Soberania para que te quero
Independentemente de qual tenha sido a causa do apagão ibérico que vivemos, melhorar a rede aumenta a sua capacidade de resposta e reduz a probabilidade e o impacto de eventos semelhantes no futuro.
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Vivemos tempos peculiares. Depois de várias décadas em que a Europa deu primazia à integração das redes energéticas e dos mercados de bens, voltou à tona o discurso da soberania nacional. Em Portugal, pequeno país periférico no continente europeu, surgem preocupações sobre a capacidade de assegurar os bens essenciais como a eletricidade e os alimentos dentro das suas fronteiras. O apagão desta semana, cuja origem veio do país vizinho, serviu de mais um pretexto para aqueles que entendem que os portugueses teriam a ganhar se ficassem “orgulhosamente sós”, como se dizia antigamente. Defender que conseguiríamos gerir melhor as nossas circunstâncias internas com os nossos próprios recursos é esquecer as gigantescas vantagens económicas da interação com os nossos parceiros bem como a reforçada capacidade de resiliência, ou seja, de recuperação após choques, que a existência de interligações pode trazer. Soberania não é sinónimo de segurança.
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