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As PME e novos bancos centrais

Está a decorrer um debate fascinante sobre o papel dos bancos centrais na recuperação económica, e em particular sobre a possibilidade de o BCE comprar dívida de PME. Portugal é uma das economias mais interessadas, mas infelizmente é também uma das silenciosas tanto no plano político, como académico.

 

O que se passa é que à medida que a crise se arrasta e o receio da deflação se instala, torna-se evidente que os bancos centrais não se podem preocupar apenas com as taxas de juro e os empréstimos que fazem aos bancos, pois este dinheiro não está a chegar à economia real. As autoridades monetárias estão a ser compelidas a identificar as artérias do sistema financeiro que estão entupidas e actuar directamente sobre elas, garantindo que há financiamento a preços razoáveis para projectos viáveis.

Agora que o BCE diz que se prepara para comprar activos (na verdade já fala sobre o tema há mais de um ano sem resultados), e em particular dívida de PME - o que é especialmente importante para Portugal -, a legitimidade democrática dessa opção será provavelmente questionada. É que ao escolherem baixar os custos de financiamento das empresas, Mario Draghi e os seus colegas estarão implicitamente a provocar uma redistribuição de riqueza entre sectores da economia - uma função que se associa aos impostos e à despesa pública, mas raramente à política monetária.

Este é um debate que vale a pena ter, começando por reconhecer que a inacção nos últimos anos foi em si mesma um exercício de redistribuição que favoreceu os bancos, mas deixou para trás as empresas.

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