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Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
19 de Setembro de 2016 às 21:05

O grande caos líbio

A Líbia tornou-se a grande aposta das acções do Daesh. E o Ocidente, depois dos erros cometidos quando derrubou Kadhafi, continua a cometê-los em série.

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No meio das tentativas de garantir alguma paz para a Síria, as atenções ocidentais perderam algum foco no que se passa na Líbia. Mas o que se vai observando, entre as tentativas de criar um governo unificado e as acções do Daesh (que têm tentado, até com algum sucesso, ocupar instalações ligadas à produção de petróleo), é que a política da Europa tem sido um completo desastre nos últimos anos no país com vista para o Mediterrâneo. No dia a seguir à sua resignação como deputado, o antigo primeiro-ministro britânico, David Cameron, foi confrontado com o relatório da comissão de negócios estrangeiros do Reino Unido sobre a sua acção na Líbia. E não é simpático o que lá se diz. Refere que o argumento da "responsabilidade para proteger" foi utilizado como cobertura para o derrube do regime de Kadhafi, que o "iminente uso da força" pelas tropas do líder líbio contra as populações de Benghazi foi exacerbado, que a "inteligência" foi inadequada e que a Grã-Bretanha seguiu a política bélica de França sem a tentar influenciar. Outros relatórios recentes, um deles com as escutas das conversas entre pilotos de caças dos Emirados Árabes Unidos, à volta de Benghazi em 2011, mostram que a realidade e a ficção se cruzaram nos tempos entre a queda de Kadhafi e a luta entre facções da chamada oposição.

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