A missão da indústria é fabricar produtos? Pense de novo
Quando se questiona sobre o que fazem empresas industriais B2B como a Amorim Cork, Frezite ou Schmitt-Sohn, a resposta parece óbvia: fabricam produtos, no caso, rolhas, ferramentas de corte e elevadores, respetivamente. Esta forma de encarar o negócio das empresas industriais é redutora e mudou significativamente na última década.
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A mudança de paradigma ocorreu através do enfoque destas empresas nas necessidades específicas dos clientes que servem, olhando para além do produto que fabricam. Por exemplo, os clientes da Frezite são outras empresas industriais que adquirem ferramentas de corte para uso nas suas próprias fábricas. Estes clientes não têm um gosto especial em ser donos destas ferramentas – o seu interesse é em usar essas ferramentas para desenvolver o seu próprio negócio. O produto que adquirem – as ferramentas – é um artefacto através do qual criam valor para os seus próprios clientes. Neste paradigma, a missão de uma empresa como a Frezite passa a ser o de ajudar os seus clientes a desenvolverem o seu negócio – tal pode ser atingido não só através do fornecimento das ferramentas de corte, mas também de um conjunto de serviços associados, tais como consultoria técnica no uso das ferramentas e manutenção das mesmas. A esta proposta de valor – produtos + serviços – dá-se o nome de soluções. Deste modo, a Frezite não é mais um fabricante de ferramentas de corte e passa a ser um fornecedor de soluções de corte para os seus clientes. No limite, pode até oferecer uma solução aos seus clientes que passa por gerir as operações de corte dentro das fábricas dos seus clientes (usando as ferramentas que produz), através do recebimento de uma fee indexada ao número de operações de corte realizadas. Neste caso limite, o fabricante passa a oferecer um serviço puro em vez de vender produtos.
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