O último dos superávits (II)
Como múltiplas vezes alertámos, gastar de mais em dias de sol, dificultaria o caminho em dias mais cinzentos. Agora que esses dias se aproximam a navegação terá de ser muito mais prudente.
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Intitulamos o artigo aqui publicado há duas semanas de “O último dos superavits”. Alertamos que, apesar de o saldo orçamental de 2024 ser (como antecipado) superior às expectativas do Governo, a nossa situação se estava a degradar de forma evidente. Fruto de opções políticas erradas a política orçamental em 2024 tinha sido marcadamente pró-cíclica (ao contrário da seguida em 2023), as despesas correntes tinham crescido 9,2% (com grande parte a assumir um caráter permanente e estrutural), muito acima do PIB nominal de 6,4%, o saldo orçamental continuava muito dependente do crescimento das contribuições sociais e, sobretudo, não estavam acauteladas realidades evidentes como os impactos das novas tarifas americanas ou o crescimento da despesa militar. Terminamos afirmando “Entramos em 2025 com as finanças públicas mais expostas aos riscos do abrandamento da economia decorrente de uma alteração cíclica ou de algum movimento externo. Precisamente o oposto do que precisamos”.
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