Portugal será país europeu com menor percentagem de jovens em 2050

Portugal é actualmente um dos países europeus onde o peso dos jovens é mais baixo e esta percentagem deverá continuar a cair nas próximas décadas. A projecção é do Eurostat que também diz que os portugueses são dos europeus que mais tarde saem de casa dos pais.
Sofia A. Henriques
André Cabrita-Mendes 16 de Abril de 2015 às 13:15

Novo alerta para a natalidade em Portugal. Portugal encontra-se actualmente entre os países com menor percentagem de jovens na sua população, mas este cenário deverá piorar nas próximas décadas.

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Portugal vai ser o país com menos percentagem de jovens até 15 anos na sua população em 2050 - vão ser apenas 11,5% do total da população (1.023 milhões). Este valor vai ficar abaixo da média estimada da União Europeia de 15%.

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Em 2050, a seguir a Portugal, os países com menos jovens serão a Eslováquia (11,8%), Alemanha (12,7%) e Grécia (12,9%). A Irlanda vai continuar a ser o país europeu com maior percentagem de jovens na sua população (19,4%), tal como em 2014, seguida de França (17,4%), Reino Unido (17,3%) e Bélgica (17,2%).

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Esta projecção foi revelada pelo Eurostat esta quinta-feira, 16 de Abril, no âmbito da semana europeia para a juventude, que vai ter início na próxima semana.

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Os dados revelam que a população europeia perdeu 10 milhões de jovens no espaço de 20 anos. A quantidade de jovens com menos de 15 anos caiu em todos os estados-membros, excepto a Dinamarca, entre 1994 e 2014.

 

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Em 1994, Portugal registava a décima percentagem mais baixa de jovens na União Europeia, com uma percentagem de 18,4% (1.836 milhões) de jovens com menos de 15 anos no total da população. A Irlanda (25,2%), Chipre (25,2%) e a Polónia (23,7% registavam então as taxas mais elevadas. Já Itália (14,9%), Alemanha (16,4%) e Dinamarca (17,1%) registavam o menor número de jovens na sua população.

 

Avançando 20 anos até 2014, Portugal registou a oitava percentagem mais baixa de jovens da União Europeia com uma percentagem de 14,6% (1.522 milhões). A Irlanda (22%), França (18,6%) e o Reino Unido (17,6%) registaram as taxas mais elevadas. No fim da tabela surge a Alemanha (13,1%), a Bulgária (13,7%) e Itália (13,9%).

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Entre 1994 e 2014 foram quatro os países que registaram a maior redução de jovens: Chipre (-8,9 pontos percentuais), Polónia (-8,7 pontos), Eslováqua (-8,2 pontos) e Malta (-8 pontos).

 

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Estes dados são divulgados num momento em que a natalidade está a ser discutida em Portugal. Mais de três dezenas de propostas foram debatidas na quarta-feira no Parlamento e o hemiciclo vai votar estas propostas na sexta-feira.

 

Entre as propostas apresentadas pela maioria parlamentar PSD/CDS-PP inclui-se a redução do horário de trabalho para os pais e avós que trabalham no sector público, e que o pai tire 15 dias de licença parental obrigatória, face aos 10 dias actuais.

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No entanto, especialistas ouvidos pelo Negócios consideram que algumas medidas importantes - como a redução do tempo no trabalho e estabilidade no emprego - estão ausentes das propostas da maioria parlamentar PSD/CDS.

 

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Suecos deixam a casa dos pais 10 anos antes dos portugueses 

 

Além da natalidade, o Eurostat também olhou para outros indicadores em relação aos jovens, como a idade média com que os jovens deixam a casa dos seus pais.

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Em Portugal, os jovens são dos que saem mais tarde de casa (29,0 anos de idade em média) na União Europeia (26,1 anos). E chegam mesmo a sair 10 anos mais tarde de casa do que os europeus que saem mais tarde, os suecos.

 

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É na Escandinávia que se encontram os três países onde os jovens saem mais cedo de casa na Europa: Suécia (19,6 anos), Dinamarca (21,0) e Finlândia (21,9 anos). Pelo contrário, é na Croácia (31,9 anos), Eslováquia (30,7 anos) e Malta (30,1) que os jovens deixam mais tarde a casa de seus pais. 

 

Em toda a União Europeia, as mulheres tendem a deixar a casa dos pais mais cedo (25 anos) do que os homens (27,2 anos). Portugal não é excepção, com as mulheres a abandonarem a casa dos pais aos 28,0 anos de idade, enquanto os homens deixam-na aos 30,0. 

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Oito em cada dez jovens europeus usam redes sociais

 

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Qual é a relação dos jovens europeus com a internet? Segundo os dados do Eurostat é muito próxima. É que 87% dos europeus com idades entre 16-29 anos usam a internet numa base diária. Analisando a população total, esta percentagem cai para os 65%.

 

Entre os jovens, o uso de telemóvel com internet chega aos 65%, enquanto na população é de 44%. Já a participação nas redes sociais chega aos 82% entre os mais jovens, com a percentagem a cair para 46% entre a população geral.

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