A grande muralha da China
No meio do denso fumo poluente que tem tornado irrespirável grande parte das maiores cidades chinesas, a China aprovou no domingo uma nova lei antiterrorista que prevê reforçar as medidas de segurança. É a sua nova Grande Muralha.
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Era uma lei já esperada e revela uma atitude mais agressiva da direcção política chinesa contra o que considera actos contra o Estado. Um dos artigos da nova lei proíbe a divulgação de detalhes de actividades terroristas, algo que possa motivar outros actos semelhantes, algo que os Estados Unidos e a União Europeia vêem como uma forma de limitar a liberdade de expressão e de reforçar as medidas de vigilância da comunicação social no país. A recente expulsão da correspondente da revista francesa "L'Obs (Le Nouvel Observateur)" de Pequim, depois de reportar sobre a situação no Xinjiang, zona de maioria muçulmana na China, é já vista como uma das medidas que reflectem a nova posição da liderança de Xi Jinping. Numa altura em que as acções contra alguns empresários conhecidos no exterior, tal como o líder da Fosun, evidenciam o poder de Pequim junto da economia do país, esta nova lei é apenas um reflexo da atitude que o Partido Comunista tem vindo a defender de há algum tempo face à "liberdade" reinante na internet. Há poucos dias Xi Jinping defendeu o direito de a China ter uma internet "soberana", ou seja, limitada pelas concepções políticas do Estado chinês.
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