A demissão de todos os chefes de equipa da urgência de cirurgia no Hospital de Santa Maria é mais um sinal de um enorme problema que aflige o Serviço Nacional de Saúde: a sua gestão. Lendo a carta escrita pelos médicos demissionários percebe-se que o que está ali em causa não é uma reivindicação por um salário melhor, mas por condições de trabalho razoáveis. Os chefes de equipa explicam que os sobrecarregados médicos sob as suas ordens – num serviço que trata muitas pessoas em situações graves – se recusam a fazer mais horas extraordinárias além das previstas na lei. Ficamos sem saber se faltam meios, a queixa habitual no SNS, mas confirmamos que falta gestão: a carta refere problemas dessa natureza.