Trump admite acrescentar cinco empresas chinesas de vigilância à lista negra dos EUA

O presidente norte-americano admite acrescentar à lista negra do Departamento de Comércio dos Estados Unidos até cinco empresas chinesas líderes mundiais no setor da videovigilância.
Donald Trump
Reuters
Rafaela Burd Relvas 22 de Maio de 2019 às 07:57

Depois da Huawei, a lista negra do Departamento de Comércio dos Estados Unidos pode vir a ficar mais extensa. O governo de Donald Trump está a estudar acrescentar a esta lista até cinco empresas chinesas líderes mundiais no setor da videovigilância, que ficarão impedidas de adquirir tecnologia produzida pelos norte-americanos. A informação é avançada, esta quarta-feira, 22 de maio, pela Bloomberg, que cita fontes ligadas ao processo.

PUB

Entre as empresas, de acordo com a agência noticiosa, estarão a Hangzhou Hikvision Digital Technology e a Zheijang Dahua Technology, entre outras ainda não identificadas. Se entrarem na chamada lista negra, as empresas norte-americanas ficarão obrigadas a obter uma licença especial para poderem vender-lhes produtos.

A Hikvision é uma das maiores empresas do mundo de produtos de videovigilância, sendo uma peça central na estratégia da China para se tornar na maior exportadora deste setor. Para justificar o nome desta empresa na lista negra, a administração de Trump aponta para o papel que a Hikvision tem tido na perseguição da minoria muçulmana Uighur na China. Haverá ainda a preocupção de que a Hikvision e a Dahua, cujos equipamentos fazem reconhecimento facial, possam ser usadas para espionagem.

PUB

A avançar, esta será mais uma decisão a agravar as tensões comerciais entre as duas maiores economias do mundo, depois das sanções aplicadas à Huawei e do aumento das tarifas, de 10% para 25% sobre um lote de produtos chineses avaliados em 200 mil milhões de dólares.

Do lado da China, já tem havido retaliações aos movimentos norte-americanos. O Financial Times avança que quase metade das empresas norte-americanas com atividade na China estão a ser alvo de contramedidas por parte de Pequim, sendo mesmo obrigadas a cortar planos de investimento ou a transferirem a atividade para outros territórios.

PUB
Pub
Pub
Pub