Acordo "preliminar" entre China e EUA leva praças asiáticas a máximos. Ouro cai e petróleo sobe
Acompanhe aqui, minuto a minuto, a evolução dos mercados desta segunda-feira.
Itália escapa a agravamento de juros da dívida na Zona Euro
Os juros da dívida dos países da Zona Euro estão a registar ligeiros agravamentos na primeira sessão da semana, enquanto os investidores reagem pela primeira vez às notícias de que os EUA e a China conseguiram chegar a um acordo comercial "preliminar" este fim de semana.
Os juros da dívida soberana portuguesa a dez anos sobem 0,5 pontos-base para 3,008%, enquanto os do país vizinho agravam-se em 0,3 pontos para 3,160%.
Já os juros das "Bunds" alemãs também a dez anos e que servem de referência para a Zona Euro, somam 0,6 pontos-base para 2,631%. Esta segunda-feira são conhecidas novas leituras sobre a economia alemã, divulgadas pelo instituto Ifo, depois dos alertas do seu presidente no domingo. O barómetro, através de vários índices, mede as expectativas futuras, a avaliação atual e o clima das empresas da maior economia da Zona Euro referentes a outubro e é seguido atentamente pelos investidores.
Em França, a "yield" da dívida sobe 0,2 pontos-base para 3,433%, depois de na noite de sexta-feira a Moody's ter cortado a perspetiva do "rating" do país de estável para negativo. Em Itália, a tendência é oposta, com a rendibilidade da dívida a cair 0,3 pontos-base para 3,410%.
Fora da Zona Euro, os juros das "Gilts" britânicas seguem a tendência da maioria dos países do bloco do euro e agravam-se um ponto-base para uma taxa de 4,440%.
Euro toca máximos históricos face ao iene
A perspetiva de que o Banco de Japão mantenha as taxas diretoras está a castigar a moeda nipónica, que tocou mínimos históricos face à moeda única europeia e ao franco suíço, perdendo igualmente em relação ao dólar.
O euro segue estável perante a rival norte-americana, com uma variação de apenas 0,01%, para os 1,1627 dólares, e ganha 0,02% em relação à divisa japonesa, para os 177,81 ienes. Antes, a moeda única europeia tocou um máximo histórico nos 178,13 ienes.
O franco suíço também alcançou um valor inédito perante a moeda nipónica ao cotar nos 192,27 ienes, enquanto o dólar tocou máximos de duas semanas perante o iene.
Ouro recua 1% com princípio de acordo entre Washington e Pequim
O alívio das tensão entre os EUA e a China e a valorização do dólar, que tocou máximos de duas semanas face ao iene, está a castigar o preço dos metais preciosos, com o ouro a ceder 1,01%, para os 4.071,31 dólares por onça. O metal amarelo está a perder a atratividade como ativo-refúgio.
"O potencial acordo entre os EUA e a China surgiu inesperadamente e foi uma surpresa positiva para os mercados em geral. Obviamente, que o lado inverso é que estes desenvolvimentes são negativos para o ouro", refere Kyle Rodda, analista da Capital.com, em declarações à Reuters.
Ainda assim, o analista sublinha que grande parte do suporte para o preço do ouro vem das perspetivas de uma alívio nas políticas monetárias, em particular nos EUA, o que, caso se mantenha, deverá manter o metal precioso numa tendência ascendente.
O preço da prata também segue em queda, com a onça do metal a recuar 0,87%, para os 48,216 dólares por onça. Já a platina avança 0,82%, até aos 1.622,89 dólares por onça, e o paládio sobe 1,75%, negociando nos 1.447,61 dólares por onça.
Petróleo avança pelo quarto dia em cinco com desanuviar de tensões entre EUA e China
Os preços do crude nos mercados internacionais negoceia em alta esta segunda-feira, com o barril de Brent - referência para a Europa - a registar a quarta sessão das últimas cinco em terreno positivo. A crescente expectativa de que Pequim e Washington cheguem a um acordo que impeça a escalada na guerra comercial entre as duas maiores economias mundiais está a animar os investidores.
O barril de Brent do Mar do Norte para entrega em dezembro avança 0,3%, até aos 66,12 dólares.
No mercado nova-iorquino, os contratos de dezembro do West Texas Intermediate (WTI) sobem 0,26%, para os 61,66 dólares por barril.
A Haitong Securities assinala, numa nota aos seus clientes citada pela Reuters, que as expectativas do mercado melhoraram após novas sanções contra a Rússia e o alívio nas tensões entre Washington e Pequim.
Ações asiáticas em máximos históricos com acordo comercial "preliminar" entre China e EUA
O acordo comercial entre China e os EUA, ainda que "preliminar" está a colocar as ações mundiais de volta ao "rally". Esta segunda-feira, o MSCI que agrega este índice chegou a subir 0,3% para 4.378,45 pontos, o nível mais elevado de sempre. A primeira reação ao acordo entre as duas maiores economias do mundo surge no continente asiático, com as bolsas japonesas, chinesas e sul-coreanas a negociar em recordes.
A China anunciou no domingo ter chegado a um "acordo preliminar" com os EUA nas negociações comerciais, após dois dias de conversações na capital da Malásia. Scott Bessent, o secretário do Tesouro norte-americano, disse que o país asiático considera adiar restrições à exportação de terras raras após o acordo, o que poderá resultar no desanuviamento das tensões geopolíticas que têm afetados mercados.
Os investidores aguardam agora pelo encontro entre os líderes dos dois países, Donald Trump e Xi Jinping, esta quinta-feira, na esperança de que o acordo iniciado este fim-de-semana possa ser limado e finalizado. Com o alívio das tensões comerciais e da incerteza, o apetite pelo risco está de volta.
No Japão, a bolsa de Tóquio encaminha-se para fechar o melhor mês em 30 anos. Esta segunda-feira, o Topix subia quase 2% para 3.328,93 pontos, enquanto o Nikkei 225 chegou a disparar quase 3% para 50.549,60 pontos - ambos em recordes e a primeira vez que o Nikkei passa os 50 mil pontos. Na China, o Shangai Composite soma 1,18% para 3.999,07 pontos, um novo máximo histórico. Já o Hang Seng, em Hong Kong, sobe 1% para 26.427,96 pontos. Na Coreia do Sul, o Kospi ganha 2,57% para o maior nível de sempre, nos 4.042,83 pontos.
"Os investidores vão querer ver a confirmação de que o acordo comercial se mantém e que os sinais de estímulo e reforma da China se traduzem num impulso de crescimento tangível", disse Charu Chanana, estratega de investimentos da Saxo, à Reuters.
Na Europa, os futuros do Euro Stoxx 50 sobem 0,5%. O foco dos investidores esta semana estará também nas reuniões dos bancos centrais do Japão, Canadá, Europa e EUA. Enquanto o Banco Central Europeu e o Banco do Japão deverão manter os juros inalterados, tudo aponta para que a Reserva Federal corte a taxa em 25 pontos-base.
Além disso, o momento mais movimentado da "earnings season" está a chegar nos EUA, com resultados trimestrais das "megacaps" Microsoft, Apple, Alphabet, Amazon e Meta a chegarem esta semana - contas estas que deverão ditar o sentimento do mercado, sobretudo do setor tecnológico.
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