Rede global de fuga ao fisco e corrupção expõe líderes mundiais
O Consórcio Internacional de Jornalistas de Investigação (ICIJ na versão inglesa) - que inclui o Expresso em Portugal, que divulgou este domingo, 3 de Abril, em exclusivo, dados sobre o caso - investigou durante um ano um esquema global de ocultação de património e dinheiro por parte de líderes mundiais, chefes de Estado e figuras públicas. A fuga tem origem no Panamá, a partir de uma discreta sociedade de advogados: Mossack Fonseca. Os nomes e os cargos que aparecem em cerca de 11,5 milhões de ficheiros são mais ou menos notáveis e estão mais ou menos implicados: Vladimir Putin, presidente russo; Xi Jinping, presidente da China; Petro Poroshenko, presidente ucraniano; os reis Mohammed VI e Salman, de Marrocos e Arábia Saudita, respectivamente; Sigmundur Gunnlaugsson, primeiro-ministro islandês; o pai do primeiro-ministro britânico, David Cameron, vários altos membros da FIFA; Lionel Messi e o seu pai; Jackie Chan, o popular actor de Hollywood. Mas a lista é extensa e antiga, remontando a 1977 e incluindo palavras históricas com o "Watergate". Os números dão a dimensão do tipo de rede global de fuga ao controlo das autoridades com base em esquemas montados em paraísos fiscais: os documentos incluem transacções financeiras secretas de 140 políticos em todo o mundo; foram detectadas 33 figuras que integram a lista negra da Casa Branca, nos Estados Unidos, suspeitas de serem patrões de droga mexicanos, terroristas ou ligados a países como Coreia do Norte e Irão; os dados indicam a criação por grandes bancos - como UBS e HSBC - de mais de 15.000 empresas fictícias para esconder as fortunas de clientes; a sociedade responsável pela fuga tinha dados de mais de 200.000 entidades "offshore" que serviam de cobertura às finanças de centenas de pessoas em mais de 200 países.
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Os nomes e os cargos que aparecem em cerca de 11,5 milhões de ficheiros são mais ou menos notáveis e estão mais ou menos implicados: Vladimir Putin, presidente russo; Xi Jinping, presidente da China; Petro Poroshenko, presidente ucraniano; os reis Mohammed VI e Salman, de Marrocos e Arábia Saudita, respectivamente; Sigmundur Gunnlaugsson, primeiro-ministro islandês; o pai do primeiro-ministro britânico, David Cameron, vários altos membros da FIFA; Lionel Messi e o seu pai; Jackie Chan, o popular actor de Hollywood. Mas a lista é extensa e antiga, remontando a 1977 e incluindo palavras históricas com o "Watergate".
Os números dão a dimensão do tipo de rede global de fuga ao controlo das autoridades com base em esquemas montados em paraísos fiscais: os documentos incluem transacções financeiras secretas de 140 políticos em todo o mundo; foram detectadas 33 figuras que integram a lista negra da Casa Branca, nos Estados Unidos, suspeitas de serem patrões de droga mexicanos, terroristas ou ligados a países como Coreia do Norte e Irão; os dados indicam a criação por grandes bancos - como UBS e HSBC - de mais de 15.000 empresas fictícias para esconder as fortunas de clientes; a sociedade responsável pela fuga tinha dados de mais de 200.000 entidades "offshore" que serviam de cobertura às finanças de centenas de pessoas em mais de 200 países.
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BREAKING: The #PanamaPapers - Politicians, Criminals and the Rogue Industry That Hides Their Cash https://t.co/LDcslHoLAb
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Próximos de Putin desviaram 2 mil milhões
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De acordo com o Guardian, a rede secreta de "offshores" ligadas a Putin serviu para pessoas próximas do presidente russo desviarem fundos no valor de mais de 2 mil milhões de dólares. O artigo do jornal britânico foca-se no presidente russo, que nunca é citado directamente nos documentos divulgados.
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Contudo, envolve várias pessoas próximas do actual presidente russo, que criaram grandes fortunas nos últimos anos. Dinheiro que foi ganho à custa do apoio de Putin e desviado através de bancos e empresas fantasma.
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Os documentos fazem ligações a diversos chefes de Estado, actuais e antigos, incluindo ditadores acusados de saquear os seus próprios países. O presidente da UEFA, Michel Platini; a irmã do rei Juan Carlos e tia do rei Felipe VI de Espanha, Pilar de Borbón; e o cineasta espanhol Pedro Almodóvar também constarão da lista.
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Segundo o ICIJ, os ficheiros contêm novos detalhes sobre diversos escândalos, desde o roubo de ouro no Reino Unido aos casos de lavagem de dinheiro e corrupção no Brasil e na FIFA. De acordo com a mesma fonte, o UBS e o HSBC foram dois dos bancos que ajudaram os seus clientes a esconder dinheiro nestas "offshore".
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Os ficheiros foram obtidos pelo jornal alemão Süddeutsche Zeitung através de uma fonte anónima. Os meios de comunicação que colaboram neste consórcio ICIJ – entre os quais figuram o Expresso e a TVI – classificam esta como a maior fuga de informação de sempre, superando o Wikileaks. São 11,5 milhões de documentos e 2,6 terabytes de informação.
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De acordo com o Expresso, o ICIJ divulgará a lista completa das empresas e pessoas a elas ligadas no início de Maio. Os dados incluem emails, relatórios financeiros, passaportes e registos empresariais que revelam os titulares secretos de contas bancárias e empresas em 21 jurisdições offshore.
Um vídeo do ICIJ mostra mais detalhes do Panama Papers
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A companhia, segundo a Lusa, já negou à agência espanhola Efe qualquer vinculação a delitos que possam ter cometido centenas de milhares de clientes. Ramón Fonseca Mora, sócio da empresa, disse que a companhia tem 40 anos de actividade legal e que criou 240 mil estruturas jurídicas, sem ter sido acusada ou condenada por qualquer crime.
Segundo a imprensa, a empresa comunicou aos seus clientes que foi alvo de um ataque informático e que os seus dados poderão ter sido afectados.
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Quem está envolvido no Panama Papers
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CHEFES DE ESTADO
Mauricio Macri, Presidente da Argentina
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Bidzina Ivanishvili, ex-primeiro-ministro da Georgia
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Sigmundur Davíð Gunnlaugsson, primeiro-ministro da Islândia
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Ayad Allawi, ex-primeiro-ministro do Iraque
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Ali Abu al-Ragheb, ex-primeiro-ministro da Jordânia
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Hamad bin Jassim bin Jaber Al Thani , Antigo primeiro-ministro do Qatar
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Hamad bin Khalifa Al Thani, ex-emir do Qatar
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Salman bin Abdulaziz bin Abdulrahman Al Saud, Rei da Arábia Saudita
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Ahmad Ali al-Mirghani, ex-presidente do Sudão
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Khalifa bin Zayed bin Sultan Al Nahyan, Presidente dos Emirados Árabes Unidos
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Pavlo Lazarenko, ex-primeiro-ministro da Ucrânia
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Petro Poroshenko, Presidente da Ucrânia
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PESSOAS COM LIGAÇÕES A CHEFES DE ESTADO
Família do primeiro-ministro do Azerbeijão, Ilham Aliyev
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Li Xiaolin, filha do primeiro-ministro chinês, Li Peng
Arkady e Boris Rotenberg, amigos de infância do presidente russo, Vladimir Putin
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Sergey Roldugin, amigo do presidente russo, Vladimir Putin
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Rami e Hafez Makhlouf, primos do presidente da Síria, Bashar Assad
Ian Cameron, pai do primeiro-ministro britânico, David Cameron
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Alaa Mubarak, filho do antigo president do Egipto
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Mounir Majidi, secretário pessoal do rei de Marrocos, Mohammed VI
Mariam Safdar, Hasan e Hussain Nawaz Sharif, filhos do primeiro-ministro do Paquistão
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John Addo Kufuor, filho do ex-presidente de Gana
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Mohd Nazifuddin bin Mohd Najib, filho do primeiro ministro da Malásia
Daniel Muñoz, assessor dos ex-presidentes argentinos Kirchner
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Juan Armando Hinojosa, "empreiteiro favorito" do presidente do México, Enrique Peña Nieto
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Pilar de Borbón, irmã do rei da Espanha, Juan Carlos
Clive Khulubuse Zuma, sobrinho do presidente sul-africano, Jacob Zuma
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Mamadie Touré, viúva do ex-ditador da Guiné, Lansana Conte
(notícia actualizada às 00:10 com mais informação)
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