António Costa: Se fosse hoje "voltava a assinar os acordos à esquerda"
Catarina Martins, coordenadora do BE, foi a primeira a garantir que não está arrependida por ter formado a geringonça. Mas para os bloquistas os resultados só foram bons porque as medidas não foram as do Governo.
Nada de arrependimentos. Tanto António Costa como Catarina Martins voltariam a assinar os acordos que permitiram a formação do Governo socialista, garantiram os dois líderes, durante o debate do Estado da Nação, que decorre esta quarta-feira, 10 de julho, no Parlamento. Mas o primeiro-ministro foi até um pouco mais longe e disse que "não estando em 2015, voltaria a tomar a mesma decisão".
"Se estivéssemos em 2015, voltaria a assinar os acordos. Não estando em 2015, voltaria a tomar a mesma decisão. Os resultados são bons," disse António Costa, durante o debate. Desde o discurso de abertura do debate que o primeiro-ministro optou por louvar a geringonça, argumentando que se há ainda muito a fazer nos serviços de saúde e transportes, tal deve-se ao estado em que a troika e o Governo da direita deixaram o país. Catarina Martins também já tinha sublinhado os resultados do entendimento das esquerdas, mas com uma nuance: "Voltássemos a 2015 nas mesmas condições e voltaria a assiná-los," disse a coordenadora bloquista. O que não é o mesmo que dizer que voltaria a tomar a mesma decisão hoje. Até porque o BE aproveitou para se distinguir dos socialistas, argumentando que sem a sua influencia, conseguida precisamente através dos acordos, teria havido uma espécie de austeridade light. "
Catarina Martins também já tinha sublinhado os resultados do entendimento das esquerdas, mas com uma nuance: "Voltássemos a 2015 nas mesmas condições e voltaria a assiná-los," disse a coordenadora bloquista. O que não é o mesmo que dizer que voltaria a tomar a mesma decisão hoje.
Bloco diz que é preciso ficar escrito para ser cumprido
A coordenadora do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, defendeu ainda que "o Governo falhou nas áreas em que os acordos foram menos concretos", sendo "a saúde e transportes talvez a área mais visível".
Catarina Martins centrou então atenções na questão da nova Lei de Bases da Saúde, garantindo que "o Bloco não muda de posição" e continua à espera que Governo e PS larguem as tentativas de consenso à direita para aprovar, à esquerda, uma legislação para "proteger o SNS".
Do lado do PCP, também não se mostraram arrependimentos. Mas os comunistas fizeram questão de deixar claro que os progressos ainda não chegam. Jerónimo de Sousa abordou o tema da saúde para perguntar ao primeiro-ministro se prefere aguardar pela próxima legislatura para fazer aquilo de que o SNS necessita. António Costa limitou-se a dizer que continuará a resolver os problemas do SNS "passo a passo".
Jerónimo instou ainda Costa a dizer o que vai fazer em relação à legislação laboral, garantindo que "não faltaram os votos para revogar as normas gravosas da legislação laboral e defender os direitos dos trabalhadores".
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