O Irão e o novo Iraque
Perante a desagregação do Estado iraquiano e a ameaça do Estado islâmico, Teerão forçou al-Maliki a resignar. Mas talvez já seja tarde para salvar a diversidade étnica e religiosa iraquiana.
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Depois de oito anos como primeiro-ministro do Iraque, Nouri al-Maliki foi removido do poder e substituído por Haider al-Abadi. Inimigos encontraram nele um amigo comum para tentar ultrapassar a desastrosa política de Maliki e o poderia do Estado islâmico que ameaça tornar o desintegrado Iraque num deserto sem alma. Aparentemente todos estiveram de acordo na sucessão: Irão, EUA, políticos sunitas e milícias xiitas. Será difícil que Abadi contente todos os que o apoiem e será difícil que consiga fazer com que o Iraque funcione razoavelmente, mas a sua ascensão diz muitas coisas. Primeiro, que o Irão entendeu que o Iraque deveria ter um novo líder. E a resignação de Maliki, que conseguiu ser uma figura odiada pelos sunitas porque a sua política foi sempre de exacerbar as animosidades entre xiitas, sunitas e curdos, diz-se que foi motivada pela ameaça de o líder religioso xiita, Ayatollah Ali Sistani, o poder denunciar numa das suas orações.
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