BCE, Fed e Banco de Inglaterra devem começar a cortar taxas de juro no próximo ano, prevê Nomura

O banco de investimento japonês espera que os bancos centrais comecem a inverter a política monetária "falcão" em 2023. BCE deve, até lá, aumentar os juros em 175 pontos base.
painel de governadores, Fórum do BCE
Banco Central Europeu
Fábio Carvalho da Silva 12 de Julho de 2022 às 20:44

O Banco Central Europeu (BCE), Banco de Inglaterra (BoE) e Reserva Federal norte-americana (Fed) devem começar a cortar as taxas de juro diretoras no próximo ano, à medida que a inflação diminui e a recessão persiste, antecipa o Nomura. O banco de investimento japonês defende ainda, citado pela Reuters, que as taxas de juro diretoras dos Estados Unidos, Reino Unido e Zona Euro devem atingir um pico já este ano.

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No caso concreto dos EUA, os economistas do banco japonês estimam que a taxa dos fundos federais da Fed chegue até ao intervalo entre 3,50% e 3,75% até fevereiro do próximo ano, apesar de esperarem uma recessão a partir do quarto trimestre.

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Assim que a inflação nos EUA abrande para a moldura dos 2% a 2,5%, o Nomura acredita que o banco central liderado por Jerome Powell irá cortar as taxas de juro diretoras em vários reuniões a partir de setembro de 2023. A instituição japonesa estima ainda que a redução do balanço termine nessa altura.

 

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Na última reunião de política monetária, a Fed subiu as taxas de juro em 75 pontos base, que passaram assim para um intervalo entre 1,5% e 1,75%. O banco central dos EUA iniciou um ciclo de subida dos juros diretores em março passado, com um aumento de 25 pontos base. Na reunião seguinte, a de maio, procedeu a um incremento maior: 50 pontos base. Segundo os dados mais recentes, a taxa de inflação anual nos EUA em junho tocou em 8,6%. Este número será atualizado esta semana para o mês de junho.

 

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Já relativamente à Zona Euro, o Nomura espera que o BCE aumente as taxas de juro diretoras em 175 pontos base até março de 2023. Porém, à medida que se arraste uma possível recessão, os economistas do banco japonês apontam para que a autoridade monetária comece a cortar as taxas de juro em 25 pontos base logo no encontro de junho do próximo ano.

 

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Na última reunião, o BCE anunciou que pretende subir as taxas de juro diretoras em 25 pontos base na reunião da próxima semana, abrindo a porta a um aumento de maior dimensão em setembro, caso a inflação o justifique. Além disso, o banco central confirmou o fim das compras líquidas de dívida a 1 de julho.

 

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Depois deste último encontro, o BCE reviu ainda em alta a estimativa de inflação na Zona Euro este ano, prevendo agora um valor de 6,8%. Já o crescimento no bloco da moeda única deverá ficar nos 2,8%, significativamente abaixo dos valores anteriormente estimados (3,7%).

 

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Em relação à inflação, a autoridade monetária projeta que no próximo ano esta desacelere para 3,5% e 2,1% em 2024, ainda acima da meta dos 2%. Estes valores são superiores aos das projeções divulgadas em março, quando o BCE apontava para uma taxa de inflação de 5,1% este ano, de 2,1% em 2023 e 1,9% em 2024.Em maio, a inflação na Zona Euro fixou-se em 8,1%, de acordo com os dados do Eurostat.

 

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Por fim, no que toca ao Reino Unido, a instituição japonesa estima que o Banco de Inglaterra suba as taxas de juro em 100 pontos base até ao final do ano, esperando cortes nas mesmas a partir de maio/junho do próximo ano. Até agora, o Banco de Inglaterra subiu as taxas de juro diretoras cinco vezes este ano, para os atuais 1,25%.

 

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Além de subir os juros de referência para máximos de 13 anos, o banco central britânico também reviu as projeções para o pico da inflação, que espera que seja de 11% e que seja atingido em outubro. Quanto à evolução da economia, vê já uma contração este trimestre.

 

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No último fórum do BCE em Sintra, os três bancos centrais foram unânimes: é necessário colocar todas as armas em cima da mesa no combate à inflação. Já o Banco de Pagamentos Internacionais alertou para a necessidade de "calibrar com cuidado os instrumentos de combate à inflação".

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