pixel

Negócios: Cotações, Mercados, Economia, Empresas

Notícias em Destaque
Fernando Sobral - Jornalista fsobral@negocios.pt
22 de Dezembro de 2010 às 11:38

A nossa Matrioshka

O BPN é a nossa Matrioshka. Nacionalizada, nossa.

Por debaixo de um mistério descobre-se sempre um enigma sobre a sua existência. O maior, agora, é saber se o Governo tem a mínima noção do que fazer com uma bolha disfarçada de banco. A história repete-se como farsa: este Governo não soube o que fazer com a degradação das nossas contas públicas desde há anos, duvida-se que saiba o que fazer com o BPP, e tem uma vaga noção do verdadeiro alcance das 50 medidas que anunciou à pressa. Então, porque esperaríamos como inocentes ignaros que soubesse o que fazer com o BPN? Agora que chegam mais 500 milhões de euros para torrar nos altos-fornos do BPN e que a CGD bate em retirada sem dizer adeus, que inferno estará reservado aos contribuintes portugueses? Porque ninguém com bom senso quer ficar com algo que não sabe o que vale. Nem como almoço grátis o BPN atrai alguém. Os bancos costumam ser Tio Patinhas. O BPN era um mãos--largas. Ninguém quis desconfiar. Agora intuímos que estão ali umas vertiginosas 20 mil léguas submarinas que não se sabe onde Irão dar. Há um nevoeiro londrino que tudo encobre neste caso. Dificilmente uma só pessoa seria a origem de todos os males. Mas o mal supremo é que nunca se saberá mais do que o que é aparente. Sabemos apenas que cerca de 2.000 colaboradores do BPN vivem entre a espada e a parede. E que ninguém quer segurar a parede. O culpado, que sempre se julga inocente, já está encontrado: o contribuinte indígena. Mas essa é a menor surpresa desta Matrioshka bem portuguesa.

Ver comentários
Ver mais
Publicidade
C•Studio