As exportações da Suíça para os Estados Unidos afundaram mais de um terço em abril, comparando com o mês anterior, refletindo os efeitos da imposição de tarifas por Donald Trump.

A 2 de abril, no que designou como o "Dia da Libertação", o presidente norte-americano castigou o país helvético com uma taxa de 31%, aliviada, uma semana depois, no contexto da "pausa" global, por 90 dias, das chamadas "tarifas recíprocas", que fixou num nível uniforme de 10% para a maioria dos seus parceiros comerciais.

Segundo dados, divulgados em comunicado pelas autoridades aduaneiras de Berna, as exportações, ajustadas às variações sazonais, caíram 36% face a março, enquanto as importações recuaram 15%, resultando num saldo da balança comercial positivo de 4,6 mil milhões de francos suíços (4,9 mil milhões de euros ao câmbio atual) - o segundo maior excedente pelo menos desde 2010, segundo a Bloomberg.

Os números são conhecidos depois de dois meses de fortes vendas para a maior economia mundial, o que indicia uma corrida ao envio de mercadorias para os portos norte-americanos na tentativa de evitar o impacto das tarifas que Donald Trump ameaçara impor.

O secretário de Estado do Tesouro norte-americano, Scott Bessent, afirmou que a Suíça estava na "frente da fila" para um acordo comercial e, este mês, as partes acordaram acelerar as negociações.

Em 2024, a Suíça vendeu mais 38,5 mil milhões de francos suíços (41,1 mil milhões de euros, à taxa de câmbio atual) em mercadorias do que importou dos Estados Unidos.