INE confirma aceleração da inflação para 2,8% em agosto. Preço dos alimentos dispara 7%
O Instituto Nacional de Estatística (INE) confirmou esta quarta-feira que a taxa de inflação acelerou de 2,6% para 2,8% em agosto, em linha com a estimativa rápida. Este é já o quinto mês consecutivo em que a variação homóloga do índice de preços no consumidor (IPC) aumenta, sendo que os alimentos são agora a principal ameaça à estabilidade de preços.
"A variação homóloga do IPC foi 2,8% em agosto de 2025, taxa superior em 0,2 pontos percentuais à registada no mês anterior. Com arrendondamento a uma casa decimal, esta taxa coincide com o valor da estimativa rápida divulgada a 29 de agosto", refere o INE, no boletim estatístico divulgado esta quarta-feira.
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A inflação subjacente, que exclui os produtos que estão mais sujeitos a grandes variações de preços (alimentos frescos e energia), desacelerou para 2,4%, menos uma uma décima do que o inicialmente previsto. Com este indicador permite aferir a evolução dos preços dos produtos mais estáveis, essa desaceleração em agosto significa que são os produtos mais voláteis que estão a puxar pelos preços, levando à quinta aceleração consecutiva do índice geral.
Este caso, são os produtos alimentares não transformados (alimentos frescos) que mais têm contribuído para as sucessivas acelerações homólogas do IPC. Em agosto, o INE dá conta de que o índice referente aos produtos alimentares não transformados voltou a acelerar, disparando de 6,1% em julho para 7%. Esta é já o sétimo mês consecutivo com os preços dos alimentos a aquecer, estando agora a registar máximos de junho de 2023.
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A explicar esta subida dos preços nos bens alimentares estão as más condições meteorológicas e forte procura por alguns produtos alimentares, como a carne, que contribuíram para a nova aceleração dos preços nos mercados internacionais, com reflexo no preços de venda praticados em Portugal.
Por outro lado, o índice referente aos produtos energéticos manteve-se em terreno negativo, mas está a cair menos do que no mês anterior. A variação homóloga do agregado relativo à energia foi de -0,2% em agosto, um valor que compara com -1,1% no mês precedente.
Em comparação com o mês anterior, a variação do IPC foi de -0,2%, um valor que compara com -0,4% em julho e -0,3% em agosto de 2024. A variação média da inflação nos últimos doze meses foi de 2,4% em agosto, mais uma décima do que em julho.
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O índice harmonizado de preços no consumidor (IHPC) português, que permite comparar a evolução dos preços em Portugal com a dos restantes Estados-membros da União Europeia (UE), apresentou uma variação homóloga de 2,5%, um "valor idêntico no mês anterior" e superior em 0,4 pontos percentuais ao valor estimado pelo Eurostat para Zona Euro.
Sem contar com os produtos alimentares não transformados e energéticos, o IHPC em Portugal teve uma variação homóloga de 2,3% em agosto, mais uma décima do que em julho e "idêntica à estimada para a área do Euro".
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(Notícia atualizada às 11:42)
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