As pessoas acham-me como alguém que é seu
É canhoto. Quando era pequeno, na escola, a professora amarrava-lhe a mão esquerda, para o forçar a escrever com a direita. Ainda levou umas pancadas, mas nem isso o demoveu.
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Nessas décadas, de 50, 60, a esquerda era a mão do Diabo. Jerónimo de Sousa, 66 anos, secretário-geral do PCP desde Novembro de 2004, concede uma entrevista ao Negócios e o facto de o jornal ter um estatuto editorial contrário ao seu pensamento político não lhe causa problemas. "Não há receio do contraditório nem do confronto de ideias", diz. Antes de a conversa começar, a assessora de imprensa corrige o erro do operador de câmara que, para compor o cenário, havia colocado as bandeiras do PCP e de Portugal no enquadramento da imagem. Ordem errada. Primeiro a bandeira nacional e só depois a do partido. No rescaldo das autárquicas, o PCP emerge como um partido vencedor. Mas alguma vez será poder? "Assim o povo queira. Consideramos que não será por favores de outros partidos que chegaremos ao poder". Jerónimo de Sousa explica como é que o PCP resistiu ao eurocomunismo, defende as renacionalizações e sublinha que o seu partido é "contra o igualitarismo".
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