No início do século XXI, tinha o projeto ambicioso de se tornar um estado supranacional dotado de bens cruciais que lhe permitiriam exercer a sua influência como potência mundial. O fracasso da constituição europeia, a mais recente crise financeira global que levou a uma renacionalização da Europa e, por fim, o Brexit, contudo, enfraqueceram gravemente esse projeto. Como se não bastasse, a Europa já não tem uma narrativa que una a sua população. O discurso que outrora versava sobre paz e prosperidade já não parece motivar a população, muito menos a nova geração. Vivemos numa nova era de desordem multipolar em que várias potências emergentes disputam a supremacia e desafiam os princípios de uma ordem mundial assente nos pressupostos europeus considerados universais, mas que a Europa já não tem meios para defender. Enquanto o seu principal aliado, os Estados Unidos, se retira de cena, a aspirante a superpotência China procura a hegemonia global com o apoio de várias potências e nações que visam desafiar o mundo ocidental num jogo de soma nula cada vez mais perigoso.