O que seria de Portugal se, em vez dos mesmos de sempre, fossem buscar gente que inova, inventa, gere bem as suas empresas, os seus negócios ou os seus laboratórios, cria riqueza, faz carreiras internacionais nos mais variados sectores da economia e da sociedade e não têm generosas pensões.
A tal "democratização" da monarquia [espanhola] foi uma mera operação de publicidade, de mero estilo, sem qualquer mudança de substância. Agora inevitavelmente está também na falência política.
Qualquer reforma do Estado sem uma reforma da classe política será apenas para troika ver. A novidade parece ser que a troika já não se deixa enganar assim tão facilmente.
A direita portuguesa chegou ao poder em dois momentos cruciais da economia e da sociedade portuguesa, na Primavera de 2002 e no Verão de 2011. Em ambos os casos enfrentou uma grave situação, primeiro de grave estagnação económica, e depois de colapso financeiro.
Certamente haverá razões técnicas para explicar porque as Finanças, mas não a Segurança Social, oferecem um serviço público de qualidade. E seguramente haverá um sem fim de exemplos onde isto acontece.
Ao longo dos últimos anos, nesta coluna, tenho criticado as pseudo-reformas na justiça quer do Governo anterior, quer do actual Governo. Mesmo quando vão na direcção certa (e algumas naturalmente vão), não respondem a um ruptura com o paradigma tradicional e, por isso, estão condenadas a não produzir resultados. O poder político, seja de direita, seja de esquerda, insiste sempre na mesma receita. E a mesma receita só pode ter os mesmos resultados. Ou seja, resultados bem insatisfatórios. Parece-me que assim será inevitavelmente com a nova proposta de Código de Processo Civil.
Quando no Reino Unido ou na Alemanha se pensa em reformar o Estado, o primeiro passo é uma comissão preparatória constituída por sábios (em geral, pessoas que sabem do tema e não os habituais apaniguados do poder como em Portugal) que analisa as diferentes possibilidades.
Portugal segue passo a passo a realidade grega com um atraso médio de 18 meses. Infelizmente nem o primeiro-ministro, nem o Presidente da República parecem perceber isso e fingem que não sabem onde tudo isto vai acabar.
(1) Evidentemente que o Governo está mais que amortizado. É um cadáver político que vai de pacote de austeridade em pacote de austeridade, condenado a fracassar e ao desastre. É um Governo que, tendo bastantes ministros competentes e empenhados, morre por uma liderança política digna de jotinha.
O Governo quer criar uma mega PPP para a RTP ao mesmo que jura que vai acabar com as PPP. Quem o diz não é membro do Governo, mas um mero "consultor do Governo para as privatizações" que até acumula com outras coisitas no sector privado
Quando um país está condenado ao fracasso económico e as suas elites bem como a sua opinião pública recusam entender onde estão metidas, o problema é fundamentalmente cultural e muito pouco económico.