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António Costa garante que UE e Trump entraram em “nova fase” apesar de fricções comerciais

Acordos sobre defesa, comércio e a Ucrânia sustentam a aproximação entre Bruxelas e Washington. O presidente do Conselho Europeu intenciona não regressar à “imprevisibilidade”.

António Costa garante que UE e Trump entraram em “nova fase” apesar de fricções comerciais
António Costa garante que UE e Trump entraram em “nova fase” apesar de fricções comerciais Robert Ghement / Lusa - EPA
13:18

A relação entre a União Europeia e os Estados Unidos, marcada por fortes tensões nos primeiros meses do regresso de Donald Trump à Casa Branca, entrou numa fase de maior estabilidade. Quem o afirmou foi o presidente do Conselho Europeu e ex-primeiro ministro português, António Costa, , nas quais defendeu que “virou-se a página” nas relações transatlânticas depois de meses de incerteza. Segundo António Costa, “há nove meses todos estavam preocupados com a posição dos EUA, mas agora conseguimos estabilizar a relação”, acrescentando que a cooperação entre os dois blocos “precisa de ser aprofundada”.

Os sinais de reaproximação ficaram evidentes em três áreas estratégicas. Em primeiro lugar, os países europeus comprometeram-se em , numa tentativa de responder às exigências norte-americanas no quadro da NATO. Em segundo lugar, foi alcançado um , enquanto Bruxelas aceitou reduzir barreiras a produtos industriais americanos. Finalmente, Washington reviu a sua posição sobre a Ucrânia, comprometendo-se a  e em trabalhar com a União Europeia na definição de . De acordo com o Financial Times, esta alteração representa uma inversão face à retórica inicial de Trump, que chegou a excluir qualquer participação americana num eventual processo de segurança pós-conflito.

Ainda assim, nem todos os dossiês estão resolvidos. Na semana passada, a nos seus serviços de publicidade online. A decisão gerou críticas da administração Trump, que classificou a medida como “injusta” e ameaçou retaliar com novas tarifas. “Os amigos não concordam sempre em tudo. Respeitamos as opiniões dos EUA e esperamos que respeitem as nossas decisões”, afirmou António Costa, citado pelo jornal económico.

No comércio, apesar do novo acordo, subsistem pontos de atrito. Elementos essenciais para setores como a permanecem indefinidos, algo que levanta preocupação em vários governos. , responsáveis da Comissão Europeia reconheceram que a tarifa uniforme de 15% permite que as trocas continuem a fluir, mas alertaram que os automóveis continuam sujeitos a uma taxa de 27,5%, mantendo-se um dos focos mais delicados da relação transatlântica.

Mesmo António Costa admitiu que os progressos não eliminam as divergências, mas defendeu que o verdadeiro ganho dos últimos meses é a previsibilidade. “É do interesse da União Europeia e dos Estados Unidos preservar esta estabilidade, porque regressar à incerteza seria minar a confiança dos investidores”, afirmou o presidente do Conselho Europeu.

Apesar da aparente reaproximação, vários diplomatas europeus continuam cautelosos. Segundo responsáveis ouvidos pelo FT, os acordos alcançados “compraram tempo”, mas não resolvem as tensões de fundo, nomeadamente na regulação digital e no impacto das tarifas no setor automóvel. No entanto, a avaliação dominante em Bruxelas é que o clima atual oferece uma base mais sólida para gerir os próximos desafios, depois de meses de confrontação verbal que ameaçaram a própria essência da cooperação transatlântica.

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