Europa negoceia em máximos com impulso das tecnológicas e retalho. Siemens pula 3%
Juros da dívida da Zona Euro agravam-se
Dólar negoceia sem tendência definida com "traders" a avaliarem "shutdown" nos EUA
Ouro ganha terreno com "shutdown" nos EUA e apostas em cortes de juros pela Fed
Petróleo com valorizações contidas. "Traders" aguardam por reunião da OPEP+
Depois de Europa e EUA, Ásia atinge máximos com impulso das tecnológicas
Europa negoceia em máximos com impulso das tecnológicas e retalho. Siemens pula 3%
Os principais índices europeus negoceiam em alta e seguem a renovar máximos, depois de ontem o índice de referência ter fixado um novo recorde, superando os valores atingidos pela última vez em março deste ano. As expectativas de que a Reserva Federal (Fed) norte-americana avançe com mais cortes de juros durante este ano, à medida que se regista um abrandamento do mercado laboral, dão impulso ao sentimento dos investidores.
O índice Stoxx 600 – de referência para a Europa – ganha 0,76%, para os 568,92 pontos.
Entre os principais índices da Europa Ocidental, o alemão DAX sobe 1,28%, o espanhol IBEX 35 soma 0,18%, o italiano FTSEMIB valoriza 0,39%, o francês CAC-40 avança 1,15%, o neerlandês AEX pula 1,31% e o britânico FTSE 100 ganha 0,04%.
O Stoxx 600 começou o quarto trimestre em alta, após ter oscilado num intervalo contido durante os últimos meses. O índice de referência já cresceu cerca de 12% este ano, ficando ainda aquém da valorização do índice de referência norte-americano, à medida que os investidores ainda mostram alguma cautela devido às tarifas impostas pelos EUA e as repercussões que podem daí advir para a economia da região.
"Na Europa, o otimismo também prevalece. O DAX tem vindo a registar ganhos nos últimos dias, impulsionado pela força das farmacêuticas, pelo bom desempenho do setor tecnológico e pela expetativa de políticas orçamentais mais flexíveis na Alemanha. O apetite por risco mantém-se elevado, apesar da fragilidade macroeconómica da região", refere Henrique Valente, analista da ActivTrades Europe, numa nota enviada ao Negócios.
"O foco dos investidores permanece nas expectativas de cortes de taxas por parte da Reserva Federal, reforçadas pela fraqueza recente nos indicadores do mercado de trabalho privado", acrescenta.
Além do Stoxx 600, o neerlandês AEX atingiu o seu primeiro recorde desde fevereiro, impulsionado pelos ganhos da gigante de chips ASML Holding, que segue a avançar mais de 4%. Isto numa altura em que a OpenAI anunciou novas parcerias com produtoras de semicondutores sul-coreanas e de ter concluído uma venda de ações que avalia agora a empresa de Sam Altman em cerca de 500 mil milhões de dólares, elevando a dona do ChatGPT à posição de startup mais valiosa do mundo, ultrapassando assim a SpaceX de Elon Musk.
Entre os setores, o tecnológico (+2,42%) lidera os ganhos, seguido de perto pelo automóvel (+2,37%). Já o setor das “utilities” (-0,76%) e o imobiliário (-0,08%) são os únicos a registar perdas neste momento.
Destaca-se ainda o setor do retalho, que ganha esta manhã mais de 1%, com várias empresas britânicas desta área a beneficiarem da notícia do Financial Times, que avançou que a chanceler Rachel Reeves poderá estar prestes a retirar estas empresas da faixa superior das taxas comerciais, devido às preocupações com a inflação dos alimentos. Nesta linha, entre outras cotadas do setor, a Tesco avança mais de 3%.
Entre os movimentos do mercado, a Siemens pula 3,09% depois de a Bloomberg ter noticiado que a empresa está a explorar a possibilidade de alienar grande parte da sua participação maioritária na Siemens Healthineers, especializada em tecnologia médica. Já a SAP, cotada mais valiosa da Europa, avança 1,36%, beneficiando do impulso do setor tecnológico e do sentimento positivo dos investidores em relação às apostas na inteligência artificial.
Juros da dívida da Zona Euro agravam-se
As taxas de juro das dívidas soberanas europeias agravam em quase toda a linha esta quinta-feira, num mercado ainda atento ao impacto do “shutdown” governamental nos Estados Unidos e às perspetivas de política monetária da Reserva Federal.
Na Zona Euro, os juros das “bunds” alemãs a 10 anos, referência para o continente europeu, sobem 0,2 pontos-base para 2,712%. Já a dívida francesa alivia 0,2 pontos-base para 3,525%, enquanto em Itália a "yield" avança 0,4 pontos-base para 3,526%.
Em Espanha, os juros sobem 0,1 pontos-base para 3,249% e em Portugal registam um acréscimo de 0,3 pontos-base para 3,107%.
Fora da moeda única, a taxa de juro das “gilts” britânicas desce 0,4 pontos-base, situando-se em 4,690%.
Dólar negoceia sem tendência definida com "traders" a avaliarem "shutdown" nos EUA
O dólar segue a negociar sem tendência definida, depois de ter invertido por momentos uma sequência de quatro dias de perdas, após o Supremo Tribunal dos EUA ter dito que ouviria argumentos em janeiro sobre a tentativa do Presidente Donald Trump de destituir a governadora da Fed Lisa Cook, que manterá, por enquanto, o seu cargo no banco central.
O índice do dólar – que mede a força da divisa norte-americana face às principais rivais – desvaloriza 0,11% para os 97,598 pontos.
A preocupação do mercado com a independência da Fed “passa agora para segundo plano nos próximos meses”, disse à Bloomberg Tony Sycamore, da IG.
Os “traders” estão a avaliar quanto tempo durará a paralisação do Governo dos EUA, e continuam à espera para perceber qual será o efeito deste “shutdown” sobre a divulgação de dados económicos e como isso poderá influenciar a tomada de decisões da Fed no que toca à política monetária. Isto numa altura em que o mercado laboral do lado de lá do Atlântico tem vindo a mostrar sinais de abrandamento.
A esta hora o dólar recua 0,01% para os 147,750 ienes.
Por cá, a moeda única valoriza 0,17% para os 1,175 dólares. Já a libra avança 0,13% para os 1,349 dólares. O dólar avança ainda 0,03% face à divisa japonesa para 147,12 ienes, mas perde 0,05% face à moeda suíça, negociando nos 0,7967 francos.
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Ouro ganha terreno com "shutdown" nos EUA e apostas em cortes de juros pela Fed
O ouro segue a ganhar terreno esta manhã – após uma recuperação de cinco dias ter levado o "metal amarelo” a atingir recordes sucessivos –, com o início da paralisação do Governo dos EUA e as maiores apostas num corte nas taxas de juro pela Reserva Federal (Fed) norte-americana a impulsionarem a procura por ouro, após dados fracos sobre o emprego no setor privado.
O metal amarelo avança agora 0,13% para os 3.870,760 dólares por onça.
Os números dos pedidos de subsídio de desemprego nos EUA, que deveriam ser divulgados na sexta-feira, serão adiados devido à paralisação da Administração Federal norte-americana, que entrou ontem em efeito — fator que também aumenta o risco de pressão sobre o dólar. A situação do lado de lá do Atlântico está a aumentar a procura por ouro enquanto ativo-refúgio.
Já na linha da política monetária, os “traders” aumentaram as apostas de que a Fed reduzirá as taxas diretoras mais duas vezes este ano para apoiar um mercado de trabalho que mostra sinais de abrandamento e enfraquecimento. Com efeito, o “metal amarelo” tende a ter um melhor desempenho com taxas de juros mais baixas, por não render juros.
O metal precioso já subiu cerca de 47% este ano, colocando o ouro a caminho do maior ganho anual desde 1979.
Petróleo com valorizações contidas. "Traders" aguardam por reunião da OPEP+
Os preços do petróleo seguem a subir ligeiramente esta quinta-feira, após terem caído quase 7% nas três sessões anteriores, antes da reunião da OPEP+ que se realiza neste fim de semana e que, segundo os indicadores já apurados, levará a um novo aumento da produção de crude.
O West Texas Intermediate (WTI) - de referência para os EUA – segue a valorizar 0,03% para os 61,80 dólares por barril. Já o Brent – de referência para o continente europeu – soma a esta hora 0,05% para os 65,38 dólares por barril
Na quarta-feira, a Administração de Informação Energética dos EUA revelou que os "stocks” de petróleo bruto dos EUA aumentaram pela primeira vez em três semanas, enquanto os de gasolina tiveram o maior aumento desde junho.
A par disso, a produção das refinarias caiu. “O crescimento da procura é fraco, enquanto a oferta é abundante, apontando para um mercado com excesso de oferta até 2026”, disse à Bloomberg Priyanka Sachdeva, da corretora Phillip Nova.
A Organização dos Países Exportadores de Petróleo e os seus aliados estão prestes a concordar com um aumento na produção para novembro, quando o grupo se reunir este domingo, apesar das expectativas generalizadas de um excedente de oferta iminente, depois de este ano o cartel já ter aumentado a produção várias vezes.
Nesta linha, o terminal de exportação de petróleo de Ceyhan, na Turquia, deverá carregar a sua primeira carga de crude da região do Iraque desde 2023, após um acordo alcançado no mês passado para permitir a retomada dos fluxos de petróleo desta região, adicionando ainda mais "ouro negro" ao mercado.
Depois de Europa e EUA, Ásia atinge máximos com impulso das tecnológicas
Os índices asiáticos fecharam em alta, depois de uma recuperação ter levado as principais praças nos EUA e na Europa a recordes, movimento seguido igualmente pela Ásia, que bateu máximos históricos na sessão desta quinta-feira. O setor tecnológico impulsionou o sentimento dos investidores, após o acordo da OpenAI com fabricantes de “chips” sul-coreanos ter reforçado o entusiasmo em torno da inteligência artificial. Já pela Europa - e depois de o Stoxx 600 ter ontem atingido máximos -, os futuros do Eurostoxx 50 avançam 0,50% e apontam para uma abertura em alta.
Entre os principais índices da região, pelo Japão, o Nikkei subiu 0,88% e o Topix cedeu 0,14%. Já o sul-coreano Kospi disparou 2,85% e superou o seu último máximo histórico. O Hang Seng de Hong Kong subiu 1,86%. Pela China continental, prossegue a Semana Dourada, que vai manter as bolsas do país fechadas até 8 de outubro para assinalar o Dia Nacional da China.
Entre os movimentos, a Samsung Electronics ganhou 4,36% e a SK Hynix saltou mais de 10%.
Sam Altman, CEO da OpenAI, assinou uma carta de intenções na quarta-feira para recrutar estas duas empresas sul-coreanas para o seu projeto de construção de um centro de dados, um empreendimento global que envolve os maiores players do setor, que vão da Nvidia à Oracle.
A OpenAI também concluiu uma venda de ações tendo conseguido uma avaliação recorde de 500 mil milhões de dólares, elevando a dona do ChatGPT à posição de startup mais valiosa do mundo.
Assim, os investidores pareceram ignorar, para já, o impasse político em Washington, que levou à primeira paralisação do Governo em sete anos, fator que ameaça obstruir dados económicos cruciais.
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