Do “país de tanga” aos milhões de Águas de Portugal
Não é estranho ver um governo novo pintar de negro a herança financeira deixada pelo antecessor: neste século aconteceu em 2002, em 2005, em 2011, em 2015 e, agora, em 2024. A situação hoje, contudo, é diferente – e os argumentos são mais frágeis.
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Não é estranho, nem sequer uma novidade, ver um novo governo a pintar a herança financeira deixada pelo antecessor como pior do que o esperado. O passado recente está cheio de exemplos pitorescos e picarescos. Em 2002, Durão Barroso disse encontrar um “país de tanga”. Em 2005, José Sócrates devolveu a gentileza e pediu ao governador do Banco de Portugal que estimasse a “real dimensão do défice orçamental” nesse ano, no que ficaria conhecido como “comissão Constâncio”. Em 2011 ouvimos Passos Coelho falar de um “desvio colossal”. Em 2015, António Costa entrou a queixar-se de que a meta de 3% para o défice estava em risco e de que tinha escassos 20 dias para cumpri-la.
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