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Indústria eletrodigital defende reforço de dotação do programa E-Lar

Nuno Lameiras, presidente da Associação Portuguesa da Indústria Eletrodigital (AGEFE), considera que o programa E-Lar é um passo positivo, mas apresenta fragilidades e "dotação financeira insuficiente" face à forte procura registada.

Programa pretende substituir equipamentos a gás por elétricos
Programa pretende substituir equipamentos a gás por elétricos Steven Senne/AP
22:34

O presidente da Associação Portuguesa da Indústria Eletrodigital (AGEFE), Nuno Lameiras, considerou esta quinta-feira que o programa E-Lar é um passo positivo, mas apresenta fragilidades e "dotação financeira insuficiente" face à forte procura registada.

Em declarações à Lusa, o responsável sublinhou que a adesão ao programa lançado esta semana pelo Governo para apoiar a substituição de equipamentos a gás por soluções elétricas mais eficientes "mostra bem o potencial que existe na substituição de equipamentos antigos por novos, mais eficientes do ponto de vista energético", mas alertou que o número de apoios disponíveis "é muito reduzido", defendendo por isso que o Governo deve reforçar os fundos previstos.

Só no primeiro dia, o programa para melhorar o conforto térmico das casas recebeu mais de 6 mil candidaturas.

Nuno Lameiras afirmou ainda que, embora a associação tenha sido ouvida pelo executivo na preparação deste apoio, teria sido "desejável uma participação mais ativa" da AGEFE, de forma a mitigar fragilidades. "A nossa primeira opção teria sido apoiar a substituição dos grandes eletrodomésticos, que são os maiores consumidores de energia e onde o ganho em eficiência é mais significativo", apontou.

Entre as limitações, o presidente da AGEFE destacou também que alguns dos equipamentos abrangidos, como certas placas de fogão, "nem sequer estão sujeitos a etiquetagem energética", o que torna menos clara a comprovação dos benefícios.

Também o director-geral da associação, Daniel Ribeiro, lembrou que a primeira opção proposta pela AGEFE era "100% centrada no potencial da eficiência energética dos equipamentos, onde essa eficiência é muito mais visível e que entrega muito mais poupança, como os frigoríficos, as máquinas de lavar roupa e loiça. Fundamentámos isso tecnicamente, mas a opção política foi outra. É respeitável, e agora compete-nos contribuir para o êxito do que existe", acrescentou.

Apesar das críticas, Nuno Lameiras realçou que o setor "está preparado" para responder à procura, afastando o risco de ruturas de 'stock'.

"O ponto crítico é apenas saber se o Governo estará disponível para reforçar a linha e permitir que mais famílias possam beneficiar do apoio", frisou.

Já Daniel Ribeiro reforçou que "para o êxito deste programa é fundamental que os consumidores se informem antes de decidirem a compra e percebam que tipo de opções querem fazer", sublinhando que o modelo do voucher único "obriga a que toda a compra seja feita na mesma loja", o que exige planeamento para evitar arrependimentos posteriores.

O diretor-geral da AGEFE acrescentou ainda que o impacto esperado no setor "só poderá ser positivo se o maior número de consumidores tiver acesso ao maior número de possibilidades de apoio, de forma descentralizada e não concentrada em determinadas regiões ou fornecedores". Sublinhou também a importância da adesão do retalho, porque "permite uma difusão pulverizada e filigranada dos apoios junto da população, em vez de concentrada".

O programa E-Lar dispõe de uma verba inicial de 40 milhões de euros para apoiar a substituição de fogões, fornos e esquentadores a gás por equipamentos elétricos de classe A ou superior. Os apoios podem chegar a 1.683 euros para famílias vulneráveis, sendo o valor máximo de 1.100 euros para os restantes casos.

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