Passou meio despercebido o conservadorismo orçamental do Governo em 2020. A ausência de surpresa diz até que ponto os media e a opinião publicada já interiorizaram uma das mudanças centrais nas prioridades governativas do Partido Socialista: assegurar contas públicas equilibradas. Esta mudança teve a ver tanto com finanças públicas, como com política: o PS precisava de largar a imagem de irresponsabilidade financeira com que ficara na crise de 2011. Mas não deixa de ser digno de nota, por razões financeiras e políticas, que um Governo socialista minoritário mantenha uma orientação conservadora nas finanças, mesmo perante uma crise económica e social como a de hoje.