Nos dias a seguir à invasão da Ucrânia, enquanto os países da União Europeia debatiam nos bastidores as sanções que iriam impor à Rússia, as grandes empresas europeias de energia aumentaram as compras de gás natural russo. O bloqueio do acesso ao sistema SWIFT deixou de fora os bancos russos por onde passam a maior parte das transacções do gás. As sanções são realmente pesadas – sobretudo a que pretende tirar margem de actuação ao Banco Central da Rússia para usar quase metade das suas reservas cambiais –, mas todos os dias saem da Europa perto de 700 milhões de euros em compras de gás russo. Essa linha de oxigénio para a estratégia de Vladimir Putin não desapareceu – e dificilmente desaparecerá depressa.