Jerónimo Martins afunda mais de 9% para mínimos de quatro anos (act.)
Os investidores voltaram a castigar as acções da retalhista na sequência da apresentação de resultados. A Jerónimo Martins já recuou mais de 60% desde o máximo histórico e vale menos de 5 mil milhões de euros na bolsa.
As acções da Jerónimo Martins registaram forte queda na bolsa nacional, reagindo de forma negativa aos resultados dos primeiros nove meses, que foram apresentados na quarta-feira. Os títulos da retalhista encerraram a cair 8,97% para 7,255 euros. No entanto, durante a sessão desta quinta-feira, 30 de Outubro, os títulos atingiram uma queda máxima de 9,41% para 7,22 euros, o valor mais baixo desde Junho de 2010. A desvalorização acentuada dos títulos surge depois da companhia ter anunciado uma quebra nos lucros de 15,5%.
Face ao máximo histórico que atingiu em Abril de 2013 nos 18,47 euros, as acções já recuaram mais de 60%. A dona do Pingo Doce, que chegou a ter uma avaliação bolsista acima de 10 mil milhões de euros, fechou hoje com um valor de mercado de 4,60 mil milhões de euros.
A evolução adversa das acções tem sido sistemática nas sessões posteriores à apresentação de resultados trimestrais, já que estes têm desiludido os analistas e investidores.
Desta vez os analistas também reagiram de forma negativa aos resultados, tendo o Citigroup aplicado um corte no preço-alvo das acções, de 12 euros para 8,80 euros, mantendo a recomendação de "neutral".
O BPI também cortou o preço-alvo da Jerónimo Martins, de 9,80 para 8,70 euros e manteve a recomendação de "neutral". O banco justifica o corte com o facto de o EBITDA e os lucros terem falhado as previsões do mercado em 5% e 15%, respectivamente. Os resultados "fracos" que a Jerónimo Martins apresentou levaram o BPI a rever em baixa as projecções para os lucros por acção da empresa em 8% para o período entre 2014 e 2017.
O CaixaBI, que avalia as acções em 11,10 euros, considera que os resultados da Jerónimo Martins "traduziram mais um trimestre marcadamente difícil, face à aceleração da deflação alimentar verificada em Portugal e na Polónia".
Nos primeiros nove meses do ano, a JM consolidou um EBITDA (resultado antes de impostos, juros, amortização e depreciação) de 547,5 milhões de euros, menos 4,5% do que um ano antes. A administração liderada por Pedro Soares dos Santos assume que "a maior deflação alimentar no terceiro trimestre aumentou a pressão sobre o valor das vendas e sobre a rentabilidade".
(Notícia actualizada às 16h42 com a cotação de fecho)
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