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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
14 de Novembro de 2018 às 20:15

O futebol e o vil metal

Os clubes ricos e poderosos querem jogar segundo as suas próprias guerras, criando um "Clube do Bolinha" à sua medida. O resto dos clubes europeus farão parte da classe média ou dos excluídos.

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Há alguns anos, Arsène Wenger, então treinador do Arsenal, virou-se para os seus jogadores e disse-lhes, olhos nos olhos: "Esqueçam o dinheiro." Ele, sempre um céptico sobre os valores exorbitantes que se movem no futebol moderno, disse-lhes para se esquecerem de querer ganhar ainda mais dinheiro e concentrarem-se na "verdadeira experiência": jogar futebol. Hoje isso soa tão inocente como o filme "Mary Poppins": o futebol é, sobretudo, dinheiro. Ninguém está inocente: nem a FIFA, nem a UEFA, nem os grandes clubes europeus, nem os proprietários de clubes, nem os dirigentes dos principais emblemas portugueses. Só que, até agora, vivia-se num mundo de aparências: todos pareciam iguais, embora alguns fossem mais iguais do que os outros. Os contos de fadas desapareceram e vinham antecipados pela transformação da Taça dos Campeões Europeus em Liga dos Campeões. Hoje nem todos os campeões nacionais na Europa podem vencer a competição. E os clubes portugueses estão cada vez mais longe de poderem sequer sonhar com isso, mesmo que alguns dirigentes usem esse desiderato para animar as suas tropas fiéis. Os documentos revelados sobre a "conspiração" dos principais clubes europeus para criar uma Liga fechada é o golpe mortal na igualdade de oportunidades que o futebol permitia.

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