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Jorge Fonseca de Almeida - Economista
22 de Junho de 2016 às 00:01

Anúncios subliminares

Os anúncios subliminares tornaram-se simultaneamente um mito para muitas pessoas e um tabu para a maioria das empresas.

Por um lado acredita-se que estas mensagens atuam no subconsciente levando as pessoas a comprar o que não precisam e a fazer o que de outro modo não fariam, este é o lado do mito. Por outro lado, as empresas negam a pés juntos a utilização desta técnica preferindo não falar como se sobre ela pesasse um interdito fruto de uma má consciência, este é o lado do tabu.

 

As mensagens subliminares são aquelas que são emitidas abaixo do limiar de captação consciente dos nossos sentidos. Durante anos, existiu uma enorme controvérsia entre a comunidade científica sobre o seu efeito nos indivíduos atingidos. No entanto, estudos recentes utilizando técnicas de ressonância magnética permitiram esclarecer que na verdade as mensagens subliminares ativam áreas específicas do cérebro e afetam inconscientemente as decisões das pessoas que são atingidas.

 

No entanto, a sua eficácia não é muito elevada e aparentemente menor do que a das mensagens conscientes.

 

As mensagens subliminares podem ser de um de dois tipos: visuais ou auditivas. As mensagens subliminares podem ser transmitidas de forma simples ou, o que é mais habitual, inseridas e mascaradas noutras mensagens.

 

Uma mensagem subliminar auditiva mascarada pode ser constituída por uma ou mais palavras emitidas numa frequência que não possa ser ouvida conscientemente inseridas num trecho musical audível.

 

No entanto, o fundamental nas mensagens subliminares é a sua profunda falta de ética, assentando no engano deliberado das pessoas que a elas ficam sujeitas. O indivíduo acredita estar a ouvir música ou a ver um filme e na verdade está a ser sujeito a um mensagem comercial ou política.

 

A utilização de mensagens subliminares na publicidade comercial ou na propaganda política é proibida em muitos países. Em Portugal, o Código da Publicidade proíbe a publicidade oculta ou dissimulada determinando que: "É vedado o uso de imagens subliminares ou outros meios dissimuladores que explorem a possibilidade de transmitir publicidade sem que os destinatários se apercebam da natureza publicitária da mensagem."

 

Um caso famoso e infame da utilização de publicidade subliminar em campanhas políticas ocorreu nos Estados Unidos. Na campanha presidencial norte-americana de 2000, que opôs George W. Bush a Al Gore, o candidato republicano emitiu várias vezes um anúncio televisivo, atacando as propostas do adversário relativas à saúde, em que a palavra "rats" (ratazanas) aparecia subliminarmente quando era referida a palavra "burocratas".

 

O anúncio gerou tanta controvérsia e repulsa que George W. Bush foi obrigado a retirar o anúncio, que ainda hoje pode ser encontrado e visto na internet (https://www.youtube.com/watch?v=L6pgoqZpfUU).

Economista

 

Este artigo está em conformidade com o novo Acordo Ortográfico

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