Brexit: Credit Agricole fica em Londres até 2025, UBS espera para ver
Os bancos UBS e Credit Agricole vão manter a sua presença nos próximos meses e mesmo anos em Londres, à espera de desenvolvimentos na desvinculação do Reino Unido da União Europeia, um processo decidido em Junho e que deverá ser desencadeado até ao final de Março do próximo ano.
PUB
"Não estamos a prever mudar nada no curto prazo e vamos ver onde é que a poeira assenta," afirmou esta quarta-feira, 16 de Novembro, Axel Weber, o presidente do banco suíço UBS e antigo quadro do Bundesbank, citado pela Reuters.
O responsável acrescentou que espera que o Brexit possa gerar ainda mais volatilidade nos mercados ao longo dos próximos meses e que as principais decisões deverão ser tomadas na fase final das negociações.
PUB
Já o francês Credit Agricole estendeu o contrato de aluguer de escritórios na capital britânica até 2025, o que sinaliza, segundo o Financial Times, que terá desistido de encontrar uma nova sede para as suas operações na sequência do Brexit.
Ontem, o Banco Central Europeu admitiu estar a ser contactado por várias instituições financeiras no âmbito dos seus planos de contingência para preparar uma eventual saída ou a deslocalização de parte das suas actividades da City londrina.
PUB
"Muitos bancos estão a pedir-nos entrevistas e reuniões para que possam identificar onde é que a nossa pressão [prudencial] e métodos diferem" dos britânicos, afirmou Sabine Lautenschlaeger, membro da comissão executiva do BCE. "Claro que estamos a preparar-nos" para os pedidos de esclarecimento dos bancos, acrescentou, citada pela Reuters.
Mas esta terça-feira também a Google manifestou a intenção de quase duplicar a sua presença em Londres, passando dos actuais 4.000 para 7.000 funcionários, com a expansão do seu edifício em King’s Cross, anunciou o CEO da tecnológica norte-americana, Sundar Pichai.
PUB
"Estamos empenhados no Reino Unido e empolgados para prosseguirmos o nosso investimento no nosso novo campus de Kings Cross", salientou Pichai, citado pela Reuters.
A saída da União Europeia, aprovada em referendo em 23 de Junho, e as suas consequências nomeadamente no acesso do Reino Unido ao mercado único europeu, abriram a porta para que instituições financeiras e multinacionais repensem a sua presença em território britânico.
PUB
O processo de desvinculação – dois anos de negociações depois de accionado o artigo 50.º do Tratado de Lisboa - pode sofrer atrasos, dada a batalha judicial em curso, depois de o Tribunal Superior ter dado razão a uma pretensão que defendia que cabe ao Parlamento e não ao Governo a última palavra na saída da UE.
O Executivo recorreu desta sentença para o Supremo Tribunal e esta instância deverá ouvir as partes no início do mês que vem e tomar uma decisão no início do próximo ano.
PUB
Saber mais sobre...
Saber mais UBS Credit Agricole Londres Google Reino Unido União Europeia economia negócios e finanças políticaAdam Smith aos 250 anos
Quem pediu o euro digital?
Mais lidas
O Negócios recomenda