Um bom jornal sabe que pode ser fuzilado e avança pela força das ideias que transporta. Morre e renasce por elas.
O aumento dos impostos indiretos, escolha assumida desde a primeira hora para ajudar a compensar a redução dos impostos e contribuições extraordinárias sobre o trabalho a uma velocidade superior ao que parecia possível, serviu bem as necessidades das pessoas e do Estado sem pôr em risco a recuperação da economia. Pelo contrário, a troca funcionou em pleno.
Mesmo num meio lamentável como o do futebol, o contrário de uma liga de cavalheiros, Carvalho conseguiu o que parecia impossível: tornar-se infinitamente pior do que todos os outros dirigentes desportivos juntos.
António Costa diz uma coisa, Rui Rio digere (reflete? Hesita? Adia?) e então lá vem a galope Montenegro, mãos livres ao vento, explicar às massas o justo caminho.
Tem razão a gestão de António Mexia sobre o preço oferecido pela China Three Gorges para concretizar a OPA sobre a EDP. É baixo e terá de subir.
O Programa de Estabilidade chama-se assim porque é esse o objetivo que persegue: a estabilidade financeira e económica do país.
A ideia de ter um governo-sombra, como quer Rui Rio, revela-se sempre melhor no papel do que na realidade por um motivo evidente: em Portugal, a oposição não recebe informação de qualidade em tempo útil. Conhece os números do INE ao mesmo tempo que o comum dos mortais.
Chamam-lhe maquilhagem contabilística, malabarismo e até vudu. Não há nada que já não tenha sido dito sobre as contas da Associação Mutualista Montepio.
Os utilizadores do Facebook e do Instagram têm pela frente 3700 palavras antes de clicar no quadradinho que transfere para as duas redes sociais de Mark Zuckerberg o poder de fazer demasiadas coisas com a informação recolhida. Os fãs do Twitter estão um pouco pior: têm de ler 11 mil palavras.
Se o jornalismo é o primeiro rascunho da história, então andamos muito mal servidos de rascunhos. Porque o que genericamente temos hoje não é sequer um instantâneo bem conseguido da realidade, mas, sim, uma produção fotográfica, como as que se fazem nas revistas de moda - uma ficção para vender uma mensagem.
Claro que Assunção se julga melhor do que o presidente do PSD, o contrário é que seria notícia - e que espantosa notícia. A líder do CDS julga-se melhor do que Rio como se julga melhor do que António Costa, Catarina Martins e Jerónimo de Sousa.