novas sanções económicas à Rússia, o que se iria traduzir em menos crude no mercado já em excesso de "stock", como os especialistas têm vindo a alertar desde o ano passado. 

No entanto, o foco voltou ao aumento da oferta do cartel, que poderá, no próximo domingo, optar pelo aumento de produção - mais 411 mil barris por dia -, já em julho. 

"O mercado de matérias-primas reagiu como esperado ao facto de Trump ter adiado as tarifas sobre a UE. A reunião da OPEP+ também está claramente no centro das atenções, dado o risco de um novo aumento da produção", disse Ole Hansen, do Saxo Bank A/S, à Bloomberg. 

Trump, entretanto, expressou otimismo em relação às conversações com as autoridades iranianas, uma vez que procura impor limites ao programa nuclear da República Islâmica. Os EUA e o Irão mantiveram-se em negociações na semana passada que podem resultar num acordo, acreditam os analistas. 

Ouro derrapa após adiamento de tarifas sobre UE
Ouro derrapa após adiamento de tarifas sobre UE

Os preços do ouro chegaram a cair quase 1% esta segunda-feira, depois de o presidente dos EUA, Donald Trump, ter retirado a ameaça de impor as tarifas de 50% sobre produtos da União Europeia a partir de junho, reduzindo a procura por ativos seguros, como o metal amarelo. 

A esta hora, a onça de ouro cede 0,51% para 3.340,42 dólares, pressionado ainda pela pouca movimentação dos mercados dos EUA, que estão encerrados devido ao feriado do Memorial Day. 

A travar maiores quedas do metal esteve o escalar de tensões entre os EUA e a Rússia, isto depois de Moscovo ter atacado, pela terceira noite consecutiva, a Ucrânia. Trump chamou mesmo Putin de "louco" e admitiu impor mais sanções à Rússia depois dos novos ataques. 

Assim, a semana começa mal para o ouro, que vem da melhor semana em mais de um mês. O UBS acredita que o ouro ainda tem por onde subir nos próximos meses e que pode voltar a negociar na fasquia dos 3.500 dólares por onça. 

Já o Citi reviu em alta o "target" dos preços do metal amarelo num prazo de três meses, de 3.150 dólares para 3.500 dólares por onça, devido às políticas comerciais dos EUA, os riscos geopolíticos e as preocupações com o orçamento norte-americano.

Dólar em queda após EUA adiarem tarifas à UE. Euro avança
Dólar em queda após EUA adiarem tarifas à UE. Euro avança

O euro atingiu máximos de um mês em relação ao dólar norte-americano esta segunda-feira, após o presidente dos EUA, Donald Trump, ter dado um passo atrás na guerra comercial contra a União Europeia. 

Este domingo à noite, a Casa Branca anunciou que iria adiar até julho a imposição de tarifas de 50% a produtos importados do bloco europeu, após Trump ter feito uma chamada "produtiva" com a presidente da Comissão Europeia, Ursula Von der Leyen. O bloco pediu tempo para "chegar a um bom acordo".

Já o dólar continuou o trajeto de declínio em relação aos pares, já que as reversões de política comercial de Washington, bem como o megaprojeto orçamental e de cortes de impostos nos EUA, que Trump disse que iria sofrer mudanças significativas, afastaram os investidores dos ativos norte-americanos. 

O euro avança assim 0,13% para 1,138 dólares e ganha 0,28% face à divisa nipónica, para 162,48 ienes. Já o dólar sobe 0,14% para 142,77 ienes.

O índice do dólar perde 0,10% para 99,02 pontos, depois de ter atingido o nível mais baixo em quase dois anos. Desde o arranque do ano, o indicador já perde mais de 7% e deve eliminar os ganhos do ano passado - quando acelerou mais desde 2015. 

O CEO da ActivTrades Europe, Ricardo Evangelista, afirma que "a mais recente reviravolta política em Washington — suspendendo a decisão, anunciada na sexta-feira, de impor uma tarifa de 50% sobre produtos da UE a partir de 1 de junho, agora adiada para 9 de julho — impulsionou o apetite pelo risco nos mercados, dando suporte às moedas mais sensíveis ao risco e ao euro. Neste contexto, mantém-se o potencial de nova desvalorização do dólar, à medida que os agentes de mercado reagem à volatilidade em Washington, desfazendo-se de ativos denominados em dólares", numa nota a que o Negócios teve acesso.

Grande parte da queda do dólar nos últimos meses foi em benefício do euro, já que os investidores miraram outros mercados que não os norte-americanos. A moeda única pode tornar-se numa alternativa viável à "nota verde" - a moeda de reserva mundial -, isto se os governos europeus puderem fortalecer a arquitetura financeira e de segurança do bloco, segundo a presidente do Banco Central Europeu, Christine Lagarde.

Juros aliviam na Zona Euro após Lagarde e trégua nas tarifas

Os juros das dívidas soberanas da Zona Euro aliviaram esta segunda-feira, num dia em que os investidores pesaram a trégua temporária entre EUA e União Europeia (UE) e digeriram as palavras da presidente do Banco Central Europeu (BCE).

Christine Lagarde defendeu esta segunda-feira que o euro pode vir a desempenhar um "papel internacional maior" com a guerra comercial e acredita que a moeda única europeia pode ganhar estatuto e assumir a liderança como moeda de referência no sistema monetário face à queda do dólar norte-americano.

Neste contexto, os juros das "Bunds" alemãs a dez anos, que servem de referência para a Zona Euro, cairam 0,7 pontos para 2,558%, enquanto a "yield" das obrigações francesas com a mesma maturidade recuou em 2,4 pontos para 3,234%.

Já nos países do sul da Europa, os juros da dívida soberana de Portugal cederam 1,4 pontos para 3,053%, enquanto a "yield" das obrigações espanholas aliviaram 1,3 pontos para 3,174%. Por sua vez, em Itália, os juros a dez anos perderam três pontos para 3,552%.

As "Gilts" britânicas e as "Tresuries" norte-americanas não negoceiam esta segunda-feira, devido à celebração de feriados locais.

Europa pintada de verde após trégua temporária com EUA. Thyssenkrupp soma 9%
Europa pintada de verde após trégua temporária com EUA. Thyssenkrupp soma 9%

As bolsas europeias negociaram em alta na primeira sessão da semana e recuperaram das perdas registadas na passada sexta-feira, depois de Donald Trump ter anunciado que iria adiar a imposição de taxas de 50% sobre todos os produtos oriundos do bloco de países até 9 de julho.

A decisão da Casa Branca surgiu após um telefonema com a presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, que afirmou este domingo que "a Europa está pronta para avançar com as negociações de forma rápida e decisiva", mas "um bom acordo" precisará de "tempo até 9 de julho", na rede social X.

Os analistas acreditam assim que muita volatilidade ainda está por vir. As medidas inconstantes de Trump deixam os mercados em sobressalto, sem saber o que esperar. "O mercado de ações parece dançar ao som de Trump: primeiro uma ameaça, depois um recuo, rapidamente seguido de uma recuperação, uma vez que os investidores especulativos antecipam uma concessão por parte do Presidente dos EUA", disse Jochen Stanzl, da CMC Markets, à Bloomberg. Diz ainda que o chamado "padrão Trump" foi reforçado depois do anúncio e que é cada vez mais visto como "uma estratégia de sucesso para investidores tolerantes ao risco". 

Já Frederic Rozier, gestor de carteiras na Mirabaud France, diz que já se sente "o cansaço dos investidores em relação a este vaivém e há o risco de o sentimento se desgastar à medida que os mercados andam em círculos sobre as tarifas. A única coisa que sabemos é que mesmo que haja um acordo, haverá um custo para as ações europeias".

Para já, os investidores mostraram-se mais convencidos que será possível alcançar um acordo entre as duas super potências e correram para os ativos de risco. O Stoxx 600 - "benchmark" para a negociação europeia - avançou 0,99% para 550,50 pontos, apagando por completo as perdas registadas na sexta-feira.

Entre as principais praças da Europa ocidental, Madrid somou 0,83%, Frankfurt aumentou 1,68%, Paris ganhou 1,21%, enquanto Amesterdão saltou 0,82% e Milão valorizou 1,3%. A bolsa de Londres encontra-se encerrada esta segunda-feira, devido à celebração de um feriado.

Já nos movimentos empresariais, o destaque vai para a Thyssenkrupp, que ganhou quase 9% após ter anunciado que pretende vender participações nas diferentes divisões da empresa, que vão desde o aço, aos componentes automóveis e aos submarinos. O CEO da empresa planeia transformá-la numa "holding" com posições em diferentes áreas de negócio, o que lhe permitirá reduzir os custos.

A Volvo subiu mais de 2% depois de ter anunciado planos para eliminar cerca de 7% da sua força de trabalho para cortar custos e "proteger os lucros".

As ações ligadas ao setor automóvel recuperaram da queda de 3% da sessão anterior e fecharam com ganhos de 1,7%. O setor está particularmente sensível à ameaça de tarifas norte-americanas, já que são das maiores exportações da União Europeia para os Estados Unidos. A BMW e a Mercedes-Benz ganharam mais de 2%.

Já a Zealand Pharma liderou os ganhos no "benchmark" ao somar 10%.

Ver comentários
Publicidade
C•Studio