A City está a fazer as malas. E o governador do Banco de Inglaterra?
As águas estão turvas no Reino Unido. O "hard Brexit" não deixa ninguém sossegado. Começam a surgir notícias de que alguns bancos estão a pensar mudar de residência. E o governador do Banco de Inglaterra, Mark Carney, está sob fogo cerrado dos defensores da saída do Reino Unido da UE.
No conservador Spectator já se especula se o sucessor de Carney não poderá ser Jacob Rees-Mogg (de uma conhecida família britânica), que muitos consideram um populista mimado, a suceder-lhe. Mas a bomba maior foi lançada por Anthony Browne, o presidente executivo da Associação de Banqueiros Britânicos, que no Observer escreveu: "As mãos (dos bancos internacionais) estão a tremer sobre o botão da mudança. Muitos bancos pequenos planeiam começar a recolocação antes do Natal; os bancos maiores esperam iniciar a operação no primeiro trimestre do próximo ano." Seria um duro golpe no Reino Unido, já que a actividade bancária é a maior exportação do país. Isso não trava os defensores do "hard Brexit", como diz Ben Chu, no Independent:
"Estão a atacar os banqueiros centrais, pressionando-os a fazer o que querem ver ou a dizer o que querem ouvir." Mais: "Isto não tem que ver com as decisões políticas individuais (do BdI) serem boas ou más. É sobre a integridade das nossas instituições democráticas, uma das quais, desde 1997, foi a independência operacional do BdI."
No Observer, Andrew Rawnsley, apimenta o debate, interrogando-se se Theresa May é uma "dama de ferro" como Margaret Thatcher. E se mantém a ordem no Governo. Thatcher gostava de ministros que argumentassem quando estavam contra as suas decisões. Quanto a May: "Ela ganhou popularidade nos eleitores projectando-se como competente mão no leme. Essa imagem vai ser difícil de manter quando o público começar a perceber que a sua tripulação tem as mãos na garganta uns dos outros."
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