A Kraft Heinz, a Unilever e o futuro da Grécia
Era para ser um dos negócios do ano. Mas a proposta de compra da Unilever pela Kraft Heinz (que tem por trás Warren Buffett e Jorge Paulo Lemann da brasileira 3G) foi retirada, para desilusão de muitos investidores.
Mais do que a junção de duas grandes empresas que operam nas mesmas áreas, o que fascinava os observadores era como se encontrariam duas filosofias diferentes de gestão. No Independent, Hamish McRae escreve: "A oferta inicial criaria a maior compra de sempre. (…) Isto é muito excitante para o mundo da finança, mas para as pessoas normais o interesse era o choque entre dois modelos: a aproximação agressiva americana e a cooperativa europeia, lembrando-nos que a Unilever foi um exemplo da cooperação entre ingleses e holandeses desde 1929." Ben Wright, no Daily Telegraph, afina pela mesma lógica: "Foi uma pena. Uma tentativa hostil de compra de uma das maiores empresas cotadas do Reino Unido poderia forçar um grande debate sobre o papel que desejamos que os negócios tenham na sociedade. (…) É difícil imaginar como são diferentes as filosofias de gestão das duas empresas."
Na Europa, continua a olhar-se para a Grécia. Jeroen Dijsselbloem, naquela que poderá ser a sua última reunião à frente do Eurogrupo (as eleições holandesas são em Março), disse que a crise grega acabou: "Quem desejar falar sobre crises pode falar com outro, porque a economia grega está a recuperar." Sobre isso, Ryan Heath, no Politico/Europe, diz: "É a reestruturação da dívida que muitos observadores acreditam ser o único caminho realista que permitirá à Grécia recuperar." Mas, sobre isso, o silêncio é de ouro. E Heath acrescenta: "O que é que os principais jogadores querem? A Grécia e a CE apoiam o investimento para o crescimento. A Alemanha, a Holanda e o FMI querem focar-se nas reformas estruturais. E o FMI e a CE apoiam mudanças na estrutura da dívida." Veremos quando se decidirá algo.
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