O novo normal (por agora) dos excedentes
As contas públicas serão um tema muito secundário na campanha, um trunfo agora a favor de Montenegro. Três anos de excedentes traduzem um novo normal na democracia portuguesa. Mas é bom olhar por baixo do excedente - e ter cuidado antes de declarar o fim da história.
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"Perante estes dados", escreveram ontem os economistas do BPI numa nota, "tudo indica que o novo normal quando falamos de contas públicas é discutirmos a dimensão do excedente orçamental". "Estes dados" são os do excedente orçamental de dois mil milhões de euros em 2024, mais do dobro (em valor) do que o Ministério das Finanças estimara apenas seis meses antes. O ano passado foi o terceiro em democracia com um saldo positivo nas contas públicas e tudo indica que 2025 poderá ser o quarto. Esta é uma transformação política difícil de desvalorizar. Não conta, no entanto, a história toda sobre as finanças públicas - nem afasta riscos como o motivado por outra mudança na política: a instabilidade governativa.
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