Investigadores de Harvard alertam que distanciamento social poderá ter de manter-se até 2022
Num estudo publicado na revista Science, uma equipa de epidemiologistas da Harvard T.H. Chan School of Public Health, avaliaram a informação disponível sobre a covid-19 e outros coronavírus para antecipar possíveis cenários para a atual crise sanitária. E concluíram que as medidas de distanciamento social que foram implementadas por grande parte dos países, como o encerramento de escolas, restrições à circulação e até quarentenas obrigatórias, podem ter de manter-se pelo menos nos próximos dois anos.
"Na ausência de outras intervenções, uma métrica chave para o sucesso do distanciamento social é se as capacidades de cuidados intensivos são excedidas", escreveram no relatório. "Para evitar isso, pode ser necessário um distanciamento social prolongado ou intermitente até 2022".
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Até porque, avisam os investigadores, levantar as medidas de distanciamento social de repente pode simplesmente atrasar o pico da epidemia e potencialmente torná-la ainda mais severa.
Os especialistas de Harvard usaram modelos de computador para simular como a pandemia poderá desenvolver-se. Uma possibilidade é que o distanciamento social estrito seguido por um intenso trabalho de investigação em saúde pública possa reduzir e acabar por erradicar o vírus - tal como aconteceu com o SARS-CoV-1, que causou um surto em 2003.
No entanto, com os casos confirmados de infeção por covid-19 na marca dos 2 milhões em todo o mundo, esse resultado é visto como cada vez mais improvável, segundo os investigadores.
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O mais provável é que o vírus esteja para ficar como o influenza, viajando pelo mundo sazonalmente, alertam os especialistas. "Mesmo no caso de eliminação aparente, a vigilância do SARS-CoV-2 deve ser mantida, já que pode ser possível um ressurgimento do contágio até 2024", escreveram no relatório.
A pandemia de covid-19 já provocou, até ao momento, quase 127 mil mortos e infetou mais de dois milhões de pessoas em 193 países e territórios.
A doença é transmitida por um novo coronavírus detetado no final de dezembro, em Wuhan, uma cidade do centro da China.
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