Provavelmente o verão mais fresco do resto das nossas vidas, ou talvez não!
A grande questão é que somente uma parte do tecido civilizacional provocou o atual desequilíbrio ambiental do planeta, mas a fatura tem de ser paga por todos, mesmo daqueles que nunca usufruíram dos lucros causados pela ação em causa.
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Os sucessivos registos climatológicos que vão sendo noticiados pela comunicação social, tanto a nível nacional como internacional, não são animadores. As situações recentemente vividas nos diversos quadrantes do mundo já tinham sido previstas, desde o início das regulares conferências sobre o clima (as famosas COP), o que não se esperava é que chegassem tão cedo. Este era supostamente o desafio de sobrevivência da geração dos nossos filhos ou netos. Pois estávamos errados. Este é já um desafio para a nossa geração, a juntar a tantos outros que já temos, e a culpa é toda nossa. Senão vejamos: cientificamente falando, as ações antrópicas sobre o meio ambiente têm sido o maior catalisador do atual mau estado ambiental do planeta, havendo um reconhecimento evidente desta relação desde o início da revolução industrial. Esta relação de causa e efeito tem sido motivo de debate recorrente nas conferências do clima em que, com base nos indicadores do passado, se projetam os possíveis cenários para o futuro. No entanto, o valor limite para estancar esta escalada de temperatura global, projetado anteriormente para um futuro distante, já está dentro da nossa linha de horizonte temporal. Sabíamos, observávamos, mas mantivemos o tradicional “business as usual”. Por exemplo, analisando os valores da produção global dos hidrocarbonetos desde o início das conferências do clima (Berlim, 1995), facilmente se observa um aumento constante da produção em vez de uma suposta diminuição. Ou seja, identificámos o problema, mas não erradicamos a base do mesmo, pelo contrário. Lá está: “business as usual”, mais hidrocarbonetos, mais CO2.
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